sábado, 30 de agosto de 2014

Pimenta no dos outros é refresco


Amigos frequentadores e "espiantes" (by Roni) do Conversa Flamenga, lá vamos nós, corações e mentes, para a apimentada boa terra baiana. Esperando e confiando que o time vai ser aquele que vinha jogando e não o catadão apático que foi na nossa última exibição. Esses três pontos podem nos levar ainda mais para cima na corrida deste primeiro turno, surpreendentemente nos deixando na primeira metade da tabela. De derrota, nem vou falar, porque se o “profexô” der aula o Vitória será derrotado. Mas se o professor for o Pardal e resolver inventar, teremos problemas novamente, e arrisca a pimenta arder no nosso. O adversário não assusta e vencer lá é perfeitamente possível. Já estou até concordando em começar com Messi Araújo, desde que a entrada de Mugni e Eduardo se concretize. 

Uma pesquisa de um site mostrou que o Flamengo, dos 21 gols que tomou nesse campeonato, sofreu 11 gols nos primeiros 25 minutos do primeiro tempo. Por isso temos essa sensação de que estamos sempre sofrendo nos nossos jogos: Passamos quase todos os jogos correndo atrás do prejuízo! Ao contrário do que apregoei em outros jogos, o Flamengo dessa vez precisa jogar com inteligência e pensar em não tomar gols no início do jogo, até que o time descubra a melhor maneira de vencer o jogo. Isso Não significa abrir mão de atacar, mas segurem os zagueiros atrás até que os caminhos para o gol adversário se revelem!

Isso lembra duas coisas que vem me assombrando. A primeira é que o Flamengo “demora para pegar no tranco”. Na maioria das partidas o time parece demorar a encontrar a melhor forma de jogar. Essa demora pode até ser a causa de tantos gols sofridos nos primeiros minutos. Quando o time adversário marca em cima, o Flamengo tem grandes dificuldades. Pode ser uma questão de auto confiança, ou simplesmente de falta de entrosamento. Mas é um aspecto que eu espero que o Luxa tenha reparado e atue para mudar. A outra coisa eu vou repetir de teimoso, mas não posso deixar passar: Parem com estes chutões bestas para o outro lado do campo! Saiam jogando, coloquem a bola no chão e vamos de passe em passe, aluguem o meio campo e joguem verticalmente!
Se mesmo ganhando já vínhamos cometendo este erro, neste último jogo a insistência em “rifar” a bola levou os torcedores às raias da loucura. Uma rápida consulta ao FootStats indica que neste jogo contra o Coritiba o Paulo Victor fez 26 lançamentos errados (entendo que errado é quando a bola é dominada pelo outro time) e apenas 5 certos! Isso significa que de 31 posses de bola (bola na mão no goleiro é posse de bola nossa) entregamos 26 vezes a bola ao inimigo! Assim não tem time que consiga vencer, pois mesmo quando dominamos a bola podemos errar na sequencia e as chances de finalizar ficam ainda menores. E se não finaliza, não faz gol. Simples assim. Nem sei porque insistimos nesse ponto. Tanta gente ganhando dinheiro lá e ninguém vê isso? Até o Deivid estagiário deve ser capaz de ver isso!!!


Mesmo longe do “nosso” Maraca tenho certeza de que teremos um bom número de torcedores no Barradão. A torcida flamenguista na Bahia é enorme e garanto que todos os lugares disponíveis estarão ocupados. Pela TV, outros milhões de torcedores estarão ligados, torcendo muito para que o time repita suas atuações anteriores e volte com uma vitória! Portanto, jogadores do esquadrão rubronegro, joguem por nós! Joguem sabendo que estaremos em todos os lugares deste planeta torcendo por mais uma vitória e pela despedida definitiva da parte de baixo da tabela. Joguem pelo Juanzito, que não vai estar lá rodando a camisa, mas que com certeza estará ao lado do pai torcendo! Joguem pela reza da Nivinha, joguem pela memória do Sabóia, que tantas obras de arte fez com a paixão da torcida retratada em rubronegra. Joguem para que a torcida continue comparecendo, fazendo a sua parte nesta dobradinha bem sucedida de ingressos com preços razoáveis e torcedores batendo recordes de público. Joguem por cada um de nós que reservamos minutos preciosos para o nosso culto diário, lendo notícias, escrevendo em blogs, no Face, ou discutindo com os amigos de todas as cores. Joguem pelos torcedores flamenguista baianos e do Nordeste, muitos dos quais virão do interior só para ver o Mengão em campo! 
A sorte está lançada! Pra cima deles, Mengão!

