terça-feira, 30 de junho de 2015

Levanta-te e Anda!


Amigos do Conversa Flamenga, não quero faltar com  o respeito aos católicos e demais cristãos, mas o título e a ilustração desta coluna fazem referência a uma incrível capacidade que o Flamengo tem demonstrado, que é de ressuscitar os “mortos”. Os viceínos conseguiram a quase impossível proeza de estarem pior do que nós no campeonato até a oitava rodada, mas eis que surge o Salvador: o Incrível Exército de Brancaleone rubronegro, capaz de reavivar as esperanças dos piores times do campeonato brasileiro. E olhem que o morto lazarento já estava em decomposição, provando isso durante o próprio jogo, pela falta de iniciativa e de finalizações contra o Flamengo. Mas nada que o Flamengo não pudesse superar em termos de mau futebol, a ponto de ser considerado pelo nosso craque maior como o pior clássico Flamengo e Vasco que ele já assistiu.

Como já dissemos várias vezes aqui, perder é do jogo. Até os melhores times do mundo, do passado e da atualidade, por vezes encontram dificuldades e são derrotados. O que não se pode admitir é um time ficar 30 minutos sem chutar uma bola em gol. O que não queremos ver é um time apático e cansado sem ter vontade de vencer uma partida. O que não devia acontecer é o erro de passes de 3 metros, é a falta de qualquer arrumação tática, é a improvisação sempre mal sucedida de jogadores em posições para onde temos jogadores de ofício. O que não dá para engolir é a felicidade festiva dos jogadores que parecem ser líderes do campeonato, contrastando com a tristeza infinita de seus torcedores aflitos. O que não vamos aceitar nunca é um time cansado em campo depois de poucos minutos de jogo, como se o treino físico tivesse sido exagerado, quando pipocam noticias de farras e de cachaça nas noites. E antes que me esqueça, ACABEM DE VEZ COM O FEITIÇO DA TITULARIDADE DO MÁRCIO ARAUJO! Chega de jogar contra um time que não ataca com TRÊS VOLANTES!  Proíbam o preparador físico de dar declarações e de colocar em prática o tal do “treino concentrado”, que privilegia a intensidade e não o tempo de treinamento. Isso parece coisa de governante que diz que não sabia, um verdadeiro escárnio com a nossa inteligência! Mesmo com o custo de um novo recomeço, rua para quem não sabe comandar um time e banco para quem pensa que pode ser maior que o Mengão. O Flamengo não é só um time, é uma nação. E o respeito precisa mesmo voltar. Não o do patético Vasco. Mas o dos jogadores pela instituição Flamengo. Não fosse essa diretoria composta de homens sérios e o caldo já teria entornado.

A propósito da diretoria, como disse um jornalista estes dias, é nessas horas que os vermes que habitam a escuridão da Gávea voltam a se manifestar. Quem acompanha o Conversa sabe que aqui apoiamos integralmente os Blues em todas as suas ações...fora do campo. No futebol, nunca deixamos de apontar as falhas, criticar os erros nas contratações e esse interminável troca-troca de técnicos. Jamais compactuaremos com quem aproveita esses erros para dizer que a Diretoria é ruim e que é preciso voltar aos tempos irresponsáveis de contratações fora do limite do bom senso. Muitos exageros são feitos neste momento de cabeça quente e de justa revolta dos torcedores. Até porque muitos torcedores não acompanham o dia a dia administrativo e não imaginam o que seria o Flamengo hoje se continuássemos com o tipo de administração que vinha sendo feita no Clube. Mas uma coisa é certa: O projeto dos Blues precisa de resultados no futebol! Se o time chegar no fim do ano na zona de rebaixamento os germes se multiplicarão e não faltarão associados votantes dispostos a votar na “Corja” e a correr o risco de ver o organismo  rubronegro ter uma septicemia fatal, tudo em nome das contratações a altura do Flamengo, e das negociações com empresários suspeitos ou mal intencionados. Presidente Bandeira, garanta pelo menos um papel digno do Flamengo em campo, que a grande maioria da Nação o apoiará ou ao sucessor indicado para continuar o projeto “azul”. E para isso, não precisa trazer o Messi nem o Di Maria. Basta fazer valer o seu espírito de torcedor, tantas vezes demonstrada em entrevistas e atitudes. Coloque este time para treinar duro, acabe com a titularidade dos medíocres, intervenha no futebol e aproveite os valores da base. Nesse momento não estou acreditando mais em disputa pelo título, como antes acreditei; vejo como um sonho a disputa pela vaga da Libertadores; mas ainda acredito que possamos fazer um campeonato compatível com os jogadores que temos, pagos em dia e com todas as benesses de jogar em um clube com a história e tradição do Flamengo.

