Amigos rubronegros,
esse negócio de escrever sobre Flamengo, como gostam de dizer nos filmes
americanos... É complicado!
Depois de mais uma
exibição horrorosa durante 75 minutos, justamente contra o clube que pensa que
foi campeão brasileiro sem ter jogado contra a elite dos clubestuam da época, a vontade que deu foi de fazer uma
coluna na hora, esculhambando o técnico, os jogadores e de lambuja até a
diretoria, que não contrata ninguém. Mas o tempo vai passando e as notícias que
chegam não falam bem quase de nenhum time, mesmo dos que estão no atual G4. O
Corinthians está dispensando o Sheik, desistindo do Guerrero, precificando o
Petros, vendendo a jovem promessa Cassini por míseros 3 milhões de reais, e
ainda se fala de outras defecções, como Fábio Santos e qualquer um que
interesse a algum clube que tiver dinheiro para comprar. A verdade é que o time
paulista tem um estádio bacana, mas caminha a passos largos para a bancarrota.
O Santos deve meses de compromissos com jogadores, incluindo o Robinho, e é
outro que está contando moedas para manter o time atual. Dos clubes mineiros,
que pouco se fala na mídia, tinham uma situação financeira difícil no início do
ano e não devem ter melhorado muito. O São Paulo, cheio de estrelas no elenco e
em uma crise sem fim, também com problemas para pagar compromissos. E eu
poderia continuar esta lista até a segunda página, mostrando a situação ruim
que ronda os principais clubes brasileiros. Neste país, só as Federações e a
CBF vão bem, ainda que por expedientes cada vez mais escusos e condenáveis. As
denúncias jorram e nada acontece, como aliás vem ocorrendo no cenário político
nacional. É o país da impunidade!
Todo esse cenário
arrefeceu meu ânimo de criticar o Flamengo. Não, eu não estou satisfeito nem
conformado com o desempenho da equipe este ano. E reparem, não é das duas
partidas no Brasileiro que estou falando. Desde aquele fatídico jogo contra o
Madureira que o nosso time só parece piorar, ou no mínimo estagnar em um ponto
abaixo da crítica. Estamos há 5 jogos sem ganhar. Não apresentamos jogadas
ensaiadas, não nos destacamos pelo preparo físico, e nosso time não tem um
armador de jogadas. Continuamos saindo na base do chutão pra frente, seja do
goleiro seja dos “lançadores” zagueiros. O time, com exceção dos minutos finais
contra o Sport, não parece ter a “alma flamenga”, a vontade de ganhar a
qualquer custo. Nesse ponto faço uma exceção para o Pico. Podem dizer o que
quiserem desse jogador, chamar de gordo ou de Avenida, mas se tem alguém que me
lembra o Flamengo vencedor é esse lateral. Talvez porque saiba que a sua chance
de recuperação é essa e agora ainda tem a concorrência do Armero. Mas o fato é
que este time não entusiasma mesmo e quem reclama está coberto de razão. Daí
vem a tentativa de explicar isso.
Dizem que errar é
humano, mas arrumar um culpado é divino! Para alguns, até aqui no Conversa, a
culpa é do Luxa. Me vem a lembrança de 2011, quando ficamos, se não estou
enganado, 10 jogos sem ganhar com o Luxa, e a troca de técnico se tornou inevitável. Antes
disso, tínhamos ficado um monte de jogos sem perder. Mas isso é o futebol. Se
não ganhar, a pressão se torna insuportável. Eu, pessoalmente, não estou
satisfeito com o Luxemburgo. Mas NESSE MOMENTO, acho que a saída dele só faria
mal ao time, e não vejo ninguém que pudesse assumir e ter sucesso. O melhor
nome, entre os disponíveis, é o do Cristovão Borges, que já andou por Vasco e
Flumimense e não teve tanto sucesso assim. Abelão, Mano Fujão Menezes, Scolari,
Celso Roth e outros menos cotados eu nem consigo imaginar no Flamengo.
