sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

A dor de cabeça ideal


por Giulia Vargas

Vivemos em uma época do futebol em que o número de competições nos faz ligar o sinal de alerta para termos um plantel numeroso e de qualidade. Ter boas reposições e peças que dê ao time uma variação tática é de suma importância para o fortalecimento da equipe, a fim de fazer boas campanhas nos torneios que for disputar.
É inegável que no atual cenário o Flamengo possui um elenco muito forte e muitas peças que podem mudar o panorama da partida, tanto taticamente como tecnicamente; visto que, mantemos a base de um time que entrou no G4 do campeonato passado (mesmo com todos os problemas) e trouxemos peças certeiras para carência do elenco. Isso explica a dificuldade de montar um time ideal mesmo com Dário Conca não estando à disposição no momento.

Em minha opinião, não acho que Zé Ricardo mexerá no que diz respeito a zagueiros, volantes e lateral direita. Muralha, Pará, Réver, Vaz, Rômulo e Aarão são titulares absolutos nesse time. O desafio estará na lateral esquerda, onde terá uma briga de estilos. Renê é um lateral muito marcador e só vai “na boa”, enquanto Trauco é um lateral técnico e forte ofensivamente, porém peca na parte defensiva. Dependendo da forma que Zé Ricardo escalar a parte ofensiva, o lateral brasileiro levará vantagem sobre o peruano.

No ataque, Zé Ricardo terá uma boa dor de cabeça. Se optar por manter a estrutura tática de 2016, Éverton e Berrío serão os titulares. Com essa formação, vejo Trauco com melhor apoio defensivo e ficaria menos sobrecarregado. Zé também pode optar por manter Mancuello na equipe e coloca-lo na esquerda. O time ganharia maior qualidade técnica, porém perderia um pouco da recomposição defensiva, o que me faz pensar que Renê seria o escolhido para a lateral. O técnico rubro negro pode manter a formação atual e colocar Berrío na esquerda, assim poderia manter Trauco, já que o colombiano faz muito bem a função defensiva como Éverton.

Uma opção técnica que surge no Flamengo é com Trauco jogando como um meia pela esquerda, Diego no meio e Berrío pelo lado direito. Assim, Renê seria o lateral e Trauco teria menos obrigações defensivas.

Falando um pouco de Dário Conca, eu o vejo como a cereja do bolo. Imagino que ele se recuperando, tendo tempo para se ambientar e sem nenhum peso de resolver, vai dar super certo. No meu ponto de vista, ele pode sim jogar ao lado de Diego em um 4-2-2-2 e dar muita qualidade e criatividade ao time do Flamengo. Para os que não acreditam em sua recuperação, o que me faz ficar mais tranquila é saber que se Conca não der certo, na pior das hipóteses ele será reserva do Diego.

De tão vasto que é o elenco, eu poderia ficar horas e horas falando de variações táticas. Podemos pensar em Arão de primeiro volante e Mancuello de segundo quando o Flamengo estiver perdendo; poderíamos pensar em um esquema com 3 zagueiros com Pará e Trauco como alas e Diego municiando Berrío e Guerrero. Quem sabe Éderson se recuperando...

Aliado a tudo isso, temos uma garotada fortíssima que pede passagem. Thiago, Léo Duarte, Ronaldo, Paquetá, Sávio, Vizeu, Vinícius Jr, Hugo Moura, Dener, Moraes... Há quanto tempo não temos um elenco tão forte e recheado de opções?

Espero que Zé Ricardo consiga extrair o máximo de cada jogador e que busque o equilíbrio dessa equipe. Além de tantas opções no elenco, teremos uma casa fixa esse ano e um dos melhores centros de treinamento do mundo (palavra de Joaquim Grava, chefe do departamento médico do CORINTHIANS). Nosso elenco não deve em nada a nenhum time da América Latina, e vamos com tudo em busca do Bi da Libertadores e do Bi Mundial (para a tristeza da FIFA).


Uma saudação Rubro Negra


sábado, 4 de fevereiro de 2017

SEPARANDO O JOIO DO TRIGO


por Vagner Macedo
Muitos debates e muitas opiniões acaloradas são, por várias das vezes, alimentados por distorções do que se está analisando. Como assim??

