sexta-feira, 29 de maio de 2015

Um patético final e um novo começo


Amigos rubronegros, eu sempre busco a explicação para o futebol ser essa paixão avassaladora que faz pessoas sérias (e as menos sérias também) perderem a cabeça e se transformarem em torcedores fanáticos, capazes de mudar de um estado de profundo desânimo para uma euforia completa em muito pouco tempo. Com certeza um dos motivos é a rapidez com que as coisas mudam, mesmo que essa mudança ainda não seja concreta, seja apenas anunciada. Há poucos dias atrás uma boa parte dos rubronegros se dizia cansada de torcer e os mais mentirosos até falavam em deixar de acompanhar os jogos. E de fato, ver aquele time sem rumo, sem criatividade, sem dribles e sem nenhuma concepção tática funcional era de dar dó. Mas um monte de coisas aconteceram, ou estão acontecendo, ou vão acontecer, e hoje tivemos a notícia da contratação daquele que vem sendo considerado o melhor atacante da América do Sul. Para não me perder, resolvi organizar por tópicos:
1.     O Zé das Medalhas está em cana! – E não foi pela medalhinha que ele furtivamente embolsou durante a premiação da Copa SP Jr de 2012. Nem foi pela acusação sempre lembrada de ter sido o delator que levou à prisão de Vladimir Herzog, que morreu nos porões da ditadura. Foi pelo FBI e pela polícia suíça, por acusações de corrupção que podem lhe render uma cadeia até o fim da vida. Pouco importa a razão dos Estados Unidos estarem envolvidos no assunto, se é para infernizar a vida do Putin ou se é porque se considerarem os guardiões da moralidade mundial. O que será registrado pela história é que pelo menos um dos grandes corruptos do futebol brasileiro está preso e deve ser condenado, dado a profusão de provas já apresentadas. Abrindo mão da soberania nacional, queria avisar ao Éfibiái que por aqui existe a FERJ, que o antigo presidente da CBF tem residência em Miami, e que a lista de corruptos brasileiros engrossa a cada dia...
2.     Chega de arame liso! – Acho que foi o amigo Gustavo, de Brasília, que pela primeira vez grafou esta expressão, pelo menos no âmbito esportivo. Existe um tipo de arame que não tem aqueles nós, e portanto não machuca quem nele encosta. Serve para cercar e não corta. Pois a impressão que este time do Flamengo estava passando era exatamente essa: Cercava, cercava, mas não cortava a jogada. Por mais volantes que o técnico anterior colocasse em campo, simplesmente não funcionava. Pois que isso acabe, seu Cristóvão! Já ouvi dizer que o novo treinador gosta de esquemas ofensivos (e nós também), mas não dá para chegar a lugar nenhum levando dois gols por jogo, em todos os jogos! Seja com Cáceres e Canteros, seja com Jonas, o importante é que os jogadores se apresentem, arrisquem ser driblados para deixar quem está na cobertura ficar com a bola, mas que efetivamente façam o seu papel de defensores.
3.     Um novo começo – Uma pena mesmo termos perdido quase um semestre sem conseguir ganhar conformação tática, sem repetir a escalação e sem nenhum padrão de jogo. Apesar das contusões, culpa ou não da preparação física da comissão técnica que já se foi, era nítido que o treinador não estava mais sendo apenas o treinador. Basta ver as suas declarações finais, patéticas, sem nenhuma menção aos fracassos de campo. Mas bastou o Jaime colocar em campo um time equilibrado (a opinião é minha, mas um time equilibrado tem dois zagueiros, dois laterais, dois volantes, dois meias e dois atacantes) que o futebol voltou a aparecer. Não foi um primeiro tempo magnífico, mas a contusão do Almir e entrada do Araújo destruiu uma arrumação provisória que certamente levaria o Flamengo à vitória sobre o bem arrumado time do Náutico, que vem de uma sequencia longa sem perder. Para justificar o que digo, já que usei estatísticas em outras colunas (Fonte Footstats), fizemos neste jogo 16 finalizações, sendo 7 no gol. Demos 9 dribles, sendo 7 certos. Acertamos 9 das 10 viradas de jogo e erramos apenas um dos 20 desarmes realizados. Números MUITO melhores que os do jogo anterior, por exemplo. Com o Cristóvão, a esperança é que ele se concentre apenas no time em campo, que sua aparente tranquilidade gere uma boa relação com os jogadores e com a diretoria, de forma que ele consiga extrair o máximo deste elenco, que já não está entre os piores do campeonato, e com mais alguns encaixes “pontuais” pode de fato aspirar a uma vaga na Libertadores 2016.
4.     A Nova Camisa – Ficou linda! Pessoalmente gosto mais das listras que dão a volta inteira no torso, mas a nova camisa está muito bonita e espero que a torcida também pense assim, comprando a nova peça e ajudando com isso ao clube. Aliás, mais do que comprar camisa, o Mengão precisa mesmo é ter um número de sócios tocedores compatível com a sua imensa Nação. Se você está lendo isso e ainda não é sócio, hora de pensar em ser Mengão todo mês e não só todo dia! E que a maldição da estreia de novos Mantos, que costuma acompanhar as terceiras camisas, passe longe dessa vez e nós possamos faturar esses três pontos fundamentais para esse novo começo, justamente em cima da tricolada!
5.     CHUPA ARCO ÍRIS! – Por fim, faltou dizer que o orgulho rubronegro novamente aflorou com a contratação do Guerrero, e com a expectativa de que os reforços não param por aí. E o orgulho maior não é por termos dado um passo maior que as pernas, é por saber que quem vier, ao preço que vier, será pago em dia, e que esse salto só foi possível porque temos mais de dois anos de administração séria e competente, e que daqui para a frente tudo será ainda melhor! Não estamos enganando a torcida, nem dizendo que o respeito voltou, porque o Flamengo, mesmo em seus piores momentos, nunca perdeu o respeito! Portanto, arco íris de todos as cores e matizes, tremei! O Mengão está chegando! E se deixar chegar, é gol e título!