Sampaoli, que seria o meu primeiro nome, não foi conseguido nem pelo São Paulo,
que estava disposto a abrir os cofres para traze-lo, mas é difícil tirar alguém
da seleção de seu país às vésperas da Copa América e das Eliminatórias da
próxima Copa do Mundo. Assim, sobraria a solução caseira, Jaime de Almeida, ou
uma solução inventiva, como trazer o Pet, que não tem experiência nenhuma, mas
manja muito de futebol. Dá para garantir que estaríamos melhor do que com o Luxemburgo?
A meu ver não. Vou esperar pelo menos 5 jogos. Mas respeito quem pensa o
contrário e acha que o Luxemburgo “já deu”.
Mas digamos que o
técnico não seja o único responsável pelo que estamos passando. Há, é claro,
uma boa parcela de culpa dos próprios jogadores. Outro dia alguém fez um
comentário de que podíamos trazer o Guardiola que com esse time não faria
milagre. Pode ser, mas pode ser também que o Luxa não esteja escolhendo os 11
melhores. Mas confesso que nem eu mesmo sei quem são estes onze. Depender de
Eduardo Silva e Alecsandro para fazer gol é apostar no escuro. Achar que o
Canteros vai ser volante e meia ao mesmo tempo é uma insanidade. Insistir com
Marcio Araújo no time é ser condescendente com a mediocridade. Assim, minha
tese para a ruindade dos jogadores atuais é meio maluca: A culpa é do time que ganhou a Copinha de 2011. Neste ano de 2015
deveríamos estar colhendo os frutos daquela geração. Tirando o César, que todos
achamos um bom goleiro, e o Frauches, que nunca joga, toda aquela geração foi
perdida. Muralha, Negueba, Tomás, Adryan, Lorran, Rafinha, Lucas e Vitor Hugo
deveriam hoje ser as peças principais de mais um “Flamengo-Craque a Gente Faz
em Casa”. E eu pergunto: Alguém aqui preferia ter um time formado com estes
jogadores? É só ver o destino destes jogadores. E eu, que estive no Pacaembu
naquele 25 de janeiro de 2011, com mais de 25 mil pessoas torcendo
fervorosamente pelo Menguinho, me confesso iludido e descrente. Cansei de fazer
coluna para pedir chances para os “moleques”. E eles tiveram estas chances. Mas
nenhum daqueles garotos deu caldo. E com isso nós precisamos ir “às compras”,
com um cofre combalido e com as dificuldades de gerar caixa no futebol
brasileiro. Por isso temos Almir, Maia, Thalysson e Cia. Por isso arriscamos
com Cadu, André Santos e Elano. Pode não ser uma verdade absoluta, mas se
aquela geração tivesse correspondido como imaginávamos, hoje estaríamos exportando os craques e investindo só em
jogadores para serem titulares e não para “compor elenco”. Como esperança, nessa semana contratamos mais
uma jovem promessa. Se não perdi a conta, é o terceiro jogador de 19 anos que
vem para a base do Flamengo, e que se for bem trabalhado já no próximo ano poderá
estar no time principal. E temos o sub 15 (ou já é sub 16, não sei) que tem uma
geração que promete e vem ganhando tudo que disputa. É dali, da base, que
poderá vir o time que nós queremos, complementados com contratações pontuais.
Precisamos nos conformar que não virão Messi nem Neymar nos próximos anos. Mas
que pelo menos a base dessa vez seja tratada como o futuro do Flamengo, e não
dos empresários. Confio que este é o
caminho.
Quanto ao jogo
contra o time do Guga, vai ser mais uma pedreira, onde de novo temos obrigação
de vencer, até porque na sequencia virão os jogos da Copa do Brasil, FluminenB e
Cruzeiro. Ou seja, moleza mesmo só mordendo a bunda do Rei Momo. Mas espero que
a volta do Paulinho ajude, e que São Judas Tadeu volte das férias.
Pra cima deles,
Mengão!
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