Por fim, que venha o Joinville. Um time que conseguiu ficar atrás de Vasco e Flamengo neste começo de campeonato, mas que jogará em casa e pode acreditar que a “fase ressuscitatória” do Mengão ainda persiste. Ao que tudo indica, teremos finalmente a estreia de Jorge e Airton nas laterais. No meio, dois volantes e dois meias, na frente dois atacantes. Parece simples e a simplicidade e a dedicação é o caminho para a vitória nesse jogo. Que os jogadores joguem para a frente e ganhem uma sobrevida no respeito da torcida e no seu amor próprio. Que não tenhamos mais Zumbis em campo, porque estes já estão mortos e não sabem. Que o time não precise ter Wallace de atacante nem Emerson de lateral. E que possamos partir para o jogo no Maracanã, domingo, com as esperanças renovadas.

Levanta-te e Anda, Mengão!


quarta-feira, 24 de junho de 2015

Gostar de futebol ou de Flamengo?

Amigos rubronegros, decidi que tenho muito pouco para falar do próximo jogo contra o Vasquim. A vitória é necessária e quase obrigatória, de tal forma que se não fosse o que costumo chamar de “irresistível vocação do Flamengo de complicar jogos fáceis”, eu já estaria contando com os três pontos. Mas já que jogar com o Flamengo é um campeonato a parte para o boquirroto presidente vascaíno, vamos torcer para o o Vice voltar, já que o respeito voltando foi mais uma ilusão do destemperado dirigente, como foi a contratação do Léo Moura. Mas ele diz que Ronaldinho Gaúcho “está 90% acertado”. Tomara.
Por isso resolvi falar do futebol propriamente dito, ou do que temos visto em campo e que vem sendo chamado, imerecidamente, de futebol. Neste último fim de semana resolvi gastar um tempinho de vida assistindo integralmente ao segundo tempo do jogo do Brasil. Não tenho muita simpatia pelo discurso de que “no meu tempo era melhor” nem pela nostalgia sem fundamento. O mundo muda, as coisas se transformam, a evolução (ou a involução, em alguns casos) é inevitável, e não me agrada muito este papo de tudo que é antigo é mais legal. Tem muitas coisas boas acontecendo no mundo, apesar das guerras eternas e do ódio racial e religioso. A medicina evolui, as técnicas de produção de comida também, a ciência e a tecnologia avançam e muitas coisas boas são hoje verdadeiros presentes para a humanidade. Mas no futebol... Corrupção de juízes, roubalheira na construção de estádios, valores absurdos por jogadores medianos, exportação de jogadores em idade juvenil, suspeição sobre dirigentes e entidades, e o pior, a impunidade. Ou seja, ao contrário das demais coisas coisas, no futebol vale a pena ter saudade. Isso de certa forma acontece na música também. E saudade não tem idade. Jovens que não viram o Zico jogar dizem ter saudade deste tempo e deste futebol mágico.