Pra cima deles, Mengão!

segunda-feira, 25 de maio de 2015

É hora de virar a chave!


Amigos rubronegros, pela primeira vez na vida joguei fora uma coluna inteira, pois ao completar o último parágrafo saiu a notícia da demissão do Luxemburgo. Perdi o texto mas não perdi o rebolado. O objetivo da coluna era mostrar que o Luxemburgo, por uma série de ocorrências, não podia mais continuar mesmo. Ele era mesmo da Turma da Nadadora, não tinha afinidade ideológica com as pessoas honestas que querem o bem do Flamengo. Sua declaração no Programa Bola da Vez, contra as contrapartidas que o clube deve dar para refinanciar suas dívidas, já tinha mostrado isso. Hoje li em uma coluna do Cosme Rímoli que quem plantava as notícias das possíveis contratações era o próprio técnico, por meio de pessoas ligadas a ele. O objetivo disso era no mínimo, nebuloso. O staff do Luxa, em termos de preparação física e de departamento médico, tem nitidamente problemas que outros clubes não tem. A sua insistência com o Márcio Araújo, sempre escalado e nunca substituído, lembra a obsessão que outros treinadores tinham pelo Renato Abreu. Juro que me passa pela cabeça que isso era de propósito, para sair do Flamengo como vítima, demitido, e não passar por vilão ao aceitar a proposta do São Paulo. Enfim, eliminado um dos nossos principais problemas (é claro que não era o único) falta escolher o novo treinador e seguir em frente. Considerando que foram apenas 3 jogos disputados, talvez tenha sido um prejuízo pequeno, face ao que se avizinhava, que era uma nova sequencia de 10 jogos sem vencer, como foi em 2011.

Mas já nesta quarta temos um novo desafio. Para nós, cada jogo da Copa do Brasil é um novo “jogo da vida” neste ano de 2015. Com três rodadas e apenas um ponto conquistado em nove disputados no Campeonato Brasileiro, perseguir o título da Copa do Brasil se torna ainda mais fundamental para as nossas pretensões em 2016. Se vamos mesmo melhorar cada vez mais o time se continuarmos com esta administração,  conseguir a vaga na Libertadores é o objetivo mais importante deste ano de 2015. Afinal, como investir em um time para ficar o primeiro semestre inteiro disputando apenas o viciado e falido Carioca e alguns pouco jogos de Copa do Brasil?

O Náutico vem bem na série B, liderando o campeonato com 9 pontos em três jogos e nenhum gol sofrido. Ah, mas é a Série B, diriam os idiotas da objetividade... E vida de flamenguista é fácil? Do jeito que nosso time tem se comportado em campo, até contra o Íbis eu vou acender uma vela... O fato é que em função da pressão de muitos jogos sem vencer, jogadores questionados e ameaçados pelas contratações que não se concretizam, técnico com sua competência largamente questionada e finalmente demitido dois dias antes, tudo se acumula para enfrentarmos mais uma parada duríssima. E olhe que o jogo é no Maraca, imagine empatar aqui, não conseguir um resultado satisfatório contra o Flu e ir decidir a vaga na casa do Náutico. Portanto é hora de VIRAR A CHAVE para a Copa do Brasil, esquecer o sofrimento do Brasileirão e se concentrar apenas neste jogo. Vale trazer o Zico para dar palestra, reunião da diretoria com o time, chamar na xinxa quem estiver devagar... Não podemos sequer pensar em empatar esta partida. A torcida está merecendo uma folga nas lágrimas e no mau humor.