As pessoas pegam um jogo e reclamam de fulano, de sicrano ou do técnico por razões que, muitas das vezes, não estão relacionadas à função daquela pessoa. Criticam, ou reclamam, tiram conclusões e ainda fazem ameaças se as coisas não começarem a acontecer do jeito que ele (torcedor/analista) deseja.
Exemplo?? Flamengo massacrou o time do São Paulo no 1º turno do Campeonato Brasileiro. Levou um gol irregular quando o Calleri fez falta clara sobre o Márcio Araújo, mas recuperou-se no jogo e empatou o placar duas vezes. Teve inúmeras chances de gol e, no final, ainda desperdiçou um pênalti com o Alan Patrick aos 48 minutos do 2º tempo. Teve bola na trave, várias defesas do goleiro são-paulino e a fatalidade de ter levado dois gols (um irregular) nas pouquíssimas chances do adversário.
E o que acontece em ocasiões como essa?? As pessoas reclamam e colocam a culpa em quem bem entender. Reclamam da diretoria por não ter contratado jogadores com melhor pontaria; reclamam do técnico por ter escalado aqueles jogadores e, às vezes, reclamam do jogador. Só que reclamam de um jeito errado. Ao invés de dizer que faltou técnica, treinamento ou atenção, dizem que faltou raça, vontade de vencer, ou coisa que o valha. Distorcem a análise de uma forma que não se agrega nada ao time ou ao clube.

Assim, se a torcida conseguisse separar a responsabilidade de cada parte do time do Flamengo (Diretoria; Comissão Técnica e Jogadores), conseguiria fazer análises (ou comentários) que tivessem alguma valia para os outros torcedores e, até mesmo, para as partes envolvidas. Cada um desses “atores” tem o seu papel e suas responsabilidades. E, o não cumprimento dessas responsabilidades pode, ou não, amenizar a culpa dos outros “atores”. Em alguns casos, pode até mesmo aumentar essa culpa.

A diretoria do Flamengo foi execrada por décadas por não cumprir o básico que se espera de uma parte administrativa: salários pagos em dia; não endividamento da empresa; investimentos bem feitos tanto na estrutura do clube quanto na contratação de profissionais & planejamento sustentado para obtenção de resultados.
Por muito tempo, pensou-se apenas na contratação de profissionais por valores que não eram compatíveis com as receitas do clube. Pensavam apenas nos resultados que poderiam ser conquistados no curto prazo. E dane-se o resto!! Essa, incrivelmente, era a filosofia de trabalho do Flamengo até 2012.

As sequelas dessa filosofia se traduziam em alguns números. Uma dívida de cerca de R$ 750 milhões, grande parte dela de curto prazo. Dívida que sufocava qualquer tentativa de planejamento, pois não havia tempo para respirar em função das ações judiciais e das penhoras de dinheiro que o clube sofria.
Outro número, também muito interessante, dizia respeito aos resultados. O clube conquistou o principal título nacional 1 (uma) única vez em 20 anos (1993-2012). E essa conquista aconteceu de modo bastante inesperado em 2009. Uma arrancada incrível capitaneada por um jogador que não era para estar no elenco (Petkovic) e outro que voltou da Europa no início de seu holocausto particular (Adriano “Imperador”).
Há ainda outros números interessantes. Talvez o mais emblemático deles seja o jejum de títulos de Libertadores (35 anos). Ou de outros torneios internacionais menos badalados (Mercosul em 1999 – e só). E mais, a quantidade de anos em que o clube não apenas ficou de fora da disputa pelos títulos, mas brigou o tempo inteiro para não ser rebaixado de divisão.

Essas falhas administrativas deveriam ser levadas em conta quando os torcedores/analistas criticavam técnicos, jogadores ou qualquer membro da Comissão Técnica. Mas, isso NUNCA foi feito. E treinadores e jogadores passavam pequenas temporadas no Mais Querido para, em um futuro breve, entrarem com processos judiciais reclamando salários atrasados, FGTS e todo tipo de demanda trabalhista.
Comissão Técnica e jogadores que NÃO tinham uma estrutura de trabalho minimamente condizente com o tamanho do clube. Sem vestiários até mesmo para colocar o uniforme de treinamento. E o resultado desses desmandos ficou escancarado nos números acima. Ou seja, sem estrutura e organização (vulgo amadorismo), não há como ter resultados sustentáveis.