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Prato da noite: Saboreando uma coxinha fora de casa


Amigos rubronegros do Conversa Flamenga, por mais que o Luxa já tenha dito que a prioridade é sair da confusão (eliminar o fantasma do rebaixamento no dialeto luxemburguês), e não a Copa do Brasil, como torcedores não admitimos entrar em campo para fazer número. É aquela história de “deixou chegar, ó nós aí de novo!”. A frase não é bem essa mas funciona para dizer que é muito bom que os adversários nos vejam como “sem pretensões”, mas ninguém no Flamengo se conformaria com o papel de meros participantes. Se o Mengão entra em uma competição, o objetivo é ganhar. Se não der, que pelo menos tenhamos uma atuação digna de nossas tradições, de preferência ganhando de alguns peso pesados do futebol brasileiro para nos render umas boas piadas na semanas vindouras.

E a Copa do Brasil (“o caminho mais curto para a Libertadores”) começa nesta quarta, justamente contra o Coxa, o time que enfrentamos recentemente pelo Brasileiro. Não é surpresa nenhuma jogar contra eles e estamos mesmo precisando engatar uma série de bons resultados para descontar uns 5 a zero que andamos tomando dos coxinhas nos anos passados. Precisamos acabar de vez com esta história de que temos dificuldade de ganhar no Sul, em especial no Paraná. Ainda mais agora quando “coxinha” passou a ter outro significado, pelo menos no Facebook, onde coxinha significa correligionário do Aécio, ou pelo menos um almofadinha moral, ou ainda um direitista extremado, na visão dos iludidos. Pois coxinha para mim significa uma belíssima iguaria de boteco, um prato muito bom para comer de noite, fora de casa e acompanhada por uma loura gelada. A propósito, se alguém vier a São Paulo e tiver tempo, aproveite para visitar o Bar do Veloso, onde se encontram as coxinhas da ilustração acima. Espero com esse “merchant” ter feito jus ao uso gratuito da ilustração... Elas são realmente especiais, crocantes por fora e cremosas por dentro.

Quanto ao jogo, escrevo antes de saber a escalação final, mas se dependesse de mim deixava o Léo Moura ( O Léo SUS já desaposentou?) e o Reiduardo descansando e vinha com o resto do time. Nesse momento de recuperação no Brasileirão, não é hora de ninguém perder ritmo de jogo. Vejam o bem que tem feito ao Mugni entrar em todos os jogos. A alegria do cara, a fome de bola, a briga para bater o pênalti, tudo isso leva a crer que o argentino quer mesmo é jogar bola. E o Everton? Foi só começar a jogar bem que as contusões passaram a fazer parte do passado. E ainda temos dois jogadores que a cada jogo se mostram mais adaptados e responsáveis pelos bons momentos do time, que são o Canteros e o Marcelo. Luxa, entendo e apoiarei quem você escalar (até o Messi Araújo), mas não é hora de fazer corpo mole, e sair nas oitavas, com apenas dois jogos, não seria bom para a torcida que está prestigiando o time, nem para o time, que está prestigiando a torcida...
Se não der para fazer o um a zero nosso de cada dia, que pelo menos tragam de lá um empate, de preferência com gols, que a torcida no Maracanã conduzirá o time a vitória mais uma vez na quarta feira que vem. É jogo para ganhar na inteligência e malandragem, e isso o Luxa tem de sobra. Pra cima deles, Mengão!

Nota do Editor: esta coluna entra em campo exatamente a meia noite e um minuto deste dia 26 de agosto, quando aniversaria o nosso amigo Douglas Galvão, aliás, no mesmo dia de outro grande rubronegro, Sidney Bastos, já homenageado aqui antes. Quero muito prestar esta singela homenagem ao nosso comentarista de arbitragem, das conspirações e principalmente comentarista da vida, pois suas lições são inesquecíveis, e eu sou muito grato pela presença dele entre nós, com sua experiência no futebol e na arte de viver e conviver! Parabéns, Douglas e muitos anos de vida!


Saudações RubroNegras!




sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Carregando cimento e protegendo a casinha para sair da confusão...


Meus amigos de Conversa, nosso time é formado de metáforas e analogias. E cada torcedor tem a sua história própria de relacionamento com o seu clube de paixão.
No dialeto luxemburguês, carregar sacos de cimento é jogar juntos. É um ajudando o outro, meio que chamar os amigos para uma feijoada e subir a lage junto. Costumam ser tardes muito divertidas.

