sábado, 28 de novembro de 2015

Tiro Longo

Amigos rubronegros,  o penúltimo jogo do Flamengo, contra o Atlético PR, pode ser encarado de várias maneiras. Para alguns é simplesmente cumprir tabela, pois a vaga para a Libertadores é matematicamente impossível. Para outros, ainda brigamos por vaga na Sul Americana, mas confesso que desisti de entender esse regulamento, porque as vagas são destinadas não simplesmente a quem alcança uma determinada posição final do Brasileirão, mas também a quem sai de outra competição “antes” de uma determina fase. Por exemplo, o Atlético PR, que entrou na Sul Americana de 2015, ganhou a vaga por ser o melhor colocado no Brasileiro de 2014 QUE SAIU antes da quarta fase da Copa do Brasil de 2015... Idem para Sport, Goiás, Chapecoense, Joinville e Ponte Preta. Já o Bahia entrou como campeão da Copa do Nordeste e o Brasília como campeão da Copa Verde. Ou seja, impossível saber se o Flamengo garante alguma coisa se vencer suas últimas partidas. Mas já que o adversário é o “Furacão”, resolvi rever os dois últimos jogos significativos contra eles. Quem lembra da vitória que nos trouxe a Copa do Brasil em 2013? Quem diria que o Paulinho, autor de jogada memorável que gerou um dos nossos gols, estaria hoje cotado para sair do elenco pela porta dos fundos? E o gol do Alan Patrick de falta na vitória de 3 a 2 no primeiro turno? O que mais uma vez prova a tese de que (tirando o Zico e outros poucos ungidos), não há verdade absoluta no futebol. Em uma temporada o jogador é o máximo, e no outro é simplesmente dispensável por pressão da torcida.
O que nos leva à demissão do Oswaldo, ocorrida na manhã deste sábado. Como é difícil alcançar a unanimidade entre os torcedores! Li, desde o primeiro momento, muitas críticas à Diretoria por ter efetivado a demissão. Da mesma forma que li, durante a semana muitas críticas por NÃO demitir o Oswaldo logo, já que o técnico dos sonhos de boa parte da torcida, o Muricy, estava sendo assediado pelo Galo. Pois eu espero que a contratação do Muricy se confirme no dia seguinte ao da eleição, e acredito que a saída do Oswaldo foi simplesmente para que se fechasse o negócio (sempre condicionado à vitória da Chapa Azul, embora acredite que os verdes também gostariam de ter o Muricy como treinador). O fato é que o Muricy sempre foi um técnico ético, que não costuma fechar negócio com times que tem técnico empregado. Acredito que o Muricy seja mesmo a melhor opção para o Flamengo, tendo em vista os altos valores pedidos pelos gringos consultados (entre eles o Sampaoli, que eu acredito que um dia ainda virá).

Em se confirmando o Muricy, vai ser necessário que a torcida o apoie desde o primeiro momento e que ele tenha tempo e elenco para trabalhar. Precisamos de um “tiro longo”, ou seja, alguém que tenha capacidade e conhecimento para fazer um trabalho de longo prazo no futebol do Flamengo. Não foi a toa que o único técnico que permaneceu no cargo durante as 38 rodadas do Brasileiro de 2015 seja o atual campeão. O Corinthians, que tem uma torcida apaixonada como a nossa, já havia dado um voto de confiança ao Tite quando o time paulista foi eliminado pelo fraco Tolima em uma Libertadores. Na sequencia o time acabou ganhando tudo, Brasileiro, Libertadores e Mundial. Tite saiu campeão, voltou ao time e  com seu elenco desacreditado, com muitas dívidas e problemas, mas acabou campeão novamente, sendo elogiável sua recuperação de jogadores vistos como negociáveis, como Jadson, Ralf e Renato Augusto. Não quero o Corinthians para modelo de nada no Flamengo, que isto fique claro. Mas acredito que com o Muricy temos um técnico no qual vale a pena apostar a longo prazo, o tal do tiro longo. Quem sabe até alguns jogadores hoje “carta fora do baralho” possam ser resgatados antes de serem negociados. Outra coisa positiva, caso o Muriçoca venha, é seu lema “aqui é trabalho”. Me lembro que venci a antipatia que tinha pelo Muricy Campeão de Tudo Pelo SÃO PAULO ao ver uma entrevista dele falando que os atletas do seu elenco chegavam cedo ao clube e passavam o dia inteiro trabalhando. Desde a época do Luxa que eu dizia aqui que não era possível um clube preparar seus atletas com treinos diários que começavam as 15:30 e terminavam antes das 17:00. Com o Cristóvão apareceu um maluco com uma teoria de “intensidade ao contrário de muitas horas de treino”. Com Oswaldo a coisa até melhorou, mas a carga de treinamento continuou baixa para um time que tivesse alguma aspiração a qualquer coisa melhor nas competições que disputava. O resultado foi o que se viu. Jogos e jogos em que o Flamengo até começava bem, mas perdia o gás no segundo tempo, e ao levar um gol não tinha forças nem preparo físico para superar os adversários. Que isso agora pertença ao passado e que somente jogadores dispostos a serem atletas tenham espaço no novo Flamengo. Da minha parte, mero torcedor e espectador, só posso dar os parabéns à Diretoria, caso vença as eleições e traga mesmo o Muricy. Que um novo tempo comece no Flamengo e que o ele tenha sucesso e leve o Flamengo, no futebol, ao mesmo sucesso que tem conseguido na administração e nas finanças. O que a torcida quer é um time lutador, com o talento que for possível, mas que respeite nossas tradições e queira muito dar alegrias a esta torcida apaixonada!

