Amigos
rubronegros do Conversa Flamenga, faltam poucos jogos para acabar o ano de
2015, e nesta altura do campeonato já acabaram: a paciência da torcida com as
derrotas seguidas deste time, o nosso estoque de respostas para os gozadores de
plantão, a esperança de que tínhamos uma boa base para 2016, e qualquer chance
mínima de Libertadores no ano que vem. Para quem gosta de Flamengo e conhece um
pouco da sua história, os tempos atuais são particularmente desagradáveis.
Mesmo nos piores momentos, o Flamengo se superava e conquistava vitórias
épicas, difíceis e improváveis. Quando mais desfavorecido para um clássico,
maior era a esperança do Mengão se superar e conseguir uma vitória. Este ano de 2015 teve a particular e
desagradável característica de deixar morrer esta mística do Flamengo, que não se deixava abater com um gol contra e
que sempre era osso duro para qualquer adversário. Começamos perdendo as
partidas contra os times mais fracos (Vasco, Coritiba, Figueira),
frequentadores contumazes da zona de rebaixamento, passamos por perder para
adversários mais difíceis (Corinthians, Grêmio) e hoje estamos de um jeito que
ninguém garante nem a vitória contra o Goiás, que hoje também frequenta a zona
da degola. O que seria um jogo fácil, vira uma enorme interrogação.
Não
serei eu o filósofo capaz de explicar esta queda ladeira abaixo depois das seis
vitórias que nos fizeram brincar de “deixou chegar...”. Se me perguntarem o que
vi nos últimos jogos direi que foi o mesmo filme seis vezes seguidas. Ou melhor, uma novela em
que o mesmo capítulo se repete a cada novo dia. O time começa bem, defesa bem
postada, marcação cerrada. O domínio territorial parece nos favorecer até
que.... levamos o gol. O time continua aparentemente centrado, mas suas ações
começam a dar menos certo até que percebemos que o time simplesmente não tem
força para reagir e que falta ânimo e preparo físico para superar o adversário,
seja ele qual for. Não sei dizer se é falta de raça, como dizem alguns. Prefiro
pensar que não é isso e que simplesmente não temos um time formado. Na sua entrevista à ESPN o capitão Wallace
falou uma verdade que passa desapercebida para a maioria dos torcedores:
Enquanto o Flamengo teve três técnicos em nove meses, o time campeão deste ano
teve 3 técnicos em oito anos! O atual técnico do time paulista, em sua passagem
anterior, antes de conquistar a Libertadores e o Mundial, amargou uma
desclassificação vergonhosa na pré Libertadores para o desconhecido Tolima. E
seus dirigentes bancaram o Tite até que os resultados apareceram. Que fique bem
claro que não acho o Corinthians exemplo para ninguém, muito menos para o
Flamengo. Tenho muito mais orgulho do comportamento e da administração dos
nossos dirigentes Verdes e Azuis do que vejo no time paulista. Estou falando
apenas de um projeto de médio e longo prazo. O Flamengo precisa montar um time
perene, e ter um técnico que não seja escorraçado por conta de alguma derrota
ou sequencia de maus resultados. De novo, que fique claro que não estou
defendendo o Luxa, nem o Cristovão nem o Oswaldo. Muito menos Jorginho, Ney
Franco ou o Mané Fujão Menezes. O que imagino é que o Flamengo escolha um bom
técnico e o mantenha durante um período suficiente para que o seu trabalho seja
avaliado. Embora não consiga explicar o porquê das derrotas, tenho certeza de
que a troca de técnicos constante é um dos fatores para a instabilidade da
equipe.
E
paro para pensar no elenco. Quando falamos aqui no Conversa, no final de 2014,
que precisávamos despachar pelo menos 18 jogadores, muitos amigos ponderaram
que nenhum time do mundo faria uma barca desse tamanho. Pois o Flamengo fez
exatamente isso, mandou embora ou emprestou quase 20 jogadores e contratou
outros tantos. Quem no começo do ano não bateu palmas para a contratação de
Cirino e Cia? Alan Patrick chegou “resolvendo o nosso problema do meio”.
Guerrero fez três jogos e um gol por jogo no mínimo... “Ederson é craque e bom
de bola”... Não deu, se machucou logo. Hoje muitos querem estes jogadores fora
do elenco de vez. Como torcemos para a recuperação do Paulinho... Como batemos
palmas para o Everton Motorzinho da equipe... Enfim, nada do que imaginamos
aconteceu. O ano realmente foi muito frustrante. E a maior decepção a meu ver,
foi a constatação de que não formamos uma time base melhor para ser completado pontualmente
em 2016. Pior, como não vamos para a Libertadores, nossa atratividade ficou
ainda pior para o ano que vem. Não serão os 30 milhões de investimento
prometidos que vão resolver isso. Os amigos que pedem contratações falam de um
goleiro, dois (ou três) laterais, dois zagueiros, um volante, dois meias e um
atacante. É um time inteiro! Difícil imaginar que vamos trazer só bons
jogadores com tantas posições carentes assim.
O
momento é de terminar de forma digna o campeonato, ganhando o que for possível
nestes jogos que faltam (e começando pelo Goiás, no Maracanã!), e garantindo
pelo menos a participação na Sul Americana. E que a eleição, qualquer que seja
o resultado (pessoalmente torço pro Bandeira) traga como consequência um trabalho
sério, concatenado e com visão de longo prazo no futebol.
Pra
cima deles, Mengão!
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