terça-feira, 3 de março de 2015

Simplesmente Zico


Amigos rubronegros do Conversa Flamenga, eu sei que amanhã é dia de homenagear o Léo Moura por 10 anos de serviços prestados e entendo perfeitamente que muitos torcedores o considerem ídolo, principalmente se pertencer à geração mais nova, que só viu o time de 81 em vídeos. São dez anos de uma história bonita, muitos títulos e uma técnica que pouco se vê nos laterais de hoje em dia. Obrigado, Léo Moura, e que no seu jogo de despedida o Flamengo vença, para fechar com chave de ouro uma relação bacana entre atleta e clube. Serei eternamente grato e desejarei sempre o melhor para você nesse fim de carreira e em todos os momentos futuros do Leonardo e da sua família.
Mas fiz questão de escrever essa coluna hoje para coincidir com o aniversário de 62 anos do nosso ídolo maior. Aliás, o único que chamo de ídolo no futebol, embora considere o Senna meu ídolo também. Tive o privilégio de ve-lo jogar. Fui ao Maracanã muitas vezes para ver o Flamengo sim, mas principalmente para ver o Zico jogar. Jamais esquecerei as inúmeras alegrias que o Zico me proporcionou, não só com títulos, mas com jogadas, com dribles, com lançamentos, e com as cobranças de falta que nos traziam segundos de alegria antecipada, porque falta com o Zicão era meio-gol. O Zico jogador foi o maior virtuose de toda a minha geração. Sua presença em campo intimidava os adversários e deixava a nossa torcida relaxada e com a certeza de que em algum momento  ele resolveria o jogo. É bem verdade que seus parceiros Leandro, Junior e Adílio também eram craques e facilitaram muito o jeito de jogar do Zico. Mas mesmo com outros jogadores ao lado, o Zico era inigualável. Sua maneira de correr em campo, de tratar bem a bola, de se colocar bem, de cabecear certeiramente, de arrumar o time, de pensar o jogo, de escolher o melhor espaço para lançar, ou seja, de se esmerar em cada fundamento, era digno de um filme épico. Seria campeão de bilheteria como o foi, na sua época, o Zico jogador. Seus sacrifícios para entrar em campo, e terminar a carreira com a dignidade que merecia, mexiam com a gente como se a dor fosse nossa, como se o sofrimento fosse de alguém muito próximo. Até os torcedores contrários ficaram tristes com a ausencia do Zico dos campos. Quantos e quantos torcedores do arco íris carioca compraram ingresso para ter a honra de ver o Zico jogar...

Encerrada a carreira como jogador, o Zico continou dando exemplos bons. Virou ídolo no Japão, simbolizou o que uma famíla tem de melhor e jamais se furtou a contribuir com o clube, mesmo depois de alguma ingratidão por parte de quem nem merece ser citado, tal a pequenez destas figuras. Porque o Zico vem sendo um gigante também no caráter. E hoje, quando vemos tanta gente sem princípios, tanta enganação de políticos e de atletas, de dirigentes esportivos, o Zico simboliza alguma coisa que parece nos dizer que os bons valores ainda existem, que vale a pena viver mesmo quando o mundo está conspurcado por guerras, por fome, por doenças endêmicas e pelo mau uso do suado dinheiro público. Apesar da brincadeira que chama o Zico de Deus, não é assim que eu particularmente o vejo. Nem teria graça se ele tivesse qualquer poder sobrenatural. O Zico é o que é por ser um simples ser humano, mas que marcou de tal forma o coração, as mentes e a alma das pessoas, que a cada três de março ficamos buscando fórmulas e frases de expressar um pouquinho da gratidão por ele existir e por estar ligado ao Flamengo, a nossa maior paixão! Nunca me cansarei de dizer: Obrigado, Zico. Obrigado por ter sido e continuar a ser o padrão maior do vencedor que não se deixou levar pela fama e pela idolatria, que nunca perdeu o amor pelos que te amam, e que nunca será esquecido por qualquer pessoa que o viu jogar ou que pertence a esta imensa Nação RubroNegra. Obrigado por ser, Simplesmente, o Zico.

Faltou dar os parabéns ao nosso Julio Uri Geller Cesar, o homem que entortava os defensores, e que tem o privilégio de ter nascido neste dia de “natal rubronegro”.

Quanto ao jogo de amanhã, depois de duas apresentações abaixo do esperado, espero que sirva para alguma coisa além de homenagear o nosso capitão moicano. Que sirva para começar a definir o time quando estamos sem o Everton, que prove de uma vez por todas que não podemos começar o jogo com três volantes e nenhum meia, e que o futebol rápido do início do ano se faça presente de novo. Porque no sábado seguinte já tem jogo e valendo 3 pontos. E as experiências pararam de dar certo. É hora de voltar a jogar para ganhar e convencer!

Saudações RubroNegras!

Em tempo: O site do Flamengo fez algumas matérias bem legais sobre o Galinho, e eu deixo aqui dois links para quem quiser conferir. No primeiro, a história do Zico. No segundo, cinco vídeos de momentos muito especiais. Vale a pena ver!

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