Só para deixar registrado, já disse aqui que não tenho bronca do Vasco, freguês eterno mesmo com as vitórias de 2015, tenho rejeição é ao Furico, eleito pelos vascaínos como a esperança de dias melhores em São Januário. Assim, torço pelo rebaixamento não do Vasco, mas do time deste dirigente cuja moral é por todos conhecida. E estou seriamente preocupado com as “facilidades” oferecidas em sua caminhada final. O que se diz aqui em São Paulo é o Santos irá a campo contra os cruzmaltinos com seu time C, ou seja, facilitando sobremaneira a vida do Vasco nessa penúltima rodada. O que é uma vergonha e uma grande sacanagem com os times que lutam para fugir do rebaixamento e enfrentaram o Santos completo. Até admito que se pudesse poupar um ou outro jogador para a final da Copa do Brasil, mas o time inteiro de reservas é simplesmente imoral! Mas coisas desse tipo vem acontecendo no futebol e no Brasil. Acho que precisamos de um Sergio Moro que investigue o esporte mais popular do Brasil e faça o trabalho que o FBI fez na FIFA, só que na CBF, coberta de vergonha tanto nos resultados de campo como na impossibilidade de seu dirigente maior viajar para o exterior por temer ser preso.  Mas, um dia casa cai...



quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Lema ou Dilema

 Amigos rubronegros, sobre os dois jogos  deste período de quinta a domingo, vou ser muito direto: Espero duas vitórias! Mas só porque sou teimoso, porque na enquete entre os comentaristas da ESPN, por exemplo, nenhum deles cravou vitória do Flamengo contra o time da Vila Belmiro nesta quinta. Ou seja, ninguém acredita mais na mágica da mística rubronegra, pelo menos com esse time. Já escrevi sobre isso, e nessa semana resolvi rever o Flamengo 5 x 4 Santos, talvez o único jogo inesquecível que o Ronaldinho fez com o Manto. Saudades.... Parece que este time atual obscureceu a máxima de que “Flamengo é Flamengo”.  Continuo acreditando na vitória porque o futebol tem dessas coisas e a lógica as vezes é superada pelo imponderável. E porque sou Flamengo antes de tudo. Mas ver o jogo contra o time de Orlando foi mais uma decepção. Tudo bem, eu não esperava uma atuação de gala, mas também não imaginei que era possível jogar com o freio de mão puxado por 90 minutos e com 22 jogadores diferentes...
O que resta, já que discutir o time que vai entrar em campo nem vale  mais a pena, é falar de eleição e de campanha. Vou tentar juntar as duas coisas (time e eleição), já que vejo uma campanha muito mais voltada para os “erros do futebol” do que para a discussão do futuro do Flamengo. Na minha visão, estão tentando levar o Bandeira para o erro fatal. Um monte de notícias com possibilidades de contratações e dispensas, e querem por que querem que o Bandeira diga que vai continuar com Oswaldo, Pará, Maraujo, e quem sobrar do bonde da 51. Mas ele tem os jogadores sob contrato, não pode como presidente do Clube dizer que vai mandar embora ou não renovar, tendo pelo menos 4 jogos pela frente, que são compromissos oficiais. Ou então que se bote a garotada pra jogar. Mas aí já é financiar a vagabundagem. Os salários são altos e pagar para deixar encostado também seria um contra-senso. Deve ter um meio termo, aproveitando os melhorzinhos entre os garotos e os altos salários...