Proteger a casinha é deixar os buracos fechados. O time precisava mesmo parar de tomar gols seguidamente. Esses dois que entraram já foram muito ruins. Os três pontos contra a Chapecoense estão fazendo falta. Mas melhorou muito com o Marcelo.

Sair da confusão é chegar em quinto lugar. O primeiro a perder a vaga no G4. É o ponto final da escalada para sair de onde estivemos poucas rodadas atrás. Entrar no G4 não é a conversa de agora. Mas se com esse papo e um bom futebol, nos deixarem chegar... Aí todo mundo sabe o resto da história.

Se a torcida inteira estiver fechada com esses 3 pilares da filosofia dele, e o futebol em campo continuar melhorando, os ingressos mais baratos acabam valendo a pena para o Clube. Havia uma saída que não fosse a de manter os preços altos. Maior número de torcedores, mesmo pagando menos, dá mais renda no total. É só achar o equilíbrio.

Dos jogadores que temos no elenco, espero muito ainda de muitos deles. Não espero mais muita coisa do Léo Moura, acho que ele já fez muita coisa e não está atrás de fama. Mas espero do Mugni, do Eduardo da Silva, do Canteros, do Marcelo, do Samir, e do Cáceres eu espero o mesmo de sempre. O Vanderlei é um técnico capaz de usar os jogadores em momentos diferentes, extraindo o melhor de cada atleta. Isso foi o que o levou aos títulos de 10 anos atrás. Que nada distraia a atenção dele nesse percurso.

Será muito bom voltar de Criciúma com a segunda vitória fora de casa. Pode ser de um a zero de novo.

A torcida do Flamengo teve 1.900 ingressos de 19.000. É pouco até para os moradores locais. Ainda vamos encher todos os estádios pequenos e obrigar a que os jogos sejam realizados em arenas melhores. Mas o pessoal local se organizou e através do serviço da Embaixada do Flamengo foi ao Aeroporto receber o time. É uma demonstração de amor que tenta seguir o espetáculo dado pela torcida no Maracanã. Já escrevi que foi uma das vezes em que eu me arrepiei pela TV. Acompanhei cada cântico, quem fez o som fez um belo trabalho na transmissão do PFC. Essa torcida é linda demais!

Vamos pro jogo, moçada. Protegendo a casinha, usando o cimento que já está por lá, e saindo da confusão em definitivo!

Saudações RubroNegras!

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Cozinhando o Galo...



Rubronegros do Conversa Flamenga, é impressionante o otimismo dessa torcida. Já vi declarações dizendo que nos últimos 4 jogos o Flamengo do Luxemburgo só perde em aproveitamento para o Inter, que ganhou todos os jogos, e que com 75% até o final chegaríamos no mínimo ao G4. O fato é que é preciso muita calma nessa hora...
Entendo que certo está o Luxemburgo, que diz que ainda estamos brigando lá embaixo. Qualquer tropeço, com a vitória dos times que estão embaixo, nos leva de volta “à confusão”, como diz o treinador. No último jogo, pela primeira vez neste campeonato, vi o time “arrumado” em campo. Não foi uma partida excepcional e pelo fato de só termos feito um gol, poderíamos até ter saído de campo com um resultado igual, que teria sido um desastre. Mas o time estava bem postado em campo, marcando muito, mesmo sem o Cáceres em campo, e pelo menos a bola passou mais pelo meio campo. Talvez o fato de ter feito o gol aos 16 minutos tenha dado ao time a calma que se faz necessária para jogar na casa do adversário. Boas atuações do Everton, Canteros, Marcelo e um bom primeiro tempo do Eduardo Silva também ajudaram bastante. Mas há que se notar que o Coritiba está jogando muito pouco. Demos um pouco de sorte, mas merecemos o resultado.

Contra o Galo, dois fatores podem ajudar. Pelo visto, a torcida vai comparecer, mesmo nesse horário maluco de jogo que termina quase no dia seguinte, que é dia de trabalho para todo mundo. Além disso, a zaga do Galo é toda reserva, e isso pode nos favorecer. Por outro lado, continuamos com uma dificuldade tremenda de fazer gols. Pelo menos para mim, a paciência com o Alecsandro chegou ao fim. Tudo bem que nesse momento, ganhar de um a zero está muito bom. Se terminarmos o jogo com um golzinho marcado e nenhum tomado, já ficaremos muito felizes, porque o que vale são os 3 pontos, que nos deixaria mais perto dos times que hoje estão com 20 pontos e compõe a turma intermediária da tabela. Não é hora de detonar o time e sim de nos unirmos na corrente que leve o Flamengo para cima. Esse espírito, infelizmente não compartilhado pelos ex-presidentes, é que deve vigorar nesse momento de recuperação rubronegra.

