quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Um novo recomeço...


Amigos rubronegros do Conversa Flamenga, faltam poucos jogos para acabar o ano de 2015, e nesta altura do campeonato já acabaram: a paciência da torcida com as derrotas seguidas deste time, o nosso estoque de respostas para os gozadores de plantão, a esperança de que tínhamos uma boa base para 2016, e qualquer chance mínima de Libertadores no ano que vem. Para quem gosta de Flamengo e conhece um pouco da sua história, os tempos atuais são particularmente desagradáveis. Mesmo nos piores momentos, o Flamengo se superava e conquistava vitórias épicas, difíceis e improváveis. Quando mais desfavorecido para um clássico, maior era a esperança do Mengão se superar e conseguir uma vitória.  Este ano de 2015 teve a particular e desagradável característica de deixar morrer esta mística do Flamengo,  que não se deixava abater com um gol contra e que sempre era osso duro para qualquer adversário. Começamos perdendo as partidas contra os times mais fracos (Vasco, Coritiba, Figueira), frequentadores contumazes da zona de rebaixamento, passamos por perder para adversários mais difíceis (Corinthians, Grêmio) e hoje estamos de um jeito que ninguém garante nem a vitória contra o Goiás, que hoje também frequenta a zona da degola. O que seria um jogo fácil, vira uma enorme interrogação.
Não serei eu o filósofo capaz de explicar esta queda ladeira abaixo depois das seis vitórias que nos fizeram brincar de “deixou chegar...”. Se me perguntarem o que vi nos últimos jogos direi que foi o mesmo filme  seis vezes seguidas. Ou melhor, uma novela em que o mesmo capítulo se repete a cada novo dia. O time começa bem, defesa bem postada, marcação cerrada. O domínio territorial parece nos favorecer até que.... levamos o gol. O time continua aparentemente centrado, mas suas ações começam a dar menos certo até que percebemos que o time simplesmente não tem força para reagir e que falta ânimo e preparo físico para superar o adversário, seja ele qual for. Não sei dizer se é falta de raça, como dizem alguns. Prefiro pensar que não é isso e que simplesmente não temos um time formado.  Na sua entrevista à ESPN o capitão Wallace falou uma verdade que passa desapercebida para a maioria dos torcedores: Enquanto o Flamengo teve três técnicos em nove meses, o time campeão deste ano teve 3 técnicos em oito anos! O atual técnico do time paulista, em sua passagem anterior, antes de conquistar a Libertadores e o Mundial, amargou uma desclassificação vergonhosa na pré Libertadores para o desconhecido Tolima. E seus dirigentes bancaram o Tite até que os resultados apareceram. Que fique bem claro que não acho o Corinthians exemplo para ninguém, muito menos para o Flamengo. Tenho muito mais orgulho do comportamento e da administração dos nossos dirigentes Verdes e Azuis do que vejo no time paulista. Estou falando apenas de um projeto de médio e longo prazo. O Flamengo precisa montar um time perene, e ter um técnico que não seja escorraçado por conta de alguma derrota ou sequencia de maus resultados. De novo, que fique claro que não estou defendendo o Luxa, nem o Cristovão nem o Oswaldo. Muito menos Jorginho, Ney Franco ou o Mané Fujão Menezes. O que imagino é que o Flamengo escolha um bom técnico e o mantenha durante um período suficiente para que o seu trabalho seja avaliado. Embora não consiga explicar o porquê das derrotas, tenho certeza de que a troca de técnicos constante é um dos fatores para a instabilidade da equipe.
E paro para pensar no elenco. Quando falamos aqui no Conversa, no final de 2014, que precisávamos despachar pelo menos 18 jogadores, muitos amigos ponderaram que nenhum time do mundo faria uma barca desse tamanho. Pois o Flamengo fez exatamente isso, mandou embora ou emprestou quase 20 jogadores e contratou outros tantos. Quem no começo do ano não bateu palmas para a contratação de Cirino e Cia? Alan Patrick chegou “resolvendo o nosso problema do meio”. Guerrero fez três jogos e um gol por jogo no mínimo... “Ederson é craque e bom de bola”... Não deu, se machucou logo. Hoje muitos querem estes jogadores fora do elenco de vez. Como torcemos para a recuperação do Paulinho... Como batemos palmas para o Everton Motorzinho da equipe... Enfim, nada do que imaginamos aconteceu. O ano realmente foi muito frustrante. E a maior decepção a meu ver, foi a constatação de que não formamos uma time base melhor para ser completado pontualmente em 2016. Pior, como não vamos para a Libertadores, nossa atratividade ficou ainda pior para o ano que vem. Não serão os 30 milhões de investimento prometidos que vão resolver isso. Os amigos que pedem contratações falam de um goleiro, dois (ou três) laterais, dois zagueiros, um volante, dois meias e um atacante. É um time inteiro! Difícil imaginar que vamos trazer só bons jogadores com tantas posições carentes assim.
O momento é de terminar de forma digna o campeonato, ganhando o que for possível nestes jogos que faltam (e começando pelo Goiás, no Maracanã!), e garantindo pelo menos a participação na Sul Americana. E que a eleição, qualquer que seja o resultado (pessoalmente torço pro Bandeira) traga como consequência um trabalho sério, concatenado e com visão de longo prazo no futebol.

Pra cima deles, Mengão!

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