Amigos rubronegros
do Conversa Flamenga, quando os Beatles acabaram, essa foi a frase usada por
John Lennon para decretar o fim da banda, para intensa tristeza de seus
milhões de fãs. Os Beatles revolucionaram a música mundial, mas a “falta de
conjunto” foi crucial para a separação definitiva do grupo, depois eternizada
na letra cética e descrente da canção “GOD”. Durante anos as pessoas sonharam
com a volta dos Beatles, até que a morte de Lennon tornou isso impossível e o sonho
acabou de vez. Olhando a nossa expectativa com o Flamengo para este ano, a hora
é de acordar. E é duro acordar para a realidade depois de um bom sonho. Não é
ainda o pesadelo de outros anos, mas o fato é que começamos este ano sonhando
alto. O carioquinha eram favas contadas, o caminho da Copa do Brasil era um dos
mais fáceis de todos os anos (pelo menos nos seus adversários iniciais) e o
Brasileiro era para brigar pelo título, pois G4 era obrigação. É claro que
muitos rubronegros mais sábios e experientes já diziam que era melhor baixar a
bola porque o elenco não era tão bom assim, e que ainda iríamos sofrer muito
para ultrapassar 2015.
O carioca foi
perdido, e mesmo que tenhamos sido maltratados pela Federação, não adianta
esconder o sol com a peneira. Perdemos a Taça GB porque não conseguimos fazer
um golzinho contra o Nova Iguaçu, um dos Z4 do campeonato. E perdemos a
semifinal porque não fizemos um golzinho no fraco time do Vasco. Não é uma questão
de tirar o mérito do adversário, mas nós perdemos, antes de mais nada, para nós
mesmos, pela nossa incompetência em fazer gols, e não porque o Vasco foi
favorecido ou porque o linguarudo Luxemburgo ficou fora do banco nos jogos
finais. De esperança, ainda, resta a Copa do Brasil, que em apenas 10 jogos faltantes
pode nos levar à Libertadores de 2016.
Mas vamos deixar
claro uma coisa. Não é a derrota para o São Paulo que deveria ter nos acordado
subitamente. Quem manja mesmo já viu o perigo na curva desde o começo da
jornada. O time não jogou bem este ano ainda. Em alguns jogos, talvez até em
função da fragilidade do adversário, tivemos a ilusão de um ataque poderoso,
com Cirino “se descobrindo” na nova posição inventada pelo genial treinador, e
AlecGOL mostrando que não devia nada para nenhum artilheiro dos outros times do
Brasil. Nada mais falso e ilusório. Nosso time não cria, não tem consistência
tática e invariavelmente busca se retrair, atrair o adversário e apostar na
correria para surpreender a defesa contrária. Nossa jogada mais frequente é o
lançamento do goleiro para a linha de ataque. Contra o São Paulo o Paulo Victor
fez isso 14 vezes, em nove delas fazendo com que a posse de bola ficasse com os
paulistas. De 21 lançamentos feitos pelo Flamengo neste jogo (não é cruzamento,
é “lançamento”) que o site FootStats
considerou como “certos”, 17 (vou repetir: DEZESSETE) foram feitos pelos
jogadores de defesa!
Mais: nosso time não dribla! No jogo inteiro, tentamos o drible apenas 5 vezes. Vou repetir, APENAS CINCO VEZES! Em 3 oportunidades o Pico manteve a bola aós o drible as as tentativas solitárias de Cirino e Maia não foram bem sucedidas. Eu poderia continuar a citar outros números, mas apenas reforçaria o óbvio: Do jeito que está o pesadelo é uma questão de tempo.
Mais: nosso time não dribla! No jogo inteiro, tentamos o drible apenas 5 vezes. Vou repetir, APENAS CINCO VEZES! Em 3 oportunidades o Pico manteve a bola aós o drible as as tentativas solitárias de Cirino e Maia não foram bem sucedidas. Eu poderia continuar a citar outros números, mas apenas reforçaria o óbvio: Do jeito que está o pesadelo é uma questão de tempo.
Quem frequenta (ou
espia sem comentar) o Conversa, sabe que aqui somos, via de regra, otimistas. Até
nos momentos de desespero, quando estamos comentando durante o jogo por
exemplo, mesmo com o placar adverso, o que mais se lê é “vamos virar” e “ainda
dá para ganhar”. Por mais que lamentemos os desfalques que tivemos no semestre,
já era para apresentar alguma coisa mais animadora em termos de futebol. Como
sempre dissemos, perder ou ganhar é do jogo. O que realmente preocupa é jogar
sempre mal, sem nada ensaiado, sem dribles, sem gols, sem destaques positivos e
dando a impressão de que estamos do máximo que é possível arrancar deste
elenco.
Pois então vou
deixar um recadinho para o nosso bravo time e nosso eloquente treinador, vindo
do coração de um torcedor comum, mas apaixonado: “Eu seguro a onda de não ser
campeão carioca de vez em quando. Suporto ser vencido por um mistão bem rechado
dos bambis paulistas, já que o jogo foi lá e o banco deles era de fato melhor
que o nosso. MAS CONTRA O “ISPÓR”, DENTRO DO MARACANÃ, VENCER É UMA QUESTÃO DE
HONRA!”
Não quero ler no
noticiário do dia seguinte desculpas por um mau resultado nem bravatas pelo
excelente desempenho. Mais do que a vitória, obrigatória no “Maraca que é nosso”,
queremos ver um bom futebol! Prá cima deles, Mengão!
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