Mas o que eu queria discutir é se a eleição deve ser decidida só pelo aspecto futebol e pela proposição ideal de time. Se um candidato escalasse um time e o outro candidato desse a sua escalação, pensando sobre os jogadores, sobre a filosofia de jogo que o time sugere, e se você concordasse muito com uma delas, isso seria o suficiente para ser escolhido o próximo presidente do Flamengo? Mereceria seu voto? Claro que eu sei que o Flamengo é muito maior, mas falando especificamente do cargo de presidente do Flamengo, o que é virtude necessária para ser merecedor do teu voto? Entender de futebol?
A minha curiosidade maior é saber se o Godinho, que foi apontado como o homem futuro do futebol pelo Bandeira, é incompatível futebolisticamente com o BAP e Wallin. Porque o pessoal podia dar uma colher de chá pro Bandeira, que seria eleito agora ( e é facil imaginar que ele não vai buscar um terceiro mandato depois) e os verdes cuidariam do futebol, sempre com a participação do Presidente. Não  é possível que uma parcela importante dos flamengos seja alijada da oportunidade de ajudarem o Flamengo. Não importa quem vença, os perdedores não podem sair do clube. Não faria sentido impedi-los de fazer o tanto de bem que eles queriam fazer no discurso de candidato. Resumindo, esse pessoal que se dividiu tem que se unir de novo. Sei que esse é o desejo real de 9 entre 10 rubronegros, mas se isso não foi possível antes da eleição, que já se firme um pacto para depois.
Mas queria explicar porque falei em entregar o futebol para os Verdes. Porque eu estou torcendo pelo Bandeira (pela figura dele, pelo que acho ser o seu caráter e o seu rubronegrismo), mas querendo que o futebol seja completamente diferente do que o Bandeira vem, timidamente, dizendo. Não quero mais o Oswaldo, nem o Pará, nem o Juan, nem o Massaraujo.... Eu entendo que um presidente não pode esculachar o seu técnico nem os seus jogadores atuais, mas eu gostaria muito de ter certeza de que o futebol vai realmente mudar. Não acredito que em 2016 vamos ter o time dos nossos sonhos ainda, e estou preparado para ver o Flamengo no meio da tabela por mais um período de consolidação das conquistas administrativas e financeiras. Mas não aceito mais brigar para escapar do rebaixamento (esse ano ninguém fala, mas deixamos esta briga para trás há algum tempo), nem um time mal preparado fisicamente, nem contusões repetidas quando o jogador volta ao campo, nem jogadores que passeiam em campo ou que não demonstrem disposição maior para o futebol do que para as festinhas nos seus horários livres.

Um time de raça, amor e paixão! É só isso que peço ao presidente eleito! Que continue o trabalho de saneamento cuidando da base e contratando jogadores de razoáveis para bons, mas com disposição e aplicação. E que se comece um trabalho de médio e longo prazo no futebol, aprendendo com as lições, com os erros e com os acertos destes três anos.  E se puder vir um craque, craque mesmo...
Pra cima deles, Mengão!





sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Mora na filosofia...