Acontece que os torcedores não estavam interessados nesses assuntos. Pelo menos pareciam não se importar com isso até o ano de 2013. Ano em que foi dito, com todas as letras, que fazer o que vinha sendo feito era o caminho certeiro para a FALÊNCIA. E colocaram o retrato do Botafogo do lado da definição para mostrarem o que acontece quando não se pode pagar as contas (em dia ou atrasadas). E a torcida, finalmente, se assustou quando viu o número R$ 750 milhões pela primeira vez.
Tanto se assustou que passou a analisar a coisa de um jeito mais racional desde então. E passou a não exigir contratações mirabolantes todos os anos, pois, mesmo que elas viessem, não seriam garantia de títulos por causa da bagunça futura que iria se instaurar no clube por causa dessas mesmas contratações (olha o caso Ronaldinho Gaúcho que não me deixa mentir; “ataque dos sonhos”; etc...).
Por décadas a torcida foi imediatista ao máximo. Queria ganhar o próximo campeonato do jeito que fosse possível. E pior, se contentou com títulos estaduais como se fossem grandes títulos (tri de 1999/2000/2001 e 2007/2008/2009). Até que, um dia, a “ficha caiu”: “Carioca não é mais um título importante. Taça Guanabara, então, não vale quase nada”. E percebeu que o time não ganhava nada importante há muito tempo.

Então, TODOS perceberam que, para voltar a ganhar títulos realmente importantes, era preciso organizar o clube para poder, no futuro, ter times com poder de fogo nos campeonatos e torneios realmente grandes. E esse dia chegou.

PASSAMOS, ENTÃO, À RESPONSABILIDADE DA COMISSÃO TÉCNICA E DE SEU CHEFE, O TÉCNICO/TREINADOR.

O que se espera de um treinador??
Espera-se que ele consiga organizar o time da melhor maneira possível, que aproveite todos os melhores jogadores colocados à sua disposição e que gere resultados com o que lhe é oferecido pelo clube.
A responsabilidade do restante da Comissão Técnica é preparar esses jogadores e deixá-los à disposição do treinador o quanto antes, e nas melhores condições. Hoje, por exemplo, temos dois jogadores que, se estivessem nas melhores condições, certamente seriam titulares do time: Conca e Ederson.
Então, para analisar o trabalho do treinador, é preciso saber o que está sendo feito, sob quais condições e que tipo de resultados estão sendo conquistados no curto prazo. E, talvez tão ou mais importante que isso, quais os resultados poderão ser conquistados no médio e no longo prazos.
Algo que é corriqueiro na Europa, onde os treinadores ficam 2, 3 ou 4 anos no clube até mostrarem resultados compatíveis com as premissas originais (o que o clube oferece; quais as condições do clube e que tipo de resultados são esperados). E é por isso que há casos como os de Maurício Pochettino, do Tottenham (5º colocado na temporada 2014/2015; 3º na temporada 2015/2016 e que ocupa hoje, de novo, o 3º lugar) e de Simeone, do Atlético de Madrid, há 6 anos no cargo.
No Brasil, poucos clubes conseguiram manter trabalhos de longo prazo sem ter títulos para amparar o treinador. Talvez o único exemplo conhecido seja o do Corinthians do Tite em 2011. Mesmo eliminado na pré-Libertadores pelo Tolima, mantiveram o trabalho do treinador e foram recompensados com os títulos do Brasileiro de 2011, Libertadores e Mundial de 2012.
Muitos poderão dizer: mas é o Tite, né?? Não, não era. O Tite de 2011 não tinha nem metade do “cartaz” do Tite de hoje. Foi uma aposta na continuidade do trabalho. E daquilo que as pessoas projetavam ao ver o trabalho sendo efetuado. (Ou, como dizem algumas más línguas, foi desespero do Presidente do clube que falou que não aguentava mais pagar multa rescisória pra treinador. E deixou o Tite por lá porque era tão bom (ou tão ruim) quanto os demais).

Enfim, a história que vingou foi a da continuidade. Verificaram que a organização do time era excelente; que os jogadores sabiam exatamente onde e como atuar; percebiam que a sintonia era cada vez melhor apesar de os resultados de curto prazo não terem sido aquilo que eles queriam.
Enfrentaram invasão do CT pela torcida, romperam os contratos de dois grandes medalhões (Roberto Carlos e Ronaldo Fenômeno), mas mantiveram o promissor trabalho do treinador Tite. Apostaram certo e colheram os resultados!!

