quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Que venha 2015, para a alegria desta Nação!


Amigos rubronegros, nessa época, nos anos anteriores, eu sempre colocava uma ilustração do Papai Noel com o saco cheio (de presentes), representando as surpresas que poderíamos ter no time para o ano seguinte. O ano vai chegando ao fim e o sonho de ter um elenco reforçado na reapresentação do elenco, dia 5 de janeiro, não se confirmará no fim deste sono profundo que é este longo período sem Flamengo em campo. E por mais que eu queira um time para disputar títulos, estou QUASE conformado. Vou tentar explicar o porquê, e os amigos conversantes e espiantes que fiquem a vontade para discordar e comentar o assunto.

O ano de 2014 começou com uma boa expectativa. Estávamos classificados para a Libertadores e tínhamos esperança de que vários jogadores desabrochassem e que o Flamengo teria time para brigar por títulos. O título do Carioca, mesmo com o gostoso gol roubado na final, alimentou nossa ilusão. A sequencia, no entanto, nos frustrou mais uma vez. O Jayme de Almeida perdeu a mão do time, a derrota para o Leon nos tirou da Liberta e a contração do Ney Franco se revelou um erro enorme. Passamos pela lanterna do Brasileiro e viramos motivo de chacota entre os torcedores do arco íris. Veio o Luxemburgo e o discurso do carregar cimento, fechar a casinha e sair da confusão. Não foi uma campanha brilhante, mas acabamos no meio da tabela, onde merecemos mesmo chegar.

No ano, em 68 jogos, ganhamos apenas a metade. Verdade seja dita que voltamos a sonhar, ao chegar nas semifinais da Copa do Brasil, ganhando do Galo no primeiro jogo e até marcando o primeiro gol na segunda partida. A partir daí, o elenco superior e o entrosamento dos mineiros se fez sentir, e o fato é que o Atlético Mineiro, enfiando um sonoro 4 a 1 como se fosse uma faca no nosso coração rubronegro, mereceu a vitória e depois o título. Depois de várias demonstrações de freguesia explícita ao longo de sua história, chegou o dia em que o Atlético cantou de galo na visita do Urubu. Nos vingaremos, com certeza. E nada adianta lembrar agora, mas o fato é que o Flamengo jogou com vários desfalques, e eles fizeram falta. A derrota de 4 a zero, poucos dias depois, pelo Brasileiro, mostrou que elenco foi a peça chave para não conquistarmos nenhum título mais expressivo no ano. Perdemos muito com as contusões de Paulinho e Alecsandro na reta final. Everton e Gabriel também andaram fora do time. O promissor Samir interrompeu várias vezes sua titularidade. Eduardo da Silva, mesmo com gols importantes, não só andou pelo Departamento Médico como chegou a ser chamado de Duda 45, pois só conseguia jogar em alto nível um dos tempos da partida. Vamos olhar o nosso elenco atual, ainda sem nenhuma contratação de impacto.

Penso que estamos relativamente bem servidos no gol. Paulo Victor fez importantes defesas e seus erros foram menores que os seus acertos. Cesar, para quem já viu, é um bom goleiro e entendo que o dia em que pegar a titularidade, não sai mais. Não consigo avaliar os dois goleiros mais jovens, até porque só vi um em campo, que entrou para levar um balaço fulminante na cobrança de falta que se seguiu à injusta expulsão do Cesar. 

Nas laterais, torcemos muito para que o Pico esteja se cuidando e volte em forma, para garantir pelo menos o lado esquerdo, já que o Thallyson é uma aposta, sobre quem pouco podemos falar. No lado direito, minha esperança é que o Pará ou o Leo Sus tenha um ano melhor e mostre capacidade de serem titulares com a saída definitiva do Leo Moura no final do Carioca. Talvez o próprio Pico possa ser improvisado ali, mas para isso precisamos que o Thallyson se revele capaz de assumir a titularidade. Ou que a Copa SP Junior mostre que o lateral Jorge, que já vi jogar bem, possa ser alçado aos profissionais.

Na zaga, com a titularidade de Wallace e Samir, temos Marcelo e Bressan como reservas imediatos, e os eternos juniores Frauches e Fernando, além do Erazo, com contrato até 2016, e do bravo Welington, que volta de empréstimo. Me parece até um excesso de jogadores para a posição e com certeza alguns serão negociados ou emprestados.