Amigos rubronegros, se tem uma coisa que eu prezo e coloco até acima da qualidade técnica dos jogadores, como valor e princípio, é o jogo de equipe. Devia valer mais, na consideração da torcida, o mérito do jogador que estava em posição de bater para o gol e cedeu fazendo o passe para um companheiro comprovadamente mais bem colocado, que fez o gol.
Muitas vezes incentivamos que os jogadores testem os goleiros, chutando de longe. Mas tem que ter critério e discussão disso entre os jogadores. Não pode o Marcio Araújo ter chutado duas vezes pra fora, no mesmo jogo. Ele não tem esse direito. A menos que tenha o costume de acertar. O time do Flamengo perde a posse de bola seguidamente porque os jogadores não parecem combinar onde cada um vai estar, todos pensam em finalizar mesmo fora de condições.  Além disso, os jogadores se apoiam pouco, nem vou dizer que falta raça, falta mesmo é coordenação, visão e distribuição do jogo, jogadas combinadas, onde cada jogador sabe onde está o outro. Assisti ontem ao jogo do Chile. Não lembro de nenhum craque do time, mas percebi perfeitamente como o time se colocava em campo, espalhados por todas as pontas do campo, como um desenho tático em campo.
Nesses jogos que faltam e neste início de 2016 anômalo, com time jovem no Carioca e outro na Liga, seja lá quem sejam os jogadores, é primordial que a diretoria, a torcida, e principalmente os próprios jogadores,  se convençam que só um jogo solidário, pensado e treinado pode dar certo em um clube como o Flamengo. Sem negar a importância dos nomes dos jogadores para o sucesso da temporada, a filosofia perseguida também tem que ser combinada. O Flamengo pode combinar um futebol de lealdade e poucas faltas, muita verticalidade, e a qualidade técnica como definidor da titularidade. Quem se habilitar a jogar assim vira pesquisa e talvez contratação. Aí sim se escolhe o técnico que pensa assim, e os jogadores que se encaixam nesta proposta, entre os atuais e futuros.
Eu acho que foi o Jairzinho que disse que na seleção de 70 tinham cinco jogadores camisa 10. Como foi genial juntar Gerson, Jairzinho, Pelé, Rivelino, Tostão! O que eu defendo é que a camisa rubronegra seja vestida sempre por jogadores de altíssimo nível técnico, o mais craque possível. Antes de alguém dizer que não tem dinheiro para isso é importante perguntar se a filosofia é mesmo essa. Chega de jogador “tático” que não contribui em nada com o jogo de equipe, com a criação das jogadas. Bota um cara bom de bola e insiste com ele. Quanto ao dinheiro, jogador bom é investimento, não é despesa.
Quando vejo um planejamento que fala em renovar com o meu perseguido Marcio Araújo, eu desanimo em acreditar que essa filosofia de jogo é Flamenga o suficiente. Faz um bom negócio pra ele, procura um comprador, que tem. Ele vai deitar e rolar nas Arábias. Vai virar beduíno.
Do jogo contra o Orlando no Maracanã, não espero tanto futebol assim, mas imagino um jogo mais suave, menos pegado. O que vale é comemorar a data (que dizem que não é essa) do 120 anos de Mengão! Quando penso na enormidade de torcedores flamenguistas, vivos e mortos, eu vejo a importância planetária do Mais Querido. Sempre haverá um monte de flamenguistas neste planeta.
Sobre o debate, me permito reproduzir meu comentário feito logo após ter assistido o replay: “Na primeira pergunta o Bandeira deu uma hesitada e não pareceu muito a vontade. Daí em diante foi se firmando e pelo menos na minha opinião, deu um show. O Cacau é o populista, que quer "jogar pra torcida", mas incompatível com as novas exigências do futebol moderno e cidadão.
O Wallin parece sofrer de uma crise de identidade, porque até 4 meses atrás ele estava ali, então fica difícil arrumar o que criticar. Fez questão de falar que "nunca perdeu pro Vasco"... Mas se enrolou todo quando foi acusado de ter abandonado o barco com o time no Z4....
Se eu votasse, ontem teria só confirmado minha opção. Bandeira é muito mais presidente, muito mais sereno, inteligente, ponderado e demonstra uma educação e um comportamento cidadão que eu quero para o Flamengo.”
Minha posição de apoio ao EBM é pessoal, e nenhum dos frequentadores do Conversa necessariamente compartilha esta opinião, embora eu conheça alguns que pensam assim. Aqui sempre serão bem vindos conversantes de todos os naipes, unidos apenas pelo rubronegrismo comum.


FELIZ ANIVERSÁRIO, MENGÃO !


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Um novo recomeço...