O mesmo deveria acontecer no Flamengo. Mas, muitas vezes o único parâmetro utilizado foi o resultado final obtido; não a perspectiva que o trabalho desenvolvido projetava para um futuro próximo. E assim, renovávamos os contratos dos treinadores que fizeram trabalhos fracos, mas que conseguiram alguns resultados satisfatórios (Luxemburgo em 2014; Jayme em 2013). E, muitas vezes, não dávamos tempo para que bons trabalhos pudessem ser bem desenvolvidos. E fica até difícil dar exemplos disso, porque não sabemos quem desempenhava bons trabalhos antes de obter bons resultados, pois, ao final de uma sequência negativa, lá estava a rescisão contratual já assinada.
Por isso é que devemos observar o que temos hoje com cuidado para não confundir as coisas. Afinal, esse exercício de projeção NUNCA foi feito pela torcida rubro-negra. O máximo que se via era o próximo campeonato. Aliás, o máximo que se via era o próximo jogo.
Devemos prestar atenção e observar se o time é organizado ou não; se há uma proposta de jogo clara; se os jogadores sabem o que desempenhar dentro de campo e quais as condições são oferecidas a esses profissionais. Com isso, podemos projetar o resultado esperado de forma racional e objetiva.
Ano passado, o técnico Zé Ricardo pegou, no final de maio, o time treinado até ali pelo Muricy Ramalho. Time que tinha um sistema defensivo bastante vulnerável. Não estou falando da qualidade dos zagueiros, apenas, mas da forma como o time se portava e como se recompunha quando perdia a bola. E era um pandemônio! Levamos gol de contra-ataque do Fortaleza nos dois jogos da Copa do Brasil. E não conseguíamos ter padrão de jogo de jeito nenhum até ali por causa da fragilidade tática do time.
O problema foi resolvido em pouco tempo depois da entrada do Zé Ricardo. A postura tática do time era completamente diferente nas rodadas seguintes do Brasileirão. Tanto que o Flamengo teve sua melhor defesa na era dos Pontos Corridos, sofrendo menos de 1 gol em média durante o campeonato. E esse fora um dos trunfos do Tite quando foi mantido no clube mesmo depois da eliminação da pré-Libertadores.
Com o sistema defensivo organizado, era hora de organizar o ataque. E o time precisava ter coordenação entre os setores para poder “furar” os sistemas defensivos dos adversários e criar oportunidades de gol. E isso TAMBÉM foi feito. Tanto que o Flamengo era o time que mais criava chances de gol no campeonato. O problema era o desperdício dessas oportunidades.

Ainda há outro aspecto importante na condução de uma equipe de futebol, talvez o mais importante: o gerenciamento de atletas. Em outras palavras, a expectativa que cada atleta tem sobre o que fará durante o ano. O controle do ambiente de trabalho, onde apenas alguns jogam e a maioria apenas treina durante grande parte do ano. E esse aspecto, mais um, também parece ter sido bem executado.
Mesmo jogadores que passaram boa parte do ano sem jogar vários jogos elogiaram o trabalho desempenhado pela Comissão Técnica. O único atleta que saiu com reclamações (Sheik) só as fez depois de ser dispensado pelo clube. Atitude bem diferente da tomada pouco tempo antes quando esse mesmo atleta teve várias oportunidades para jogar na reta final do campeonato brasileiro.
É o modelo da MERITOCRACIA. Algo que, para muitos, soa estranho porque os melhores jogadores (na opinião daquela pessoa) são aqueles que devem estar em campo sempre. E isso deve acontecer independentemente das demais circunstâncias (ou quase isso), já que nem o mais fanático torcedor vai exigir a presença de jogadores contundidos. Mas, os melhores jogadores precisam estar em campo, não é verdade?
Só que os melhores jogadores escolhidos pelo treinador nem sempre são os melhores jogadores na opinião da torcida. Ou porque acham que o seu atleta preferido foi “sacaneado”, ou porque não entendem que o sistema tático, muitas das vezes, não é cumprido de forma satisfatória por esse jogador.
Nesse sentido, somente os membros da Comissão Técnica podem determinar com precisão quem são esses “melhores jogadores” do elenco para cada função. E cabe aos torcedores cobrar resultados condizentes com aquilo que a Comissão Técnica tem em mãos.

