terça-feira, 11 de agosto de 2015

BALANÇA MAS NÃO CAI

Prefácio do Editor: A ilustração da coluna, é uma homenagem ao brilhante elenco do Programa Balança Mas Não Cai, que começou na Radio nacional na década de 1950 e ali permaneceu até 1967, migrando para a TV Globo no período de 1968 a 1971, tendo voltado por um breve período em 1982. Como muitos mais novos não viram, minha sugestão é simples: Pergunte a quem viu! Era um tempo de humor simples e a expressão Balança Mas Não Cai virou sinônimo de risco, de equilíbrio delicado e de edifícios “periclitantes”, como se dizia na época. Mais ou menos como a situação atual do nosso técnico.

Amigos rubronegros, conversantes e espiantes, nossas colunas aqui no blog tem sido pautadas pelas dúvidas e incertezas. Já falamos do time iô iô, que alterna vitórias e derrotas, e na última lembramos o fato de que tudo tem dois lados e que a situação estava “marromenos”.  Como não podia deixar de ser, continuamos “meio barro e meio tijolo”, ou seja, pouco se discutiu sobre táticas e sobre futebol em campo. O assunto da vez foi a demissão ou não do Cristóvão. Como já decidi que não vou fazer campanha abertamente por nenhum dos lados, resolvi apenas expor os prós e contras de cada corrente, e deixar para o leitor decidir e opinar o que é melhor para a Nação Rubronegra.
A rigor, devemos dizer que o fato do futebol e das táticas e não estarem sendo discutidas, decorre, antes de mais nada, pelo discurso confuso do nosso técnico. Tenho lido as declarações dele e acho que nem a Dilma tem me confundido tanto. Uma hora três volantes é bom, outra hora não é, uma hora o Luiz Antonio entrou para criar, outra hora ele entrou para melhorar a marcação. Depois veio essa história de perseguição e racismo. Não vem ao caso, mas é claro que existe racismo no mundo, no Brasil e no futebol. Mas se sentir perseguido por ser negro, em um clube como Flamengo, que teve técnicos campeões como Carlinhos e Andrade, e que tem ídolos como Adílio e tantos outros, me parece uma babaquice sem tamanho. Bola fora, por todos estes pontos, para o padroeiro dos volantes.
A favor de uma manutenção do treineiro, dois pontos principais. O primeiro é quem contratar para por no lugar. Como o Sampaoli não vem, pelo menos agora, nem Guardiola nem Mourinho, seria muito difícil encontrar um nome que agrade a todos e que não esteja com uma ação contra o clube, como o Pet. Mas se essa gangorra de resultados continuar, não será isso que vai segurar o Cristóvão. Já tem gente dizendo que para ficar com ele e com estes resultados, é melhor o Jaime, porque esse pelo menos teria o apoio da maior parte da torcida. Como eu me lembro da saída do Jaime, tenho minhas dúvidas, até porque ele era outro que escalava o Marcio Araújo seguidamente.  Outro ponto importante para manter o técnico está no apoio expresso dos jogadores ao Cristóvão. Pelo menos é o que diz o Emerson, que por absoluto vácuo de liderança, acabou de chegar no time e já conseguiu “a janelinha” como porta voz do grupo. Pelo que foi noticiado, houve mesmo uma reunião dos jogadores com o pedido de não demitirem o técnico, apesar do mau resultado contra a Ponte. Isso é bacana, e poderia demonstrar que o elenco está “fechado” com ele e que jogaria pelo resultado e coisa e tal. Mas não está dando certo. O time até melhorou, mas não conseguiu nem um empate jogando em Campinas. Contra o Santos, também fizemos um belo primeiro tempo, mas no segundo mexemos errado no time e perdemos dois pontos importantíssimos, levando dois gols! Se os jogadores querem mesmo que Cristovão fique, que ganhem as partidas!
Ao contrário de muitos amigos torcedores, não acho que esteja faltando raça ou empenho. Acho que falta treino, jogadas ensaiadas, preparo físico, alternativas testadas, ousadia, acerto nas substituições e principalmente, falta simplicidade. Em campo e nas entrevistas. Chega de bla bla blá. Chega de esquemas confusos. Chega de tentar achar os atacantes com chutões. Chega de chuveirinho na área. Chega de insistir com jogadores que pouco acrescentam e treinos secretos que depois não revelam nada em campo! Chega de medo de perder, porque toda vez que entram mais volantes, ao invés de ficarmos sem levar gols, a realidade está mostrando que só levamos mais gols.
Por fim, um último motivo contra a permanência do técnico, ou da manutenção do atual status quo: Alguém tem dúvida de que o time treina pouco e que a parte física está pegando? Quando falamos aqui, meses atrás, que a administração do nosso Departamento Médico estava ruim e que não era possível tanta gente se machucar seguidamente, muita gente também achou que era perseguição, que o Runco era uma sumidade e tal. Entendo que está comprovado que os jogadores estavam sendo liberados antes da hora e por isso voltando para o departamento médico de novo. E o danado ainda sai deixando seu filho, que estava no Corinthians, empregado no Flamengo. Não tinha ninguém melhor no mercado, não? Parece coisa do Flamengo antigo e não dos Blues... Pois agora é hora de rever os conceitos da nossa preparação física. Tivemos várias semanas sem jogos as quartas e quintas e nosso time continua sem se destacar pelo seu fôlego. A rapidez, que era a base para um contra-ataque mortal, parece estar sumindo até dos novos jogadores, que chegam bem e caem de produção depois de treinar com o time. Parece mesmo que desperdício vem sendo a palavra de ordem. Desperdiçamos a pré temporada, depois uma segunda pré temporada forçada, e agora estamos desperdiçando as semanas que poderiam ser usadas para aprimorar nossa forma física e técnica.
Faltam dois jogos para terminar o primeiro turno. Mesmo se ganharmos as duas partidas, o que é muito difícil, mas não impossível, nosso desempenho será abaixo do que esperamos para o elenco que temos e para o apoio que a torcida vem dando ao time e ao clube. Estamos como um dos piores mandantes e o Maraca não tem sido “nosso”. Mas como Flamengo se supera justamente quando as coisas parecem difíceis, vamos torcer para que nesta quarta feira o Flamengo se supere, que o Ederson estreie bem, e que o time se esqueça de todo o ambiente externo ao estádio e só se concentre em jogar bola, da forma mais simples possível, para vencer o Atlético e entrar com tudo contra o Palmeiras na última rodada e contra o Vasco pela Copa do Brasil.


Pra cima deles, Mengão!

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