Amigos rubronegros do Conversa Flamenga, faltam poucos jogos para acabar o ano de 2015, e nesta altura do campeonato já acabaram: a paciência da torcida com as derrotas seguidas deste time, o nosso estoque de respostas para os gozadores de plantão, a esperança de que tínhamos uma boa base para 2016, e qualquer chance mínima de Libertadores no ano que vem. Para quem gosta de Flamengo e conhece um pouco da sua história, os tempos atuais são particularmente desagradáveis. Mesmo nos piores momentos, o Flamengo se superava e conquistava vitórias épicas, difíceis e improváveis. Quando mais desfavorecido para um clássico, maior era a esperança do Mengão se superar e conseguir uma vitória.  Este ano de 2015 teve a particular e desagradável característica de deixar morrer esta mística do Flamengo,  que não se deixava abater com um gol contra e que sempre era osso duro para qualquer adversário. Começamos perdendo as partidas contra os times mais fracos (Vasco, Coritiba, Figueira), frequentadores contumazes da zona de rebaixamento, passamos por perder para adversários mais difíceis (Corinthians, Grêmio) e hoje estamos de um jeito que ninguém garante nem a vitória contra o Goiás, que hoje também frequenta a zona da degola. O que seria um jogo fácil, vira uma enorme interrogação.
Não serei eu o filósofo capaz de explicar esta queda ladeira abaixo depois das seis vitórias que nos fizeram brincar de “deixou chegar...”. Se me perguntarem o que vi nos últimos jogos direi que foi o mesmo filme  seis vezes seguidas. Ou melhor, uma novela em que o mesmo capítulo se repete a cada novo dia. O time começa bem, defesa bem postada, marcação cerrada. O domínio territorial parece nos favorecer até que.... levamos o gol. O time continua aparentemente centrado, mas suas ações começam a dar menos certo até que percebemos que o time simplesmente não tem força para reagir e que falta ânimo e preparo físico para superar o adversário, seja ele qual for. Não sei dizer se é falta de raça, como dizem alguns. Prefiro pensar que não é isso e que simplesmente não temos um time formado.  Na sua entrevista à ESPN o capitão Wallace falou uma verdade que passa desapercebida para a maioria dos torcedores: Enquanto o Flamengo teve três técnicos em nove meses, o time campeão deste ano teve 3 técnicos em oito anos! O atual técnico do time paulista, em sua passagem anterior, antes de conquistar a Libertadores e o Mundial, amargou uma desclassificação vergonhosa na pré Libertadores para o desconhecido Tolima. E seus dirigentes bancaram o Tite até que os resultados apareceram. Que fique bem claro que não acho o Corinthians exemplo para ninguém, muito menos para o Flamengo. Tenho muito mais orgulho do comportamento e da administração dos nossos dirigentes Verdes e Azuis do que vejo no time paulista. Estou falando apenas de um projeto de médio e longo prazo. O Flamengo precisa montar um time perene, e ter um técnico que não seja escorraçado por conta de alguma derrota ou sequencia de maus resultados. De novo, que fique claro que não estou defendendo o Luxa, nem o Cristovão nem o Oswaldo. Muito menos Jorginho, Ney Franco ou o Mané Fujão Menezes. O que imagino é que o Flamengo escolha um bom técnico e o mantenha durante um período suficiente para que o seu trabalho seja avaliado. Embora não consiga explicar o porquê das derrotas, tenho certeza de que a troca de técnicos constante é um dos fatores para a instabilidade da equipe.
E paro para pensar no elenco. Quando falamos aqui no Conversa, no final de 2014, que precisávamos despachar pelo menos 18 jogadores, muitos amigos ponderaram que nenhum time do mundo faria uma barca desse tamanho. Pois o Flamengo fez exatamente isso, mandou embora ou emprestou quase 20 jogadores e contratou outros tantos. Quem no começo do ano não bateu palmas para a contratação de Cirino e Cia? Alan Patrick chegou “resolvendo o nosso problema do meio”. Guerrero fez três jogos e um gol por jogo no mínimo... “Ederson é craque e bom de bola”... Não deu, se machucou logo. Hoje muitos querem estes jogadores fora do elenco de vez. Como torcemos para a recuperação do Paulinho... Como batemos palmas para o Everton Motorzinho da equipe... Enfim, nada do que imaginamos aconteceu. O ano realmente foi muito frustrante. E a maior decepção a meu ver, foi a constatação de que não formamos uma time base melhor para ser completado pontualmente em 2016. Pior, como não vamos para a Libertadores, nossa atratividade ficou ainda pior para o ano que vem. Não serão os 30 milhões de investimento prometidos que vão resolver isso. Os amigos que pedem contratações falam de um goleiro, dois (ou três) laterais, dois zagueiros, um volante, dois meias e um atacante. É um time inteiro! Difícil imaginar que vamos trazer só bons jogadores com tantas posições carentes assim.
O momento é de terminar de forma digna o campeonato, ganhando o que for possível nestes jogos que faltam (e começando pelo Goiás, no Maracanã!), e garantindo pelo menos a participação na Sul Americana. E que a eleição, qualquer que seja o resultado (pessoalmente torço pro Bandeira) traga como consequência um trabalho sério, concatenado e com visão de longo prazo no futebol.

Pra cima deles, Mengão!