Primeiro é importante dizer porque assistir uma partida da seleção brasileira virou um hábito pobre de emoções. Na minha opinião, o que falta é identidade com o time. Mesmo correndo o risco de ser chamado de “saudosista”, me lembro quando o Saldanha foi escolhido como técnico da seleção e na sua primeira entrevista escalou os onze titulares. Eram “as feras do Saldanha”. Com algumas mexidas do Zagalo, aquele foi o time campeão do mundo em 70, uma das seleções mais cultuadas de todos os tempos no futebol mundial. As pessoas conheciam os jogadores, sabiam que TODOS eram excelentes jogadores, e mesmo sem a facilidade que a televisão nos traz hoje, todos sabiam em que time jogavam e quais suas habilidades. A verdade é que SELEÇÃO significava o que o nome diz! Selecionava-se os melhores jogadores de cada posição e se colocava para jogar. Agora, pense na seleção de domingo. Quem era Firmino, Fred, Fabinho, Fernandinho, Filipe Luis, Neto, e Geferson, antes de estrearem na seleção? Quantos torcedores já tinham ouvido falar deles? Não digo nem que sejam maus jogadores, digo apenas que ninguém tinha visto eles jogarem antes. E quando viram, perceberam que mesmo os bons jogadores não são craques. Não é mais uma SELEÇÃO. É muito mais um “catado” de jogadores que fazem (ou não) sucesso em campeonatos obscuros, na Ucrânia, Emirados Árabes, China, e que parecem ser convocados apenas para se valorizar e arrumarem novos contratos, com grande possibilidade de que os responsáveis pela convocação sejam beneficiados por estas negociações. Não há identidade da torcida com estes “vestidores da amarelinha”. Não há mais aquela discussão gostosa dos torcedores que querem ver os craques do seu time na seleção brasileira. Não sei a solução para o problema. Mas tirando a época da Copa do Mundo (e mesmo assim com muitas ressalvas), a torcida brasileira não é mais a mesma. Porque a Seleção também não mais a mesma. Mas devem existir mais razões para isso.
E assim chego ao segundo ponto da coluna de hoje, e que já explorei em colunas anteriores. Assisti, como disse o segundo tempo inteiro do Brasil e Venezuela, e só me lembro de UM único DRIBLE dado pelo time nos 45 minutos finais. Justamente o drible que permitiu o cruzamento e o segundo gol do Brasil. O fato é que a evolução física dos atletas (pelo menos nos times e países em que o preparo físico é diário e preocupação constante) tornou o jogo de futebol muito mais disputado, com todos os jogadores do meio para a frente marcados o tempo todo de perto. Isso quando o atacante não volta para marcar o zagueiro que se aventura na área adversária. Pois a única maneira de arrumar um espaço nesse futebol de pressão é através do inusitado, do drible, do lençol, da caneta, do elástico. E, tirando o gol, podem ver que é um dos poucos momentos do jogo que arranca gritos da plateia. Um drible bem dado, uma jogada bonita, dá um encanto especial ao jogo. Quantas vezes não dissemos que “a jogada valeu o ingresso”?

Mas reparem a maioria dos jogos que assistimos hoje. É o tal futebol solidário, entendendo com isso uma aborrecida sequencia de passes para o lado, sempre burocráticos, como se o jogador tivesse medo de errar. E como nada é perfeito, acabam errando mesmo, fazendo o jogo, que já era chato, ficar irritante! É uma tristeza constatar que ninguém (ou quase ninguém, para dar chance aos poucos talentosos de personalidade forte) tenta o drible. Quando alguém faz uma jogada espetacular e “humilha” o adversário, sai briga. A própria torcida, iludida pelo discurso da imprensa de “eficiência e jogo de equipe”, não perdoa o jogador que erra dois ou três dribles seguidos, e vaia o coitado. Na próxima o cara vai fazer a jogada da “bola de segurança”, ou seja vai tocar pro lado ou para o jogador mais próximo. Cadê aquelas arrancadas sensacionais, os dribles perto da área, o jogador que para a bola e olha para as pernas do adversário para encontrar um caminho de passar com a bola ao invés de tocar para o lado? O futebol continua com sua magia, dada a imprevisibilidade e ao fato de ser um dos poucos esportes coletivos em que um time teoricamente mais fraco pode vencer o mais forte. Mas cada vez mais os jogadores “obedientes taticamente” são super valorizados em detrimento dos mais abusados e “fominhas”. Porque o futebol precisa do “fominha” também. O verdadeiro “jogo de equipe” é quando cada um contribui ao máximo com o seu talento natural, em prol do gol, da vitória e da alegria da torcida!
Por isso, depois de anos dizendo que eu gosto de futebol, hoje em dia eu digo que nem sei se gosto mesmo de futebol. Eu gosto mesmo é do Flamengo!

E que o Flamengo não venha ressuscitar os mortos mais uma vez, dando mole para este horrível time da cruz de malta, que além de um dirigente da pior espécie agora tem um técnico mais medíocre ainda. E que me desculpem os amigos vascaínos pela falta de respeito, mas foram vocês que falaram nisso primeiro...
Pra cima deles, Mengão!


segunda-feira, 15 de junho de 2015

Galinha ao Molho Pardo


Amigos rubronegros, nesse sábado temos mais uma parada dura para continuarmos na nossa caminhada rumo ao topo da tabela. Finalmente engrenamos uma sequencia de vitórias, e se olharmos os próximos jogos, temos pela frente alguns times que poderiam ser considerados como “galinha morta” não fosse essa mania impressionante que o Flamengo tem de tornar difíceis os jogos que deveriam ser mais fáceis. Depois do Galo mineiro, nosso lusitano e terno freguês talvez já tenha pela frente a estreia do Guerrero, e depois vem, na ordem, Joinvile e Figueirense. Se fosse em outros tempos já estaríamos cantando vitória e com a certeza de muitos gols e 12 pontos seguidos. Mas para preparar essa galinha ao molho pardo, será preciso o ingrediente principal, que é o sangue da galinha. E dos nossos jogadores, a julgar pelo último jogo. É uma partida para entrar acelerado, fechando a porta com quem estiver disponível (Caramujo não, Cristóvão!) e não abrindo mão de atacar  o galo.

