por Vagner Macedo
Como será que
ficará marcado o dia 23/03/2017??
Nesse dia
tivemos duas péssimas notícias para o futebol brasileiro. A primeira foi a
manutenção da concessão do Maracanã nas mãos dos empreiteiros e “amigos dos
amigos” dos comprovadamente corruptos que, até bem pouco tempo atrás,
governavam o Estado do Rio de Janeiro. A substituição da Odebrecht pela Lagardère pode ser comparada com a saída do ex-meia
do Flamengo, Carlos Eduardo, para a
entrada do não menos “valoroso” Walter
Minhoca. Ou seja, conseguiram piorar algo que já estava muito ruim.
Além disso,
ainda tivemos outro grande golpe no futebol brasileiro. A CBF e seus asseclas,
vulgo Federações Estaduais, conseguiram fazer o impossível. Ou seja,
conseguiram burlar a lei na mais cara dura possível. E não sei se os clubes
terão força e/ou disposição para tentar reverter a vergonhosa manobra
pró-Cartolas que eles estabeleceram ontem.
Para quem
ainda não sabe, a CBF e comparsas, digo, associados, conseguiram transformar a
federação do Acre, a do Amapá ou a de Roraima (pode escolher) em forças
determinantes do futebol nacional. O que quero dizer com isso?? Quero dizer que
essas e outras entidades “importantíssimas” do futebol brasileiro têm,
isoladamente, mais força que o nosso querido Flamengo nas decisões do futebol
nacional. Afinal, com a mudança do Estatuto da CBF, o voto dessas entidades
passa a ter peso “três” nas votações
da CBF; enquanto Flamengo, Corinthians, São Paulo e demais times da série A do
Brasileirão terão apenas peso “dois”
nessas mesmas decisões. O que, na prática, assegura que as federações
continuarão a mandar no futebol brasileiro pra sempre. Ou até alguém conseguir
implodir essa aberração.
O Flamengo,
no meio dessas notícias bizarras, parece que já começou a se movimentar em
função dos novos acontecimentos. Como a administração do Maracanã não mais
poderá ser exercida pelo clube, parece que a movimentação para a construção de
um estádio próprio finalmente começou, de fato, nas dependências da Gávea.
Mal saiu a
notícia de que a Lagardère (“Walther Minhoca”) assumirá o comando do Consórcio
que administrará o Maracanã, o clube anunciou edital para venda do edifício Hilton
Santos, mais conhecido como “Morro da
Viúva”, de modo a permutar o local por outro imóvel. O objetivo?? Todos
sabemos que não é novidade a necessidade de se ter um terreno compatível (ou o
dinheiro necessário) para a construção de um estádio por parte do clube.
A ideia
parecia engavetada enquanto o imbróglio do Maracanã não se resolvia. Como,
finalmente, o desfecho da situação se consolidou, o Flamengo parece mais que
obrigado a colocar em ação o seu plano “B”, já que o plano “A” (que era
administrar o Maracanã) foi para a lama (literalmente).
O problema é
que o plano “B”, por melhor que seja executado, demorará no mínimo 3 anos para
ficar pronto. Onde?? De que maneira?? Com qual capacidade será esse estádio?
Não sabemos ainda. E, pior, nem os dirigentes ainda sabem, pois a briga com as
autoridades corruptas do Estado do Rio de Janeiro promete ser bastante
complicada.
Todo o
contexto normativo parece conspirar contra o Flamengo. Pois a CBF aprovou a
bizarra proibição da “venda de mandos de campo” e, em conjunto, o DESgoverno do
Rio de Janeiro permitiu que uma empresa comprovadamente corrupta vendesse para
outra empresa não muito confiável o controle de um bem que deveria ser do povo
do Rio de Janeiro.
Enfim, TUDO
CONSPIRANDO para que o Flamengo aceite se submeter, de novo, aos desmandos da
Concessionária e da FERJ.
Mas, desta
vez, parece que a coisa será um pouco diferente. Flamengo já está com os
preparativos do estádio da Ilha do Governador praticamente concluídos. Não será
obrigado a se submeter a condições adversas por estar sem local para jogar
dentro da cidade do Rio de Janeiro. E, esse simples fato já nos dá um poder de
barganha que nunca tivemos. E um tempo para colocar os demais projetos (estádio
próprio) em andamento, sem desespero.
Não sei quais
áreas no Rio de Janeiro são as mais adequadas para a construção de um estádio
novo. Não sei se o projeto do estádio em Niterói é viável como muitos
discutiram alguns meses atrás. Só sei que, a partir de agora, não resta
alternativa ao Mais Querido que não seja construir a “casa própria”. Seja em
termos financeiros, seja em termos de princípios morais em relação aos seus
parceiros comerciais.
O Flamengo
mostrou para quem quisesse ver a capacidade administrativa em relação ao
Maracanã. Fez o que nenhum outro clube teria condições de fazer (nem grupos
privados) ou vontade de fazer. Deixou em condições de receber mais de 60 mil
torcedores um local que, semanas antes, parecia um mausoléu abandonado.
Investiu R$ 2 milhões do próprio bolso para receber com mais conforto o seu
torcedor em uma competição importante.
Mas, mesmo
assim, a ala corrupta dos políticos do Rio de Janeiro simplesmente “lavou as
mãos” em relação ao Maracanã. Deixando que negociassem o patrimônio público
como se tivessem direito total sobre ele.
Agora, sim, acabou!!! Não dá mais pra
esperar bom senso por parte desses caras nem dá tempo de esperar por medidas
judiciais que podem demorar anos para serem implementadas (anulação da
licitação). O Clube de Regatas do Flamengo terá que colocar o “bloco na rua”.
Terá que efetivar todos os planos que estavam engavetados à espera do Maracanã.
Perde o
Flamengo, perde o Rio de Janeiro, perde o povo carioca e, principalmente, perde
o futebol brasileiro. Só que, ficar lamentando não adiantará de nada. Os
rivais, bobinhos, ficam ironizando a nossa dificuldade em relação aos estádios
para jogar. Um deles faz questão de sequer alugar um espaço que também é
público, mas que está sob sua concessão. Outros nos chamam de “sem teto” e
coisas ainda mais chulas. Então, já que o negócio é pensar em si próprio, o
Flamengo precisa verificar o que é melhor para si e colocar em prática o quanto
antes.
Depois não
venham reclamar que o Maracanã, por culpa única e exclusiva do Estado do Rio de
Janeiro (e com o apoio indireto da torcida arco-íris), tenha se transformado em
mais um “elefante branco” no país do
futebol.
SRN a
todos!!!
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