segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Tentando entender o inexplicável


Desisti de entender de futebol. Primeiro, porque nunca achei mesmo que entendia. Eu escutava o que os comentaristas diziam, usava meu bom senso, procurava não perder nenhum jogo do Flamengo, revia quando era possível gravar, buscava as estatísticas de cada partida, escutava (ou lia) a opinião dos amigos e depois disso tudo me atrevia a expor alguma coisa minha, fruto desse amontoado de opiniões, fatos e impressões. Nem sempre saía alguma coisa útil, mas a generosidade dos amigos acabava me convencendo que tinha sido bom para alguém ler aquela coluna ou os meus pitacos sobre futebol e principalmente sobre o time do Flamengo.

Como todo torcedor, passei por toda a montanha russa de emoções, gritando “olha o rebaixamento aí” depois alguma apresentação melancólica ou “Rumo a Tóquio” a cada duas vitórias seguidas. Pensei mesmo que já estava entendendo um pouquinho mais desse fantástico “esporte bretão”. Pois bem! Realmente eu não entendo é nada de futebol! E dessa vez eu não escrevo isso para depois dizer que “essa é a graça do futebol”, e que o “Sobrenatural de Almeida” é que torna o futebol esse esporte único, porque o mais fraco pode ganhar do mais forte, etc.

Eu jurava de pé junto que o que nos faltava era um meia. Que um DEZ de verdade, do tipo que entra em uma partida e faz dois gols seguidos, ou dá assistência para os nossos atacantes, seria a chave para a virada e para a arrancada no campeonato. Antes, já tinha jurado que precisávamos de um goleador, um matador mesmo, um guerreiro como o Guerrero. E isso sem falar que defendemos aqui muitas e muitas vezes um melhor aproveitamento da base, e pelo menos há um ano e meio atrás já falávamos do Jorge, um talento da base. E outros falavam do Baggio, do Jajá, do Matheus Sávio... E pelo menos o Jorge subiu. Meti o pau no Erazzo, chamado por aqui de Erraço, no Bressan, e reconheci que com Cesar Martins estávamos bem servidos, principalmente se ele atuasse ao lado do Samir, nossa jóia rara, que depois de pagar seus pecados no purgatório das contusões inesperadas viria nos resgatar e assumir a titularidade para nunca mais largar. Elogiei a contratação do Jonas, o Jonasteiger do Sampaio Correa, e acreditei que com ele em campo nossa marcação nunca mais daria mole para os adversários, e que ele saberia sair com a bola com qualidade. Isso para não lembrar dos elogios feitos ao Paulinho, Everton, Gabriel, Luis Antonio, Airton, Cesar goleiro.... Ou seja, nada do que eu acreditava parece ter dado certo. Vejo o time jogar bem o primeiro (ou o segundo tempo) e acredito que “agora vai”. Não vai. Vejo a defesa ser escalada como eu queria e... fracasso total, a maior peneira desse campeonato nas bolas suspensas na nossa área. Vejo o técnico parar com a obsessão de 3 volantes e.... o time continua a levar gols do mesmo jeito que levava com 3 volantes em campo, com a diferença de que antes não fazíamos gols e agora estamos fazendo, mas ainda menos do estamos sofrendo.
Como é que alguém pode entender de futebol com estes resultados? Ou com estes juízes safados que se revezam em errar contra o Flamengo? Não acreditava em conspiração. Agora acredito! Serviço completo como o do último jogo: Dois pênaltis não marcados e dois cartões amarelos providenciais para facilitar o jogo para o próximo adversário, justamente o tricolor paulista que vem de memoráveis “sacodes”  e de um desempenho muito abaixo do que era de se prever com seus elenco de estrelas.
E não vou falar mais do Marcio Araujo. Não é possível que o Bandeira de Melo, que eu sempre vi como um torcedor autêntico, um legítimo representante da nossa arquibancada, também não enxergue o peso morto que é a escalação desse jogador, que, segundo dizem, foi escorraçado pela torcida do Palmeiras aqui em São Paulo e joga como titular absoluto (E INSUBSTITUÍVEL) com todos os treinadores que passam pelo Flamengo. Estão vendo como EU não entendo de futebol? Nadica de nada?

E para terminar, depois do jogo tive grandes discussões com Palmeirenses e outros entendidos de futebol que dizem que o Guerrero exagerou no lance do pênalti. Que o Pará fez cena. Pode ser. Mas foi falta, não foi? O jogador foi derrubado, não foi? O jogador não tentou enganar o árbitro, ele pode até ter tentado dar um ar mais dramático ao episódio, mas isso não muda a essência do lance. Foi falta. Dentro da área, é pênalti!!!!!!!! Ou será que nem disso eu consigo entender???? Ou será que é pura desonestidade intelectual de quem ainda diz que o atacante merecia ter ganho cartão amarelo? E ainda sou obrigado a ouvir que o Flamengo é um grande beneficiário do apito amigo.... 

Meus amigos, precisamos reagir a este estado de coisas. Estou de saco cheio de ver a mediocridade prosperar e das pessoas dizerem que a roubalheira “é normal”. Nem no futebol, nem na vida pública, isso não é normal nem é “assim mesmo”. É preciso punir os bandidos e afasta-los dos cargos públicos, tanto no esporte como na política. Tudo dentro da lei, mas sem esmorecer, sem condescender com a safadeza e com a “mau caratice” de árbitros, dirigentes, jogadores e políticos. E se coloco tudo no mesmo saco, é porque são tudo farinha do mesmo quilate e natureza.

Para o jogo desta quarta feira, já que eu não entendo mesmo de futebol, espero uma vitória simples, contra o horroroso time do Vasco. É só não deixarem a bola sair pela linha de fundo. Sem escanteios nenhum adversário faz gol contra nós. Não tirem dos rubronegros nosso último consolo, que é zoar os viceínos.  Já que não dá para comemorar uma sequencia de vitórias no Brasileirão, que aproveitemos os desígnios dos deuses do futebol, que nos deu o adversário perfeito para que “o respeito” continue. A gozação não pode parar. Quarta pode ter feijoada no almoço, mas a noite tem que ser bolinho de bacalhau. Lembrando que o Flamengo deve ser o único time que conseguiu perder duas vezes para o Vasco este ano... Chega de impunidade! Pra cima deles, Mengão!




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