Imagino que vamos com Jaime de Almeida nesta quarta. Só espero que o amor dele pelo Márcio Araújo não seja incondicional como o era o do técnico anterior. Que ele saiba armar o time para esta partida para dar segurança à defesa (Jonas e Cáceres podem sim jogar juntos), sem deixar de buscar o jogo e agredir o adversário. Que a torcida compareça em peso, mesmo nesse dia e horário ingrato, e tenha motivos para celebrar a volta do seu, do NOSSO Flamengo!

Prá cima deles, Mengão!


quarta-feira, 20 de maio de 2015

A culpa é da base! De 2011...


Amigos rubronegros, esse negócio de escrever sobre Flamengo, como gostam de dizer nos filmes americanos... É complicado!
Depois de mais uma exibição horrorosa durante 75 minutos, justamente contra o clube que pensa que foi campeão brasileiro sem ter jogado contra a elite dos clubestuam  da época, a vontade que deu foi de fazer uma coluna na hora, esculhambando o técnico, os jogadores e de lambuja até a diretoria, que não contrata ninguém. Mas o tempo vai passando e as notícias que chegam não falam bem quase de nenhum time, mesmo dos que estão no atual G4. O Corinthians está dispensando o Sheik, desistindo do Guerrero, precificando o Petros, vendendo a jovem promessa Cassini por míseros 3 milhões de reais, e ainda se fala de outras defecções, como Fábio Santos e qualquer um que interesse a algum clube que tiver dinheiro para comprar. A verdade é que o time paulista tem um estádio bacana, mas caminha a passos largos para a bancarrota. O Santos deve meses de compromissos com jogadores, incluindo o Robinho, e é outro que está contando moedas para manter o time atual. Dos clubes mineiros, que pouco se fala na mídia, tinham uma situação financeira difícil no início do ano e não devem ter melhorado muito. O São Paulo, cheio de estrelas no elenco e em uma crise sem fim, também com problemas para pagar compromissos. E eu poderia continuar esta lista até a segunda página, mostrando a situação ruim que ronda os principais clubes brasileiros. Neste país, só as Federações e a CBF vão bem, ainda que por expedientes cada vez mais escusos e condenáveis. As denúncias jorram e nada acontece, como aliás vem ocorrendo no cenário político nacional. É o país da impunidade!
Todo esse cenário arrefeceu meu ânimo de criticar o Flamengo. Não, eu não estou satisfeito nem conformado com o desempenho da equipe este ano. E reparem, não é das duas partidas no Brasileiro que estou falando. Desde aquele fatídico jogo contra o Madureira que o nosso time só parece piorar, ou no mínimo estagnar em um ponto abaixo da crítica. Estamos há 5 jogos sem ganhar. Não apresentamos jogadas ensaiadas, não nos destacamos pelo preparo físico, e nosso time não tem um armador de jogadas. Continuamos saindo na base do chutão pra frente, seja do goleiro seja dos “lançadores” zagueiros. O time, com exceção dos minutos finais contra o Sport, não parece ter a “alma flamenga”, a vontade de ganhar a qualquer custo. Nesse ponto faço uma exceção para o Pico. Podem dizer o que quiserem desse jogador, chamar de gordo ou de Avenida, mas se tem alguém que me lembra o Flamengo vencedor é esse lateral. Talvez porque saiba que a sua chance de recuperação é essa e agora ainda tem a concorrência do Armero. Mas o fato é que este time não entusiasma mesmo e quem reclama está coberto de razão. Daí vem a tentativa de explicar isso.
