sábado, 22 de agosto de 2015

Sobre uma Hermenêutica “Safada”


por Douglas Galvão

Prefácio do Editor: Esse interessantíssimo texto do nosso colunista “expert” em arbitragens chegou em uma hora muito boa, já que a intenção de uma nova coluna era desancar de vez o nosso ex-treinador, que em apenas 18 jogos conseguiu a façanha de perder duas vezes para o time “saco de pancada” do Brasil hoje. O técnico se foi e o tema escolhido pelo Douglas cai como uma luva nesse trégua que costuma ser concedida a todo novo treinador que assume. Primeiro porque mesmo quem não costuma chorar em cima de arbitragem não pode ter ficado imune à imensa raiva pelos DOIS pênaltis não marcados contra os porcos no domingo passado. A ponto de eu ter perdido a ilusão de que se tratam de “coincidências”. Com a degradação moral e desportiva que impera na CBF e consequentemente na Comissão de Arbitragens, não tenho a menor dúvida de que existe a má fé e ela é direcionada a favor de alguns e contra outros. Em segundo lugar porque as opiniões do Galvão são polêmicas, mas são claras como a regra não é. Pessoalmente sou a favor do Mata Mata e contra o fim do impedimento. E você? Leia e opine!

Meus Amigos Rubronegros, os árbitros de futebol tem uma responsabilidade muito grande nas suas decisões dentro de campo. Vários são os momentos de uma partida em que a má interpretação, um erro de ângulo de visão (paralaxe) ou mesmo uma "orientação" equivocada, pode ser determinante para que um dos times seja beneficiado e saia vencedor de um jogo imerecidamente. Eu me limitei a esses 3 aspectos mas, outros fatos irregulares podem ocorrer durante uma partida de futebol.

A má interpretação tem origem na má formação do árbitro na escola de arbitragem ou mesmo na falta de prática, pois, uma pessoa que se escolhe essa profissão tem que se dedicar ao máximo a ela, do mesmo modo que um médico e um engenheiro (por exemplo) se dedicam para se aperfeiçoar cada vez mais e, isso faz com que se erre o menos possível e permitido, para evitar verdadeiras catástrofes. 
Assim como nas outras profissões, o erro pode levar a mortes, na profissão de árbitro isso também pode acontecer. O torcedor quando vê que o time adversário é superior tecnicamente e merecedor da vitória, se conforma com a derrota do seu time mas, quando o seu time é derrotado por erros cometidos pela arbitragem, se revolta e pode perder o controle causando estragos no estádio e nas ruas da cidade. Muitas dessas ocorrências violentas tem origem em erros de interpretação da arbitragem.

O que fazer para diminuir ao máximo esses erros:
- Boa formação nas escolas de arbitragem;
- Muita prática, pois, a prática leva a perfeição;
- A profissionalização dos árbitros, criação de sindicatos autônomos para prestar serviços as federações. Isso daria uma segurança financeira e pessoal para o profissional se dedicar mais ao trabalho e não precisar mais ter uma outra profissão e ter a arbitragem como "bico", como é hoje no Brasil. Essa providencia traria também a valorização do árbitro e uma procura maior pela profissão; evitaria também que diretores corruptos da CBF pressionassem os árbitros pra "fabricar resultados", o que está se repetindo todo ano e contribuindo para o descrédito e queda do futebol brasileiro.