Para a posição de volantes, além do Cáceres e Canteiros, titulares absolutos, temos o Luis Antonio (se ele ficar mesmo), Muralha, Amaral e Márcio Araújo. Tirando os titulares, não dá para esperar muito dos demais. Luis Processinho Antonio deve ser negociado, mas deve estar estranhando que ninguém chegou junto do Flamengo para pedir seu passe. Márcio Araújo renovou pela sua capacidade de agradar ao técnico, mas o que o time perde em objetividade com ele faz com que desejemos que ele nunca entre como titular. Muralha “Jogo pra Caray” ainda não mostrou a qualidade e efetividade que sonhávamos quando o víamos na Copinha de 2011. É outro que pode ser negociado, se aparecer comprador. E ainda temos o Recife, que me parece limitado, e que acredito que será novamente emprestado. Mas com um time acertado nos demais setores, os jogadores que temos podem sim dar conta do recado. Não como titulares, mas para a eventualidade de uma contusão ou suspensão do Cáceres e do Canteros.

No meio campo é que a porca torce o rabo. Temos Gabriel e Everton, titulares hoje, e mais Mugni, Artur Maia, Igor Sartori (pelo menos no site ele é apontado como armador e não como atacante). E a volta do Tomás, que estava na Ponte Preta. Tenho uma esperança enorme de que o Artur Maiadona seja uma grata surpresa e dispute a posição de titular. Desisti de vez do Mugni e tenho esperança que o Flamengo empreste ele para ganhar experiência perdendo a bola em outro time. Não há como negar que o argentino tem seus momentos, mas a maioria deste momentos é dele perdendo a bola ou tentando jogadas geniais pela ponta esquerda. Ou seja, não é o meia que precisamos, nem parece que vai ser o jogador decisivo que precisamos nesta região do campo. Aqui, no meio campo, considero que temos a nossa maior carência. Aliás, não sou eu quem diz, a própria direção já disse, pela boca de dirigentes e do próprio técnico. Mesmo que não consigamos este jogador para começar o ano e fazer a pré temporada junto com o elenco, entendo que os Blues não podem parar de procurar este jogador. E não pode ser um qualquer. Sempre imagino um jogador do tipo do Diego Ex-Santos, ou do Riquelme nos bons tempos. Aliás, dizem que o Riquelme está procurando clube aos 36 anos. Se ainda jogar um terço do que já jogou, bem que podia ser nosso novo Pet...

Por fim, para o ataque temos Eduardo e Nixon, a meu ver titulares no elenco atual, Alecsandro (21 gols em 2014), e Paulinho (espero que tenhamos em 2015 o Paulinho de 2013 e não o de 2014). Nem conto mais com o Elton, que eu desejo que siga o caminho do Artur e só apareça na Gávea para tomar café. É outra posição que entendo como carente, porque falta um titular incontestável, um goleador que inflame a torcida e nos leve às goleadas tão em falta na nossa história recente.

Não é uma análise promissora, mas não é time para lutar pelo rebaixamento, ainda mais que já pegou um certo jeito de jogar, uma arrumação tática que o Luxa teve o mérito de consolidar. Como todo rubronegro, sou otimista e acho que dá para faturar o Carioca mais uma vez, lutar entre os 4 melhores da Copa do Brasil e do Brasileirão. Se o preço de ter um Flamengo Potência nos próximos 10 anos for passar mais um ano dessa forma, aceito. Não vai ser com anistia e a continuidade da prática de malversação do dinheiro do clube que se farão grandes clubes daqui para a frente. Um dia a CBF será higienizada, a Fifa será moralizada e só os clubes realmente grandes, como o Flamengo já é por sua torcida, e administrados de forma séria, terão sucesso e se tornarão campeões de impacto mundial. O Flamengo merece este destino eu acredito que pela primeira vez em muitos anos temos gente dirigindo o clube que é capaz de nos levar a este destino de glórias.


Que venha 2015! E Saudações RubroNegras!

domingo, 14 de dezembro de 2014

A Hora da Xepa

Amigos rubronegros,  o fato é que estamos todos na famosa SAR, a Síndrome de Abstinência Rubronegra. Só em fevereiro do século, digo, do ano que vem, o Flamengo voltará ao campo para uma partida oficial. Em Janeiro teremos uma competição em Manaus, que pelo que ouvi será chamada de Superseries, e reunirá, além do Flamengo, os elencos de Vasco e São Paulo. Deve servir como um teste para ver o quanto gozaremos os vascaínos em 2015 e como será o desempenho do nosso time frente a equipes mais qualificadas, como a do São Paulo. Mas até lá, vamos viver de especulações sobre quem vem e quem sai. Confesso que isso nem motiva muito a fazer textos sobre o Flamengo, porque a maioria das negociações sobre as quais lemos não se confirmam, algumas vezes porque era mera especulação da imprensa (que também sofre da síndrome de falta de notícias sobre o clube que mais audiência gera) e outras vezes porque a negociação vira um leilão insano, como a do jogador Dudu, pelo qual aparentemente o Flamengo teve mesmo interesse.