Então, quais foram as condições? E quais foram os resultados em 2016?
Flamengo jogou 34 dos 38 jogos do Brasileirão/2017 fora da cidade do Rio de Janeiro. Foi obrigado a viajar cerca de 30 mil km a mais que seus adversários por causa desse mando de campo itinerante. Perdeu dezenas de dias de descanso e de treinamento em função dessas viagens. Mas, mesmo assim, conseguiu manter-se na disputa pelo título até a antepenúltima rodada.
Fez a melhor campanha de sua história na era dos Pontos Corridos: 71 pontos. Conquistou 34 pontos no 1º turno e 37 pontos no 2º turno. Além disso, teve a melhor defesa, em média, de todos os campeonatos de Pontos Corridos – sofreu 36 gols em 38 jogos. Para se ter uma ideia, entre 2006 e 2015, o Flamengo levou de 44 (mínimo) a 53 gols (máximo) durante as 38 rodadas
Na parte ofensiva, maior problema do atual elenco, o Flamengo sofreu com a falta de eficiência. Eram necessárias cerca de 10 (dez) chances para cada gol marcado. E isso acabou por frustrar os torcedores, que viram o time perder ou empatar jogos em que deveria ter saído com os 3 pontos não fosse a falta de pontaria.

E É AÍ QUE ENTRAMOS NAS RESPONSABILIDADES DOS JOGADORES!!!

Jogador profissional dos dias de hoje também precisa ser responsável por aquilo que apresenta em campo. Precisa estar disposto a aprimorar fundamentos e, principalmente, trabalhar para que o time vença (ou seja, pensar no coletivo antes de pensar em si mesmo).
São famosas as histórias do Zico a respeito da dedicação às cobranças de falta depois dos treinos na Gávea. E também de outros jogadores bastante capacitados tecnicamente que, também, passavam tempo extra aprimorando alguns fundamentos.
De modo que, ou os jogadores aprimoram esses fundamentos por conta própria ou o treinador é obrigado a escolher outros jogadores que ajudem o time a ter melhores resultados. E deve ter sido isso que aconteceu no ataque do Flamengo em 2016. Afinal, nenhum dos atacantes ou meias conseguiu sequer fazer mais de 10 gols durante a competição.
A situação dos atacantes de lado, então, foi ainda pior. Nenhum jogador dessa posição teve destaque ofensivo durante todo o ano. Por isso, essa é a principal demanda do elenco desde meados do ano passado. Pois tivemos inúmeras ocasiões em que o time teve chances para vencer os jogos, mas se deparou com a incapacidade técnica de fazer gols de praticamente todos os jogadores que cumpriram aquela função (Éverton, Cirino, Sheik, Gabriel, Fernandinho, Adryan e Thiago Santos). Alguns com poucas chances em jogos, é verdade, mas que não devem ter mostrado muita coisa diferente nos treinamentos para forçar uma escalação pela Comissão Técnica.

Portanto, os resultados das competições precisam ser avaliados por todos os ângulos para sabermos ONDE atuar e QUEM está em falta ou em destaque nos números obtidos. Não dá pra parabenizar ou culpar apenas alguns pelo sucesso ou pelo fracasso do time.
- Se o time viajou demasiadamente durante a temporada, a culpa maior deve recair sobre quem??
- Se o time teve a melhor defesa na era de Pontos Corridos, de quem são os maiores méritos??
- Se o time perdeu inúmeras chances de gol durante todo o campeonato, quem são os maiores responsáveis??
- Se o time não teve alternativas táticas durante a competição, de quem é a maior culpa: da Comissão Técnica ou da Diretoria??

Esses são alguns dos questionamentos que a torcida faz e, muitas das vezes, confunde os responsáveis por não analisar a situação como um todo. Por exemplo? Se o time não conseguiu apresentar alternativas táticas no final do campeonato, a culpa deveria recair diretamente na Comissão Técnica e em seu Treinador, certo? Mas, peraí, se eles não tiveram tempo pra treinar, como podem ser responsabilizados??

E é por isso que a torcida precisa aprender a “separar o joio do trigo”. Saber onde, quando e a quem criticar. Pois, quanto mais pudermos fazer isso com critério, mais e mais rápido o time e o clube crescerão.

SRN a todos!