Mas é preciso abrir o olho para vários pontos, e eu espero que o Luxa esteja olhando isso. O Paulo Victor, no último jogo, fez 24 lançamentos de bolas, e 16 viraram posse de bola do Coritiba. Uma vez eu vi um estudo do futebol americano, onde cada jogada é minuciosamente estudada e treinada. Mesmo gostando da criatividade e da improvisação do jogador brasileiro, meu sonho é um time que tenha dezenas de jogadas treinadas, deixando o time adversário mais preocupado em anulá-las do que em criar. E essas jogadas podem começar exatamente na saída de bola pelo goleiro. “Rifar” a bola me parece uma burrice sem tamanho. Deve estar ficando repetitivo dizer isso, mas o time que defende (cujos jogadores estão de frente para o chutão do goleiro) tem sempre mais chance de rebater a bola do que o atacante tem de dominar a bola e virar em direção ao gol! E a culpa não é só do goleiro, também os jogadores precisam se desmarcar ou arrastar a marcação para abrir buracos para quem vem de trás. Nenhum time joga um bom futebol rifando bolas e confiando na sorte para ficar com a posse de bola...

A volta de Cáceres deve reforçar muito a nossa marcação e se o Eduardo Silva continuar progredindo, espero que consigamos não tomar gol e ainda conseguir marcar pelo menos dois. Esse é o meu palpite, sem otimismo exagerado e confiando que o time vem melhorando, longe ainda do que desejamos e do que merece o Flamengo, mas bem melhor do que vinha sendo a nossa derrocada tática. Para isso, falta um último ponto: É preciso finalizar mais a gol! Contra o Coritiba, finalizamos apenas 5 vezes no gol, sendo 4 erradas, ou seja, para fora. Nenhum dos 10 gols do Flamengo foram de fora da área! Tomando de novo o exemplo de outro futebol, desta vez o de salão, um bom jogo de futsal é aquele em que os jogadores passam o tempo todo criando situações para finalizar. E se dissessem que é porque tentamos o drible e perdemos a bola (pelo menos estaríamos tentando), ainda era justificável. Mas no último jogo, tivemos apenas 3 dribles certos (Everton, Mugni e Eduardo Silva), contra 24 dribles certos do Coritiba!

Tudo bem que estatísticas (essas são do FootStats) não dizem exatamente o que foi um jogo. Mas a repetição destes erros nos leva a esse futebol ainda pouco entusiasmante e longe do que queremos ver no Mengão. Não imagino que seja “canja”, mas o Flamengo vai cozinhar o Galo no caldeirão do Maracanã! Saudações RubroNegras!




sábado, 16 de agosto de 2014

DANIEL NA COVA DOS LEÕES


por Carlos Kahê


Ou AS UVAS ESTÃO AZUIS: SOBRE A RESISTÊNCIA DA ATUAL DIRETORIA X ANTIGAS RAPOSAS.

PERSONAGENS PRINCIPAIS: DEUS = Flamengo; BIBLIA = FUTEBOL; DANIEL = Bandeira; NABUCODONOSOR = Marcio Braga.