Para o coração rubronegro, a dúvida é atroz. Devemos partir para o mercado de qualquer maneira ou continuar na política de “pés no chão”? Tenho visto muito rubronegro bem intencionado achando que o Flamengo merece um time para disputar todos os campeonatos e não apenas para fazer número, e que isso vale "um esforço financeiro especial". De minha parte, fico no meio termo. Apesar de concordar que investimento em craque é sempre bom e leva o time a maior receita, entendo que não podemos abrir mão do conceito de clube cidadão, e que isso não significa apenas o resgate da normalidade fiscal e trabalhista, mas também a contratação de jogadores com salários que possamos pagar em dia. E mesmo com a desoneração na folha salarial de algumas dívidas antigas que estão se encerrando, isso não significa que tenhamos que voltar a crescer esta folha de forma absurda, ou teremos não só a volta da falta de pontualidade  nos pagamentos do elenco como a possibilidade de grandes dívidas serem feitas com jogadores que não dão certo mas que temos que cumprir o contrato. Imaginem se a diretoria resolve dispensar mesmo a lista de 19 jogadores que nós propusemos aqui no Conversa? Não ia ter dinheiro para mais nada, só para pagar as rescisões...
Até agora o maior reforço apresentado é o diretor de futebol, Rodrigo Caetano, de quem a diretoria era fã desde que assumiu. É dos “contatos privilegiados” dele que se espera resultados imediatos, pois em janeiro o time precisa começar a treinar e se preparar para um ano que esperamos que seja melhor que foi este 2104. Confesso que não me entusiasmo muito com contratação de técnico, dirigente ou comissão técnica. Sei que é importante uma boa equipe e sei que faz parte da responsabilidade da diretoria buscar os melhores profissionais. Vi o que sofremos quando erramos a mão e tivemos técnicos medíocres ou preparadores físicos incompetentes. Mas o que eu como torcedor quero mesmo é craque, é jogador para arrebentar em campo e fazer a inveja do arco-íris. Especificamente, o que mais quero é um camisa 10, um meia armador que decida um jogo, que seja responsável por metade do gol, deixando os companheiros na cara do gol, driblando no bico da área, ou batendo uma falta com espantosa habilidade e precisão. Não existirão dois Zicos no mundo, mas o nosso sonho é ter um jogador que se aproxime, pelo menos, do jeito do Galo jogar. Simples assim...

Em um momento como esse, de intensa disputa pelos melhores jogadores do mercado, confesso que não entendi a declaração de que temos 30 milhões para contratar. Quem estiver vendendo ou negociando vai crescer o olho, provavelmente os preços serão inflacionados. Não era a hora de ficar na moita e dar o bote certo? Falam que estamos buscando na Argentina bons jogadores para compor nossa cota de gringos, mas e os demais países, não possuem bons jogadores? Aqui mesmo no Conversa o Douglas já fez uma lista enorme de bons valores, incluindo vários colombianos, que aos poucos estão sendo arrematados por times que parecem acompanhar de perto as competições sul americanas. Arrascaeta, Gedoz (este é brasileiro), Medina, agora o Pratto, todos estes já foram contratados. Ainda estão por lá o Mejia, Cardona, Cardenas, Bocanegra... Já os jogadores que se apontam como alvo do interesse do Flamengo  e que jogam nos times russos e ucranianos custam um absurdo de dinheiro, e muitos já não deram certo lá, será que vale a aposta?
Dos que se falaram (e nem sei se passou mesmo pela cabeça dos dirigentes contrata-los), confesso que não tenho simpatia nenhuma por Sóbis e Wagner, mas gosto muito do Marcelo do Atletico PR. Não conheço o suficiente de Rômulo e Barrios e espero que Zé Roberto e Cleber Gladiador seja apenas uma brincadeira. O Zé até é bom jogador, mas contratar alguém com 40 anos hoje seria uma loucura completa. Dos que estão no elenco, vou gostar bastante se emprestarmos o Luis Antonio e o Matheus (esse podia ir de vez) e se ao Chicão e Artur se juntarem o Elton e o Erazo, espero que um empréstimo seja arrumado para o Mugni, Muralha e Recife. Não acho que sejam craques, mas era esperada a renovação do Nixon e infelizmente do Márcio Araújo, jogador “tático” que todo treinador gosta de ter no elenco. Não sei nada sobre este Thallyson e gostei muito do “vídeo” do Artur Maia. Tomara que seja uma aposta que dê certo e que ele e Paulinho (esse ano ficou devendo) tenham um bom ano em 2015. Por fim espero que Bruninho e Val não fiquem, e que o Tomás e o Rafinha  decidam sua vida no Flamengo: Ou jogam muito ou se mandam de vez. O negócio é descoupar a moita!

Portanto, estimados dirigentes, não deixem para a última hora para ir à feira, porque a xepa nem sempre é vantajosa. No negócio do futebol os últimos não são mais baratos e a qualidade com certeza é menor!

Saudações RubroNegras!