domingo, 17 de julho de 2016

Caminhando e cantando ou aprendendo e ensinando uma nova lição?

                 
Amigos rubronegros, há momentos na história de um clube de futebol que são decisivos. E muitas vezes estes momentos acontecem fora das quatro linhas, ainda que como consequencia de um resultado em campo. Como um mero torcedor (e sócio torcedor desde o primeiro momento) posso estar escrevendo sem o conhecimento de futebol que muitos amigos já demonstraram possuir, uma vez que meu otimismo exagerado me faz gritar “Rumo a Tóquio” no primeiro gol feito contra o mais fraco time que enfrentamos. É da minha natureza me empolgar com coisas pequenas e as vezes não ver um grande perigo no horizonte. Mas ao mesmo tempo, os anos de janela e de arquibancada me deram uma capacidade de ver coisas boas onde alguns amigos, principalmente os mais novos, só enxergam desesperança. Esse é um desses momentos, imagino.

Quem vem acompanhando estas colunas, sabe que fiz campanha para o Zé ficar. Me parece um cara sério, estudioso, com experiência em viver o Flamengo, que sabe o que é este clube e o que significa “Nação Rubronegra” para seus milhões de seguidores. Por outro lado, é inexperiente nas manhas do futebol profissional, e tem coisas que só a experiência ensina. Não é um técnico pronto para a grandeza do Flamengo. Recuar o time contra o Botafogo foi um erro enorme. O jogo era bem disputado, tínhamos defiências na saída de bola, mas o time estava bem postado em campo e aproveitamos as oportunidades para livrar dois gols de vantagem. Era a hora de fechar o meio com um volante combativo, mas que tivesse a habilidade de sair jogando, quem sabe surpreendendo a defesa alvinegra mais uma vez. Era hora de manter a bola no ataque, gastando o tempo com a posse de bola e com novos ataques que mantivessem o adversário acuado. Ao contrário disso, nosso técnico fez substituições que nada acrescentaram, enquanto o mais vivido técnico botafoguense colocava dois jogadores que acabaram definindo a partida. Quer dizer que o Ricardo Gomes é melhor que o Zé? Sim, foi. Nessa partida, foi muito melhor e quase vence o jogo. Mas o erro começou pela escalação. Muito bom ter colocado o Mancuello, e sua atuação em campo provou que a sua escolha era correta. Por outro lado, tirando o Vaz perdemos uma jogada mortal, que é a capacidade do Rafael de verticalizar o jogo e fazer lançamentos para nossos atacantes. O Juan quase que me fez calar a boca, quando acertou uma jogada assim, enfiando um passe de 40 metros que fez a bola morrer mansamente nos pés do Cirino. Mas foi só. O time voltou a ser monocárdico, trocando bolas entre os zagueiros e indeciso sobre como fazer a transição para o ataque. Perdemos um pouco nessa escalação, e o Zé falhou ao não antever isto. Ninguém pode entrar em campo pelo nome ou pela sua história no Flamengo. Gosto muito do Juan, acredito que é muito bom te-lo no elenco, mas HOJE, ele não é titular. Vai ser muito útil durante o campeonato, mas ainda acredito que a disposição do Vaz, ou quem sabe do Donatti, ainda seja mais adequada ao nosso time. Repare que nem estou falando do fato do Juan ter vacilado em vários momentos. Estou falando que o momento era do Rever e Vaz, apenas isso. Ainda sobre a escalação, entendi que o Márcio Araújo, queridinho de 11 entre 10 técnicos, era uma espécie de símbolo de um time se encaixando e que, como o time vinha jogando bem com ele, era natural que o técnico o mantivesse, apesar do fato de que pelo menos metade da torcida (eu incluso) não o considere titular em qualquer time que se proponha a ganhar títulos. Suportei com paciência os inúmeros elogios que se fizeram ao jogador nos últimos tempos e aos que bradavam que era “Marcio Araújo e mais dez!”. Mas vocês viram o jogo ontem? Prestaram atenção no primeiro tempo desse jogador? Em todas as jogadas que precisavam de qualidade técnica ele falhou. Suas 4 ou 5 faltas foram todas erros grosseiros. Falhou seguidamente na marcação e não saiu com a bola limpa em nenhum momento. É esse o Flamengo que nós queremos? Na virada para o segundo tempo, tivéssemos simplesmente trocado o Araujo pelo Cuellar e o jogo seria outro. É preciso acabar com essa “proteção” indigesta ao jogador! Não marca nada, só cerca. Não cria nada, só passa a bola para o lado. E que se dane a estatística que  ele dá muitos passes “certos”, ou que “rouba muitas bolas”. Na prática isso não adianta nada para o time. Jogamos com menos um em todos estes jogos, só não vê quem não quer. Esse jogador foge do jogo, traz em sua covardia um espírito incompatível com que queremos para o Flamengo! E aí vem o motivo de escrever este texto: O Zé vai aprender com as lições de ontem ou vai continuar “caminhando e cantando”?

Lição Número Um: Escale os onze melhores, e não o mais obediente ou dedicado! Temos jogadores melhores que Márcio Araújo e dependendo do jogo, melhor que o Cirino. Mantenha uma zaga forte, mas coloque um volante que dê segurança e saiba sair com a bola quando a retoma.
Lição Número Dois: Abaixe a ansiedade dessa equipe. Aarão é titular, mas oriente o jogador a pensar um pouco antes de tentar tudo de primeira e entregar a posse de bola por falta de capricho! De 75% de posse de bola que tínhamos no meio do primeiro tempo, finalizamos o jogo com apenas 46%! Que estratégia é essa de “liberar” o Aarão? Deixe  o Aarão como volante, surgindo de surpresa, e invista em jogadores com habilidade na frente.
Lição Número 3: O Mancuello é titular. E pode jogar com outro meio campo habilidoso, seja o Diego, se vier mesmo, seja o Alan Patrick, que deve estar de novo pronto para um bom jogo, já que ele tem uam dificuldade enorme de fazer vários jogos em alta performance. E nem sonhem em criticar o Everton nessa partida, já que ele participou de todas as boas jogadas do Flamengo.

E poderíamos continuar listando lições a serem tiradas deste jogo, emblemático para o seu futuro. Eu esperava que a efetivação fosse o ponto de partida para um time ousado e ofensivo. Para ficar com 3 ou 4 volantes em campo chamem o Papai Joel, que sabe fazer isso melhor que qualquer um!!!
Continuo apoiando a manutenção do Zé, tenho a esperança de que ele se tornará um grande técnico e que o Flamengo ainda vai render muitas homenagens a esse profissional, em função de suas conquistas. Mas a torcida tem a paciência muito curta para times que jogam com covardia. Espero que ele reveja este jogo várias vezes, que pense quem deve atuar em campo por seus méritos e capacidade de criação, e que contra o América, a melhor oportunidade que temos de tirar um pouco da diferença de gols que pode ser decisiva na reta final, já vejamos um time que mantenha a consistência e a consciência do que deve ser feito em campo.

Prá cima deles, Mengão! O cachorro escapou, mas o Coelho vai sofrer a ira rubronegra!

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