quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Sobre Dialética, ou no popular: Tá "marromenos"...

Amigos rubronegros, dizem que tudo na vida tem dois lados, desde o binário zero ou um que dá vida aos códigos de computador até o método defendido por Hegel de que “a toda Tese corresponde uma Antítese, e dessa análise nasce a Síntese” (que por sua vez se transforma em nova tese, dando origem a uma nova antítese, etc). Aplicada ao futebol, e em especial ao momento do Flamengo, a dialética hegeliana seria mais ou menos (marromenos, no dialeto luso-carioca) o seguinte: Tem coisas muito ruins, tem coisas boas, e o resultado é o 11º lugar na tabela. Desde o momento do encerramento do Flamengo e Santos temos lido tanta coisa, tanto a favor como contra (mais contra) que escrever sobre o tema é arrumar desavença com alguém. Como nunca mantive nenhuma remota esperança de agradar a todo mundo, vamos tentar separar as coisas.

Não foi o primeiro jogo em que um time vencendo de dois a zero levou o empate. E não vai ser o último. Do lado bom, uma boa parte da torcida e da imprensa concorda que este talvez tenha sido o melhor primeiro tempo que o Flamengo jogou este ano. Do lado ruim, tomamos dois gols que o nosso bravo Paulo Victor, em seus melhores momentos, poderia ter evitado. Cabe discutir aqui se foi acertado tirar o Cesar, que vinha bem no gol, e colocar o PV ainda sem ritmo de jogo. Mas a verdade é que, como nas equipes de Fórmula 1, existe um piloto principal e um reserva. O Cesar ainda não é nosso principal goleiro, o que significa que esperamos ainda um desempenho melhor do Paulo Victor, no geral, melhor que o Cesar.  Não acredito que o Cesinha vai demorar tanto tempo como o próprio PV levou para agarrar a titularidade. Mas não chega a ser espatafúrdia a escalação do PV, concordam? Sou torcedor, sei como é, mas imagina se fosse o Cesar a levar os mesmos gols? Ia ter gente dizendo “se fosse o PV pegava aquela bola”, não ia? E temos que admitir que a bola do Lucas Lima foi um primor. Daquelas se faz duas ou três vezes na vida toda. Mérito para o santista e para o seu técnico, que “leu” o jogo melhor que o nosso, a ponto de sermos obrigados a escutarmos um mea culpa de que ele demorou para entender as mudanças que o Santos fez no intervalo, recuando o Lucas Lima e mandando o time a frente. Técnico que demora a entender as coisas e ainda confessa isso costuma ter vida curta, ainda que eu admire a sua sinceridade.

Aí vem as substituições. O Alan Patrick pediu para sair. O Everton também. Na minha opinião, certo está o Zico, que diz que jogador bem treinado e não lesionado não pode pedir para sair. Era a hora de um técnico marrento chegar pro jogador e dizer, “acaba primeiro esse seu meio litro de sangue que ainda resta e larga mão de ser molenga”.  Ainda mais faltando um minuto para acabar o jogo e em um momento em que o Flamengo buscava o gol, aliás quase conseguindo, não fosse a falta de espírito matador dos nossos finalizadores. A menos que ele tivesse uma variação tática na cabeça, alguma coisa que pudesse surpreender o adversário, ao invés de ser surpreendido, como foi. Pelo menos ele entrou com dois volantes só, contrariando a opinião geral de que ele ia insistir na burrice de 3 volantes.  Em resumo, o técnico não foi brilhante, mas o último coro da torcida quando o jogo acabou pode ter inviabilizado de vez a sua permanência. E quando leio que para o jogo contra a Ponte o Marcio Araújo está disputando a vaga com Jonas começo a achar que o coro foi merecido.

Mas o fato é que não existem tantas opções bacanas para substituir o Cristóvão no mercado. O time saiu da zona da confusão, obteve 4 vitórias em 6 jogos no mês de julho, e com os reforços parece que vai melhorar. Se eu estivesse na Diretoria eu pensaria muito antes de demitir o Cristóvão. A meu ver, uma opção que faria muito sucesso com a torcida, mesmo que seja um pouco demagógica, seria a contratação do Petkovic.  Com certeza eu confiaria muito mais no conhecimento do Pet sobre futebol e sobre o que é SER  FLAMENGO, do que confio hoje no atual treinador. Imagino que ele colocaria o time para frente, jogaria com mais meias e menos volantes, e que a torcida teria uma paciência muito maior com ele. Mas em junho deste ano, saiu uma notícia de que o sérvio teria negado dar quitação total ao acordo feito na gestão anterior, pelo que foi noticiado, em função de um atraso de cinco dias de uma parcela. De novo, vale frisar, o problema foi um atraso na gestão anterior, nada a ver com os Blues. Mas a realidade é que nenhuma diretoria vai procurar um técnico que está com ação contra o clube na Justiça. Uma pena, porque tirando Sampaoli não vejo outro nome com possibilidade de ser um salto de gestão técnica no Flamengo. Não acredito em Abel, Renato Gaúcho, Cuca, Aguirre e muito menos em Oswaldo de Oliveira. Então meus amigos, vamos marromenos empurrando com a barriga e torcendo para o Ederson dê certo nesse meio campo, para que o Cesar Martins seja melhor que o Wallace, e para que as eliminatórias não joguem nossos sonhos por água abaixo quando levarem o Guerrero para fazer gols pelo Peru.

Contra a Ponte, não existe chance de nos satisfazermos com o empate. Os jogos seguintes, encerrando este primeiro turno, serão contra o Atlético PR e Palmeiras, ou seja, duas pedreiras, não importando o mandante, e os três pontos desse domingo são fundamentais para ter tranquilidade para se trabalhar neste mês de agosto e subir na tabela. O time, se eu pudesse escalar seria PV, Pará ou Airton (aquele jogo da Avenida Aírton Senna parece que queimou ele de vez), Cesar Martins e Samir, Jorge (ao lado de Guerrero o mais titular do time), Jonas, Canteros, Ederson (o cara diz que está pronto e que não gosta de baladas...), Everton, Sheik e Guerrero.  Mas provavelmente o nosso cabeçudo técnico vai arrumar um jeito de colocar o Marcio Araújo no tem e de manter o Wallace na zaga.  Seja o que for, conheço bem o Moisés Lucarelli, não é nenhum alçapão e o Flamengo tem obrigação de mostrar um bom futebol. Mesmo com um técnico “marromenos” precisamos partir para as cabeças. E depois, em SEGUNDO plano, vem o Vasco.


Pra cima deles, Mengão!

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