Dizem que errar é humano, mas arrumar um culpado é divino! Para alguns, até aqui no Conversa, a culpa é do Luxa. Me vem a lembrança de 2011, quando ficamos, se não estou enganado, 10 jogos sem ganhar com o Luxa, e a troca de técnico se tornou inevitável. Antes disso, tínhamos ficado um monte de jogos sem perder. Mas isso é o futebol. Se não ganhar, a pressão se torna insuportável. Eu, pessoalmente, não estou satisfeito com o Luxemburgo. Mas NESSE MOMENTO, acho que a saída dele só faria mal ao time, e não vejo ninguém que pudesse assumir e ter sucesso. O melhor nome, entre os disponíveis, é o do Cristovão Borges, que já andou por Vasco e Flumimense e não teve tanto sucesso assim. Abelão, Mano Fujão Menezes, Scolari, Celso Roth e outros menos cotados eu nem consigo imaginar no Flamengo. Sampaoli, que seria o meu primeiro nome, não foi conseguido nem pelo São Paulo, que estava disposto a abrir os cofres para traze-lo, mas é difícil tirar alguém da seleção de seu país às vésperas da Copa América e das Eliminatórias da próxima Copa do Mundo. Assim, sobraria a solução caseira, Jaime de Almeida, ou uma solução inventiva, como trazer o Pet, que não tem experiência nenhuma, mas manja muito de futebol. Dá para garantir que estaríamos melhor do que com o Luxemburgo? A meu ver não. Vou esperar pelo menos 5 jogos. Mas respeito quem pensa o contrário e acha que o Luxemburgo “já deu”.
Mas digamos que o técnico não seja o único responsável pelo que estamos passando. Há, é claro, uma boa parcela de culpa dos próprios jogadores. Outro dia alguém fez um comentário de que podíamos trazer o Guardiola que com esse time não faria milagre. Pode ser, mas pode ser também que o Luxa não esteja escolhendo os 11 melhores. Mas confesso que nem eu mesmo sei quem são estes onze. Depender de Eduardo Silva e Alecsandro para fazer gol é apostar no escuro. Achar que o Canteros vai ser volante e meia ao mesmo tempo é uma insanidade. Insistir com Marcio Araújo no time é ser condescendente com a mediocridade. Assim, minha tese para a ruindade dos jogadores atuais é meio maluca: A culpa é do time que ganhou a Copinha de 2011. Neste ano de 2015 deveríamos estar colhendo os frutos daquela geração. Tirando o César, que todos achamos um bom goleiro, e o Frauches, que nunca joga, toda aquela geração foi perdida. Muralha, Negueba, Tomás, Adryan, Lorran, Rafinha, Lucas e Vitor Hugo deveriam hoje ser as peças principais de mais um “Flamengo-Craque a Gente Faz em Casa”. E eu pergunto: Alguém aqui preferia ter um time formado com estes jogadores? É só ver o destino destes jogadores. E eu, que estive no Pacaembu naquele 25 de janeiro de 2011, com mais de 25 mil pessoas torcendo fervorosamente pelo Menguinho, me confesso iludido e descrente. Cansei de fazer coluna para pedir chances para os “moleques”. E eles tiveram estas chances. Mas nenhum daqueles garotos deu caldo. E com isso nós precisamos ir “às compras”, com um cofre combalido e com as dificuldades de gerar caixa no futebol brasileiro. Por isso temos Almir, Maia, Thalysson e Cia. Por isso arriscamos com Cadu, André Santos e Elano. Pode não ser uma verdade absoluta, mas se aquela geração tivesse correspondido como imaginávamos, hoje estaríamos exportando os craques  e investindo só em jogadores para serem titulares e não para “compor elenco”.  Como esperança, nessa semana contratamos mais uma jovem promessa. Se não perdi a conta, é o terceiro jogador de 19 anos que vem para a base do Flamengo, e que se for bem trabalhado já no próximo ano poderá estar no time principal. E temos o sub 15 (ou já é sub 16, não sei) que tem uma geração que promete e vem ganhando tudo que disputa. É dali, da base, que poderá vir o time que nós queremos, complementados com contratações pontuais. Precisamos nos conformar que não virão Messi nem Neymar nos próximos anos. Mas que pelo menos a base dessa vez seja tratada como o futuro do Flamengo, e não dos  empresários. Confio que este é o caminho.

Quanto ao jogo contra o time do Guga, vai ser mais uma pedreira, onde de novo temos obrigação de vencer, até porque na sequencia virão os jogos da Copa do Brasil, FluminenB e Cruzeiro. Ou seja, moleza mesmo só mordendo a bunda do Rei Momo. Mas espero que a volta do Paulinho ajude, e que São Judas Tadeu volte das férias.


Pra cima deles, Mengão!

quarta-feira, 13 de maio de 2015

O sonho acabou?