Existe uma possibilidade do Emerson já entrar nesse jogo, embora seja difícil imaginar que o técnico vá relacionar um jogador sem ter treinado direito o seu posicionamento em campo. De qualquer maneira, com Cáceres e Armeiro na Copa América e o Jonas mais uma vez suspenso, o segredo desse jogo está na composição da dupla de volantes. Entendo que o Luiz Antonio é uma boa opção para fazer a dupla com Canteros, fazendo o Pico voltar à lateral esquerda e o Pará retornar à lateral direita. Ou manter o Pará na esquerda e estrear o recém contratado Airton na direita. Mas nem sei mais porque fico sonhando com um time sem Marcio Araújo. O sex appeal desse jogador é imbatível e lembra muito a fase em que o Renato Abreu não fazia nada em campo mas nenhum técnico tirava ele do time. Vi recentemente torcedores que dizem ter saudade do Renato. Imagino que um dia teremos alguém com saudade do Araújo. Respeito, porque todo mundo tem direito de ter a sua opinião. Mas tenho a impressão que estes torcedores não viram os jogos do Flamengo. Ou tem uma memória muito curta. Só no último jogo o nosso camisa 8 fez duas jogadas seguidas tão bizarras, que se fosse na pelada da rua o time mandava ele para o gol, que é onde arrumavam vaga os perna de pau da turma.

A nosso favor, devemos finalmente ter um Maracanã cheio. O Programa Sócio Torcedor voltou a crescer, e só em junho já tivemos a adesão de mais de 2 mil novos sócios, mais da metade dos 3.500 que aderiram em 2015. Embora ainda falte o armador do time, os quatro novos reforços vem para cobrir lacunas importantes (meia, lateral direito e atacantes) e a torcida ainda está em paz com o novo técnico, apostando em um cara que parece ser simples, não fica falando para aparecer na mídia e que já conseguiu pelo menos arrumar mais o time. Não fizemos ainda uma grande partida e o Maia parece estar caminhando para o mesmo destino do Mugni, mas pelo o time melhor distribuído em campo. Quem sabe uma segunda semana inteira de treinamento, com foco no acerto de passes, e a volta do Samir, que vem jogando bem, não nos leva a apresentar um bom futebol contra os mineiros?
Acredito que com mais de 50 mil torcedores no Maracanã teremos um clima para virar de vez a página da confusão e fazermos o resultado que nos permitirá embalar no campeonato e faturar os jogos seguintes com menos sustos do que os que temos passado neste Brasileirão.
A torcida merece uma apresentação de gala e não do Galo. Até porque, galo que valia a pena ver jogar era o de Quintino.

Pra cima deles, Mengão! Honrem o manto e mostrem que sangue de urubu tem poder!

quarta-feira, 10 de junho de 2015

A hora é de se esforçar para subir ... na tabela !


