quarta-feira, 13 de maio de 2015

O sonho acabou?


Amigos rubronegros do Conversa Flamenga, quando os Beatles acabaram, essa foi a frase usada por John Lennon para decretar o fim da banda, para intensa tristeza de seus milhões de fãs. Os Beatles revolucionaram a música mundial, mas a “falta de conjunto” foi crucial para a separação definitiva do grupo, depois eternizada na letra cética e descrente da canção “GOD”. Durante anos as pessoas sonharam com a volta dos Beatles, até que a morte de Lennon tornou isso impossível e o sonho acabou de vez. Olhando a nossa expectativa com o Flamengo para este ano, a hora é de acordar. E é duro acordar para a realidade depois de um bom sonho. Não é ainda o pesadelo de outros anos, mas o fato é que começamos este ano sonhando alto. O carioquinha eram favas contadas, o caminho da Copa do Brasil era um dos mais fáceis de todos os anos (pelo menos nos seus adversários iniciais) e o Brasileiro era para brigar pelo título, pois G4 era obrigação. É claro que muitos rubronegros mais sábios e experientes já diziam que era melhor baixar a bola porque o elenco não era tão bom assim, e que ainda iríamos sofrer muito para ultrapassar 2015.
O carioca foi perdido, e mesmo que tenhamos sido maltratados pela Federação, não adianta esconder o sol com a peneira. Perdemos a Taça GB porque não conseguimos fazer um golzinho contra o Nova Iguaçu, um dos Z4 do campeonato. E perdemos a semifinal porque não fizemos um golzinho no fraco time do Vasco. Não é uma questão de tirar o mérito do adversário, mas nós perdemos, antes de mais nada, para nós mesmos, pela nossa incompetência em fazer gols, e não porque o Vasco foi favorecido ou porque o linguarudo Luxemburgo ficou fora do banco nos jogos finais. De esperança, ainda, resta a Copa do Brasil, que em apenas 10 jogos faltantes pode nos levar à Libertadores de 2016.
Mas vamos deixar claro uma coisa. Não é a derrota para o São Paulo que deveria ter nos acordado subitamente. Quem manja mesmo já viu o perigo na curva desde o começo da jornada. O time não jogou bem este ano ainda. Em alguns jogos, talvez até em função da fragilidade do adversário, tivemos a ilusão de um ataque poderoso, com Cirino “se descobrindo” na nova posição inventada pelo genial treinador, e AlecGOL mostrando que não devia nada para nenhum artilheiro dos outros times do Brasil. Nada mais falso e ilusório. Nosso time não cria, não tem consistência tática e invariavelmente busca se retrair, atrair o adversário e apostar na correria para surpreender a defesa contrária. Nossa jogada mais frequente é o lançamento do goleiro para a linha de ataque. Contra o São Paulo o Paulo Victor fez isso 14 vezes, em nove delas fazendo com que a posse de bola ficasse com os paulistas. De 21 lançamentos feitos pelo Flamengo neste jogo (não é cruzamento, é “lançamento”)  que o site FootStats considerou como “certos”, 17 (vou repetir: DEZESSETE) foram feitos pelos jogadores de defesa!
Mais: nosso time não dribla! No jogo inteiro, tentamos o drible apenas 5 vezes. Vou repetir, APENAS CINCO VEZES! Em 3 oportunidades o Pico manteve a bola aós o drible as as tentativas solitárias de Cirino e Maia não foram bem sucedidas. Eu poderia continuar a citar outros números, mas apenas reforçaria o óbvio: Do jeito que está o pesadelo é uma questão de tempo.

Quem frequenta (ou espia sem comentar) o Conversa, sabe que aqui somos, via de regra, otimistas. Até nos momentos de desespero, quando estamos comentando durante o jogo por exemplo, mesmo com o placar adverso, o que mais se lê é “vamos virar” e “ainda dá para ganhar”. Por mais que lamentemos os desfalques que tivemos no semestre, já era para apresentar alguma coisa mais animadora em termos de futebol. Como sempre dissemos, perder ou ganhar é do jogo. O que realmente preocupa é jogar sempre mal, sem nada ensaiado, sem dribles, sem gols, sem destaques positivos e dando a impressão de que estamos do máximo que é possível arrancar deste elenco.
Pois então vou deixar um recadinho para o nosso bravo time e nosso eloquente treinador, vindo do coração de um torcedor comum, mas apaixonado: “Eu seguro a onda de não ser campeão carioca de vez em quando. Suporto ser vencido por um mistão bem rechado dos bambis paulistas, já que o jogo foi lá e o banco deles era de fato melhor que o nosso. MAS CONTRA O “ISPÓR”, DENTRO DO MARACANÃ, VENCER É UMA QUESTÃO DE HONRA!”   


Não quero ler no noticiário do dia seguinte desculpas por um mau resultado nem bravatas pelo excelente desempenho. Mais do que a vitória, obrigatória no “Maraca que é nosso”, queremos ver um bom futebol! Prá cima deles, Mengão!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.