- E a simplificação das regras de futebol. Como é possível?
Algumas das regras do futebol levam o árbitro a ter muitas dificuldades para interpretar os lances, além dos jogadores que gostam de simular agressões para se beneficiar com marcações de árbitros que são enganados com esses gestos até teatrais de jogadores de caráter duvidoso.
A regra que pune a "mão na bola" e não pune a "bola na mão". Se toda bola que tocasse o braço (antebraço e mão inclusive) de um jogador, fosse punida com um tiro livre direto, independentemente de o toque ser voluntário ou não, acabaria de vez com a interpretação do árbitro para esse lance que muitas vezes decide o resultado de um jogo, visto os placares atualmente sejam, na maioria, de poucos ou nenhum gol, dada a dificuldade hoje em dia cada vez maior de se fazer o gol.
Outra modificação importante seria a abolição do impedimento. Essa medida sendo tomada, evitaria de uma vez por todas os erros de marcação dos assistentes, muitas vezes traídos pelo fenômeno da "paralaxe" ou pela velocidade dos atacantes, daria uma nova visão de como posicionar o seu time em campo, mudaria o modo de se ver o futebol e, o que é melhor, teríamos mais possibilidades de haver mais gols numa partida de futebol.
Outras modificações poderiam ser feitas para melhorar a arbitragem diminuindo a interferência do árbitro nos lances que acontecem em campo, como: revogar a "orientação" de "deixar o jogo correr", pois, como eu já falei inúmeras vezes e não vou deixar de repetir, isso só "incentiva a pancadaria" e inibe o jogador técnico e habilidoso de mostrar a sua arte, com receio de se machucar e enfeia o futebol, além de evitar que aconteçam mais jogadas trabalhadas em função do gol, que é o objetivo do esporte e não "apenas um detalhe", como mal o disse o Carlos Alberto Parreira!

Outra medida para que haja mais respeito entre o jogador e o árbitro, era determinar que os clubes promovessem palestras de árbitros e, ou, professores das escolas de arbitragem com o intuito de dar conhecimento aos jogadores sobre as regras do futebol, e isso poderia ser feito várias vezes ao ano, principalmente antes da disputa de um torneio, copa ou campeonato.

Corrupção nos pontos corridos
Há muitos anos que a "corrupção" no futebol vem se repetindo no mundo todo e principalmente nos campeonatos europeus, devido a campeonatos regidos sobre as facilidades que existem nos famigerados "PONTOS CORRIDOS" que dá margem a todo o tipo de "armações". Desde a simples recompensas (as famosas MALAS de todas as  cores) oferecidas por dirigentes inescrupulosos à jogadores e diretores de outros clubes para "facilitar"  ou "endurecer" uma partida; a "compra" dos serviços de arbitragem para "fabricar resultados" a fim de se auferir "lucros" em casas de apostas ou loterias.
Há suspeitas de que os times mais ricos usam um "expediente" parecido para que erros de interpretação da arbitragem sempre os favoreçam em partidas que não chamem muito a atenção e se necessário for, também nessas!

Não podemos afirmar que um campeonato com disputas finais em playoffs (como no basquete americano - NBA), ou mesmo os com octogonais em mata-mata estão isentos de "fabricação de resultados" mas, vai diminuir essa prática a quase zero.
Acredito que nenhum time disputando finais para ser campeão, vai se vender ou entregar uma decisão por dinheiro. Os pontos corridos só devem ser usados para se classificar os finalistas. Daí por diante, ganha quem for melhor que o outro.

E o CAMPEÃO será o melhor de todos nos jogos finais. É o jeito brasileiro de fazer futebol e que sempre deu muito certo! Porque continuar a imitar os europeus?
O CAMPEÃO SERÁ SEMPRE O MELHOR ENTRE OS MELHORES - É MUITO MAIS EMOCIONANTE !!!!!!


Pósfácio do Editor: Para não dizer que não falamos do jogo deste domingo, vamos enfrentar mais um daqueles jogos que no papel parecem ser mais fáceis do que acabam sendo. O time da bambilândia vem destroçado por uma derrota em casa contra o Ceará, que além de  ser lanterna da Serie B veio com 13 (vou escrever: treze) desfalques! Antes disso, levou de 3 a zero, em casa, do Goiás, time que está zona de rebaixamento. Rogério Ceni e Luis Fabiano não jogam, e como Alan Kardec está fora também, o São Paulo deve jogar sem um centroavante de ofício. Moleza? Nem pensar! Como sempre dizemos, o Flamengo, além da sobrenatural capacidade de ressuscitar defuntos, tem a incrível capacidade de nos surpreender, para o bem e para o mal. Espero que o Oswaldo invente pouco, arrume o time de uma forma simples, com especialistas em suas posições, e consiga uma vitória, mesmo magra, que nos faça entrar com tudo contra o Vasco no “jogo do ano” desta quarta no Maracanã. Pra cima deles, Mengão!


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