Amigos rubronegros, depois de várias colunas escritas em momentos de tristeza e de decepção, com textos que tentavam elevar a nossa moral de torcedores e dar esperança em dias melhores, finalmente vamos para o jogo de sábado depois de uma vitória, magra e sem ter apresentado um grande futebol, mas pelo menos com os três pontinhos na sacola. Não dá para ficar eufórico com a vitória, pois quem acompanhou o jogo sabe da dificuldade que foi conseguir o gol, mesmo contra um adversário que praticamente não jogou. De concreto mesmo, mais uma defesa salvadora do Paulo Victor e uma boa atuação do Jonas. Fora isso, continuamos sem muita criação no meio campo e com poucas oportunidades de finalizar. A esperança é que pelo menos estamos tendo uma semana inteira para treinar.
Até muito pouco tempo atrás, a única contratação que podíamos dar nota 10 era a do Cirino. Pois ele foi barrado no time titular no treinamento desta semana. Já entendemos que o Mugni não será o nosso 10, e o Maia ainda não provou nem que pode ser titular no time. Mas o Cristóvão começou testando o Everton centralizado no meio campo e depois colocou ele pela esquerda, na vaga do Cirino. Confesso que não tenho opinião formada sobre essas experiências, embora elas me preocupem, pois tenho um amor incondicional pelo modo SIMPLES de jogar futebol.  Li também declarações do Luis Antonio falando sobre a obsessão do novo técnico com o acerto de passes. Acho louvável, mas como tenho visto muitos erros de passes MUITO curtos, me parece que o treinador vai precisar de muito treinamento para corrigir isso. Muito mais do que uma semaninha...
Mesmo sem ter informações detalhadas sobre o modelo de preparação física vigente no Flamengo, tenho acompanhado o que sai na mídia sobre os treinamentos e a programação publicada no site do clube. Essa semana, por exemplo, o time vai treinar às 15:30, de segunda a quinta feira. Na sexta, treino às 10:00 e viagem em seguida para Curitiba. Tudo bem, eu não sou um especialista, mas pergunto: Isso basta? Nesta quarta, por exemplo, o treino acabou as 17:00. Basta treinar uma hora e meia por dia para se preparar para um jogo? Essa é a melhor maneira de aproveitar uma semana inteira de folga entre os jogos oficiais?
Não quero assumir o lugar de quem joga pedra, mas quem acompanha o Conversa sabe que não nego apoio ao clube, à esta Diretoria e a quem estiver vestindo o Manto.  Mas considero uma hora e  meia por dia muito pouco para quem precisa desesperadamente pontuar no campeonato, para quem está com técnico novo e para os altos salários pagos aos profissionais. Qualquer esporte de alta performance precisa de muito treino para capacitar o atleta. Não acredito que isso seja uma prática dos melhores times do mundo. Vejo o nosso time com jogadores que cansam ainda no primeiro tempo, e as imagens comprovam isso. Que se fizesse uma manhã de exercícios e apuração da forma física, e treino com bola a tarde! De novo, esclareço que não tenho qualificação nem competência para determinar qual o melhor esquema de treinamento do time, mas com certeza não é com uma 90 minutos diários que vamos nos diferenciar dos demais times no campeonato.
Não tenho lembrança da Copa de 1966, mas o que leio sempre é que ali o Brasil aprendeu que não bastava ter jogadores técnicos, que precisávamos ter jogadores fisicamente preparados para entrar em campo. A seleção de 70, tão glorificada na história do futebol mundial pela habilidade e técnica, treinou três meses inteiros para se preparar para a Copa, ou seja, o time chegou nem Guadalajara esbanjando preparo físico. Os times europeus, a partir dali, montaram modelos de treinamento que fizeram de seus jogadores verdadeiros atletas em campo. Demorou para que eles conseguissem juntar técnica ao lado físico, mas hoje qualquer jogador de time europeu é antes de tudo um atleta. Sempre ouvi muitas histórias de jogadores que fazem panelinhas e derrubam técnicos, principalmente se o treinador inventa de colocar o time para treinar mais. É preciso ter coragem para implantar um novo método e cobrar este empenho. O Muricy, pelo que já li e ouvi, costumava fazer UM DIA DE TRABALHO inteiro, com seus jogadores, e foi assim que o São Paulo foi campeão brasileiro várias vezes.
Também não entendi o afastamento do Wrobel como responsável principal pelo futebol do Flamengo, mas não tenho sobre ele nenhuma admiração especial que me faça lamentar o fato. Deve ter feito um bom trabalho antes para ser considerado para um cargo tão importante com a mudança de direção. Mas se a passagem da direção para um Comitê Gestor do Futebol, onde agora o Rodrigo Caetano participa formalmente, quer realmente gerir a crise causada pela conquista de apenas 4 pontos em 18 disputados, está mais que na hora de se rever este modelo de treinamento, e a disposição deste grupo de se sacrificar um pouco mais para chegar longe neste campeonato brasileiro e na Copa do Brasil. Rever o departamento médico e a preparação física do time é tão importante quanto contratar bem! Chega de moleza, moçada! O Coritiba vem mal no campeonato também e este grupo precisa esquecer o mando de campo e fazer muitos gols para superar os seguidos erros de arbitragens e levar o Flamengo às posições intermediárias com várias vitórias seguidas!

Pra cima deles, Mengão!