Amigos rubronegros
do Conversa Flamenga, eu sei que amanhã é dia de homenagear o Léo Moura por 10
anos de serviços prestados e entendo perfeitamente que muitos torcedores o
considerem ídolo, principalmente se pertencer à geração mais nova, que só viu o
time de 81 em vídeos. São dez anos de uma história bonita, muitos títulos e uma
técnica que pouco se vê nos laterais de hoje em dia. Obrigado, Léo Moura, e que
no seu jogo de despedida o Flamengo vença, para fechar com chave de ouro uma
relação bacana entre atleta e clube. Serei eternamente grato e desejarei sempre
o melhor para você nesse fim de carreira e em todos os momentos futuros do
Leonardo e da sua família.
Mas fiz questão de
escrever essa coluna hoje para coincidir com o aniversário de 62 anos do nosso
ídolo maior. Aliás, o único que chamo de ídolo no futebol, embora considere o
Senna meu ídolo também. Tive o privilégio de ve-lo jogar. Fui ao Maracanã
muitas vezes para ver o Flamengo sim, mas principalmente para ver o Zico jogar.
Jamais esquecerei as inúmeras alegrias que o Zico me proporcionou, não só com
títulos, mas com jogadas, com dribles, com lançamentos, e com as cobranças de
falta que nos traziam segundos de alegria antecipada, porque falta com o Zicão
era meio-gol. O Zico jogador foi o maior virtuose de toda a minha geração. Sua
presença em campo intimidava os adversários e deixava a nossa torcida relaxada
e com a certeza de que em algum momento
ele resolveria o jogo. É bem verdade que seus parceiros Leandro, Junior
e Adílio também eram craques e facilitaram muito o jeito de jogar do Zico. Mas
mesmo com outros jogadores ao lado, o Zico era inigualável. Sua maneira de
correr em campo, de tratar bem a bola, de se colocar bem, de cabecear
certeiramente, de arrumar o time, de pensar o jogo, de escolher o melhor espaço
para lançar, ou seja, de se esmerar em cada fundamento, era digno de um filme
épico. Seria campeão de bilheteria como o foi, na sua época, o Zico jogador.
Seus sacrifícios para entrar em campo, e terminar a carreira com a dignidade
que merecia, mexiam com a gente como se a dor fosse nossa, como se o sofrimento
fosse de alguém muito próximo. Até os torcedores contrários ficaram tristes com
a ausencia do Zico dos campos. Quantos e quantos torcedores do arco íris
carioca compraram ingresso para ter a honra de ver o Zico jogar...
Encerrada a
carreira como jogador, o Zico continou dando exemplos bons. Virou ídolo no
Japão, simbolizou o que uma famíla tem de melhor e jamais se furtou a
contribuir com o clube, mesmo depois de alguma ingratidão por parte de quem nem
merece ser citado, tal a pequenez destas figuras. Porque o Zico vem sendo um
gigante também no caráter. E hoje, quando vemos tanta gente sem princípios,
tanta enganação de políticos e de atletas, de dirigentes esportivos, o Zico
simboliza alguma coisa que parece nos dizer que os bons valores ainda existem,
que vale a pena viver mesmo quando o mundo está conspurcado por guerras, por
fome, por doenças endêmicas e pelo mau uso do suado dinheiro público. Apesar da
brincadeira que chama o Zico de Deus, não é assim que eu particularmente o
vejo. Nem teria graça se ele tivesse qualquer poder sobrenatural. O Zico é o
que é por ser um simples ser humano, mas que marcou de tal forma o coração, as
mentes e a alma das pessoas, que a cada três de março ficamos buscando fórmulas
e frases de expressar um pouquinho da gratidão por ele existir e por estar
ligado ao Flamengo, a nossa maior paixão! Nunca me cansarei de dizer: Obrigado,
Zico. Obrigado por ter sido e continuar a ser o padrão maior do vencedor que
não se deixou levar pela fama e pela idolatria, que nunca perdeu o amor pelos
que te amam, e que nunca será esquecido por qualquer pessoa que o viu jogar ou
que pertence a esta imensa Nação RubroNegra. Obrigado por ser, Simplesmente, o
Zico.
Faltou dar os
parabéns ao nosso Julio Uri Geller Cesar, o homem que entortava os defensores,
e que tem o privilégio de ter nascido neste dia de “natal rubronegro”.
Quanto ao jogo de
amanhã, depois de duas apresentações abaixo do esperado, espero que sirva para
alguma coisa além de homenagear o nosso capitão moicano. Que sirva para começar
a definir o time quando estamos sem o Everton, que prove de uma vez por todas
que não podemos começar o jogo com três volantes e nenhum meia, e que o futebol
rápido do início do ano se faça presente de novo. Porque no sábado seguinte já
tem jogo e valendo 3 pontos. E as experiências pararam de dar certo. É hora de
voltar a jogar para ganhar e convencer!
Saudações RubroNegras!
Em
tempo: O site do Flamengo fez algumas matérias bem legais sobre o Galinho, e eu
deixo aqui dois links para quem quiser conferir. No primeiro, a história do
Zico. No segundo, cinco vídeos de momentos muito especiais. Vale a pena ver!
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