Amigos rubronegros do Conversa Flamenga, quando os Beatles acabaram, essa foi a frase usada por John Lennon para decretar o fim da banda, para intensa tristeza de seus milhões de fãs. Os Beatles revolucionaram a música mundial, mas a “falta de conjunto” foi crucial para a separação definitiva do grupo, depois eternizada na letra cética e descrente da canção “GOD”. Durante anos as pessoas sonharam com a volta dos Beatles, até que a morte de Lennon tornou isso impossível e o sonho acabou de vez. Olhando a nossa expectativa com o Flamengo para este ano, a hora é de acordar. E é duro acordar para a realidade depois de um bom sonho. Não é ainda o pesadelo de outros anos, mas o fato é que começamos este ano sonhando alto. O carioquinha eram favas contadas, o caminho da Copa do Brasil era um dos mais fáceis de todos os anos (pelo menos nos seus adversários iniciais) e o Brasileiro era para brigar pelo título, pois G4 era obrigação. É claro que muitos rubronegros mais sábios e experientes já diziam que era melhor baixar a bola porque o elenco não era tão bom assim, e que ainda iríamos sofrer muito para ultrapassar 2015.
O carioca foi perdido, e mesmo que tenhamos sido maltratados pela Federação, não adianta esconder o sol com a peneira. Perdemos a Taça GB porque não conseguimos fazer um golzinho contra o Nova Iguaçu, um dos Z4 do campeonato. E perdemos a semifinal porque não fizemos um golzinho no fraco time do Vasco. Não é uma questão de tirar o mérito do adversário, mas nós perdemos, antes de mais nada, para nós mesmos, pela nossa incompetência em fazer gols, e não porque o Vasco foi favorecido ou porque o linguarudo Luxemburgo ficou fora do banco nos jogos finais. De esperança, ainda, resta a Copa do Brasil, que em apenas 10 jogos faltantes pode nos levar à Libertadores de 2016.
Mas vamos deixar claro uma coisa. Não é a derrota para o São Paulo que deveria ter nos acordado subitamente. Quem manja mesmo já viu o perigo na curva desde o começo da jornada. O time não jogou bem este ano ainda. Em alguns jogos, talvez até em função da fragilidade do adversário, tivemos a ilusão de um ataque poderoso, com Cirino “se descobrindo” na nova posição inventada pelo genial treinador, e AlecGOL mostrando que não devia nada para nenhum artilheiro dos outros times do Brasil. Nada mais falso e ilusório. Nosso time não cria, não tem consistência tática e invariavelmente busca se retrair, atrair o adversário e apostar na correria para surpreender a defesa contrária. Nossa jogada mais frequente é o lançamento do goleiro para a linha de ataque. Contra o São Paulo o Paulo Victor fez isso 14 vezes, em nove delas fazendo com que a posse de bola ficasse com os paulistas. De 21 lançamentos feitos pelo Flamengo neste jogo (não é cruzamento, é “lançamento”)  que o site FootStats considerou como “certos”, 17 (vou repetir: DEZESSETE) foram feitos pelos jogadores de defesa!
Mais: nosso time não dribla! No jogo inteiro, tentamos o drible apenas 5 vezes. Vou repetir, APENAS CINCO VEZES! Em 3 oportunidades o Pico manteve a bola aós o drible as as tentativas solitárias de Cirino e Maia não foram bem sucedidas. Eu poderia continuar a citar outros números, mas apenas reforçaria o óbvio: Do jeito que está o pesadelo é uma questão de tempo.

Quem frequenta (ou espia sem comentar) o Conversa, sabe que aqui somos, via de regra, otimistas. Até nos momentos de desespero, quando estamos comentando durante o jogo por exemplo, mesmo com o placar adverso, o que mais se lê é “vamos virar” e “ainda dá para ganhar”. Por mais que lamentemos os desfalques que tivemos no semestre, já era para apresentar alguma coisa mais animadora em termos de futebol. Como sempre dissemos, perder ou ganhar é do jogo. O que realmente preocupa é jogar sempre mal, sem nada ensaiado, sem dribles, sem gols, sem destaques positivos e dando a impressão de que estamos do máximo que é possível arrancar deste elenco.
Pois então vou deixar um recadinho para o nosso bravo time e nosso eloquente treinador, vindo do coração de um torcedor comum, mas apaixonado: “Eu seguro a onda de não ser campeão carioca de vez em quando. Suporto ser vencido por um mistão bem rechado dos bambis paulistas, já que o jogo foi lá e o banco deles era de fato melhor que o nosso. MAS CONTRA O “ISPÓR”, DENTRO DO MARACANÃ, VENCER É UMA QUESTÃO DE HONRA!”   


Não quero ler no noticiário do dia seguinte desculpas por um mau resultado nem bravatas pelo excelente desempenho. Mais do que a vitória, obrigatória no “Maraca que é nosso”, queremos ver um bom futebol! Prá cima deles, Mengão!