Deus pega as pessoas, cuida delas, exerce a sua monumental justiça, mesmo enfrentando pragas, enfrentando o dispersar e admonições, flagelos, ruínas, fulminações, transformações, dilaceramentos, dilúvios, incêndios... É interessante observar que Deus, como personagem da Bíblia, parece estar sempre preocupado com a ideia de ser reconhecido pela humanidade. Declara constantemente a sua autoridade, distribuindo recompensas para os que a reconhecem e castigo para os que a rejeitam. Executa truques complicados, convoca a ajuda de pessoas naturalmente justas, que se tornam mensageiras ou executantes dos seus milagres, ou libertadores do seu povo. Cada época precisa ser reconhecida por Ele – ou, noutras palavras, cada geração tem que aprender novamente a lição da sua existência.
Na Bíblia, o drama está sempre no conflito entre aqueles que aprenderam e os que não aprenderam; ou na prova dos que parecem ser incapazes de aprender. Neste contexto será instrutivo deter-se um momento na carreira de Daniel, sem dúvida alguma, figura secundária, se não totalmente apócrifa, que trabalha sem nenhum entusiasmo, na visão de alguns reis pós-alexandrinos. Esta é uma época desfavorável para Daniel e seus correligionários, cidadãos de segunda classe vivendo num ambiente sabidamente hostil. Naquela peculiar simbiose dos reis pagãos e ladinos, súditos judeus, Daniel, ao que tudo indica, é capaz de amenizar os piores excessos dos governantes contra o seu povo, interpretando sonhos, visões e ou aparições noturnas. Sonhos, visões ou aparições noturnas parecem ser um risco ocupacional dos ANTIGOS governantes.
Tipicamente, reis como, Nabucodonosor, Baltasar ou Ciro, tem sonhos incompreensíveis. Consultam vários súditos – mágicos, astrólogos, videntes, sábios caldeus. Como sempre, eles fracassam. Em última instância, Daniel, um judeu, é chamado. Daniel parece ser um homem modesto, corajoso e mais fiel a Deus que sábio: é por meio da oração e da vida simples que ele capta as interpretações dos sonhos que precisa apresentar ao rei a fim de sobreviver.
Em determinado caso, precisa até recriar o sonho antes de interpretá-lo, pois o tolo do rei Nabucodonosor esqueceu-o. Por tal sabedoria, Daniel recebe o posto de ministro, conforme acontecera a José e Moisés, antes dele. Mas não se trata de nenhuma sinecura. Vem nos à mente Carlitos levado para casa todas as noites pelo gordo e rico beberrão e expulso a pontapés na sobriedade da manhã seguinte. Como uma corrente alternada, embora direta, a certa altura, os três irmãos de Daniel são acusados de sacrilégios, pelos espertos caldeus, e o rei os condenam à morte numa fornalha. Deus zela para que sobrevivam ao fogo, mas Daniel deve ter passado por considerável tensão.
Outra vez Daniel, sob a mesma acusação, é atirado às jaulas dos leões, mas sobrevive, incólume, uma noite inteira. Está sendo uma existência de confrontos, sendo que o mais insignificante não foi denunciar o GRUPO diante de todo mundo, porque Deus contou o número de dias do seu reinado e encerrou-os. Como Nabucodonosor e os seus seguidores já sabem até a quantidade de uvas no nicho de Daniel, e conhecem bem a receita do xarope, é bom que Daniel diga que as uvas são azuis, que ainda não foram pesadas na balança, porque se uma vez elas forem lá, certamente ELES (os antigos reis) serão AUTUADOS. MAS NÃO SE ILUDAM SE, antes, ELES NÃO JOGAREM DANIEL NA FORNALHA.

Nota do Editor: Carlos Kahê escreve o dia inteiro, segundo suas próprias palavras. Eu mesmo já tinha ficado surpreso e admirado com sua poesia diária e facilidade de verter em palavras as lágrimas e constatações da vida diária. Sua chegada ao Conversa foi aos poucos, até o dia em que mandou este texto, completamente diferente de tudo que já publicamos aqui. Esperamos que gostem e que sirva como um instrumento de reflexão. Como não tenho essa arte toda do Kahê, vou pro popular mesmo: Fiquei injuriado de ver a tal carta dos Ex Presidentes ganhar destaque na mídia, com tão pouca reflexão crítica.! Simplesmente dão destaque como se fossem pessoas do bem com nobres intenções de "ajudar o Flamengo". Ora bolas, se os salários estavam atrasados, e esse fato, por exemplo, assustou um reforço pretendido pela diretoria, isso se deve exclusivamente a uma questão judicial oriunda da gestão de um dos principais "ex", o mesmo que dias antes havia dado declarações tão irresponsáveis que nem merecem ser repetidas. Como se pagar imposto fosse "coisa de otário". Alto lá! Eu quero o Flamengo Cidadão sim! E acredito fazer parte dessa maioria de rubronegros do bem que também pensam assim.
E esclareço desde já: O apoio ao tratamento correto das questões trabalhistas e fiscais não diminui em nada nossas críticas à administração do futebol! Não queremos medalhões nem jogadores que ainda tentam jogar com o nome. Queremos apenas os jovens revelados na América do Sul que não parecem ter sido observados. Queremos uma base que revele valores para os próximos anos, justificando a fama de que craque nós fazemos em casa. 
Queremos uma colocação digna em qualquer campeonato, até que possamos ter o time técnico e exuberante que a Nação merece. Enquanto isso vamos nos virando com o que temos e com a ajuda de São Judas Tadeu para evitar que os caramujos da vida tirem a nossa alegria. SRN!