Amigos rubronegros
do Conversa Flamenga, dizem que aquele milho da pipoca que teima em não abrir,
por mais que deixemos a pipoqueira no fogo, é chamado de milho piruá. Por
extensão, acaba sendo a forma pela qual nos referimos às pessoas que não
aprendem e insistem em suas teimosias. Não tem pouco tempo este espaço estava
elogiando a evolução do Luxemburgo, ao futebol moderno que vínhamos
apresentando, ao tal trio de “velocidade, intensidade e mudança de direção”.
Veio o empate contra o Madureira, a vitória difícil contra o Brasil de Pelotas
e a derrota contra o fraco time do Botafogo. Não se trata de cornetar, mas
torcedor é assim mesmo, quando para de ganhar o grito sobe. E se além disso
ainda jogar um futebol feinho, pior ainda. Agora imaginem quando perde, o
futebol é ruim e a sensação é de que andamos para trás?
Este espaço não
quer fazer perseguição a nenhum jogador. Entre os frequentadores existe quem
aposte no Artur Maia como talento e quem acha ele fraco e quem nem merece
vestir o Manto. Existe quem defenda o Luis Antonio na lateral direita, quem
ache que ele só joga bem na meia direita e quem só chama ele de Processinho,
por conta da canalhice daquele imbróglio
que o jogador arrumou no começo do ano passado, justamente quando tinha ido tão
bem na Copa do Brasil de 2013. Esses últimos não querem o jogador no time nem
pintado de rubronegro. Ou seja, nenhum jogador (ou quase nenhum) é unanimidade
neste elenco. Até o Cirino, sem dúvida a grande contratação deste ano, tem
gente que aposta que ele vai se adaptar como centroavante e tem gente que só vê
efetividade nele caindo pelas pontas. Resumindo, os “pontos de encontro” da
torcida nas redes sociais trazem consigo a própria dinâmica da torcida real, ou
seja, tudo pode ser questionado e nenhuma opinião é a mais certa de todas. Mas
tem um ponto, um único pontinho, que ninguém consegue entender: Qual a razão da titularidade absoluta do
Márcio Araújo? O que esse jogador faz de tão maravilhoso para barrar
Cáceres, Jonas, Maia, e qualquer outro que se aventure a ser cogitado para este
meio campo do Flamengo?
Pode ser que
apareça por aqui algum defensor extremo do nosso Messi Caramujo, mas posso
afirmar, sem medo de errar, que mais de 90% do que leio sobre este jogador nos
blogs e redes sociais, não explicam essa titularidade. Quando o Luxa escalou o
jogador no lugar do Cáceres, eu imaginei que era uma adaptação à pouca
necessidade de jogadores com maior poder de marcação quando nossos adversários
eram teoricamente mais fracos. Mas aí o Caceres voltou ao time e o escolhido
para sair foi o Maia, que, pelo menos ao meu ver, é uma das poucas esperanças de
ter um jogador mais habilidoso nesse meio campo. Agora o Jonas vem se revelando
um jogador promissor, pois marca bem, sabe sair jogando, passa com acerto e
ainda chuta forte de fora da área. Mas o que é anunciado é que ele sai do time.
E o Araújo fica!
Como disse, a
intenção desta coluna, que precede o jogo deste sábado contra o Friburguense, não
é fazer carga contra o atleta, que merece o nosso respeito como todos que
envergam o Manto. Mas é contra o tipo de futebol que nós apresentamos com ele
em campo. As vezes ele até se coloca bem, e se fomos campeões cariocas no
ano passado devemos ao gol roubado-mas-gostoso feito por ele. E ele até aparece
bem, as vezes, toca a bola com fluidez... Mas nada isso costuma resultar de
fato em gol ou em alguma jogada para a frente. Contem os passes desse jogador em
uma partida, e sou capaz de apostar que mais da metade é para os lados, ou para
trás. Lembra a “enceradeira”, como era chamado o Zinho, que tinha muito, mas
muito mais técnica que o nosso bravo Araújo. Não consigo entender a razão de
ele nunca fazer parte das experiências ficando fora do time. Escuto uma
gritaria danada dos torcedores, e o Luxemburgo parece convencido que o zum zum
é sem sentido. É teimosia ou persistência, Luxa?
Vamos pro jogo sem
Samir (esse é outro que está precisando mandar bater “10 réau” de tambor para
afastar a urucubaca), sem Everton, sem Maia e pelo visto também sem poder
escalar o Nixon. A provável escalação do Flamengo deve ser mesmo
Paulo Victor, Pará, Wallace, Bressan e Anderson Pico; Márcio Araújo, Canteros e
Mugni; Eduardo da Silva, Gabriel e Marcelo Cirino. Confesso que minha expectativa
com o Mugni é cada vez menor. Pode ser que o tal “efeito Conca” ainda aconteça,
mas cada vez que ele pega na bola fico com medo de ele perder e nós sofrermos
um contrataque. Ainda não senti firmeza no Bressan e ficaria mais tranquilo com
o Marcelo em campo, ou até com o Frauches, que parece que virou reserva do
reserva da lateral. Mas o ataque é bom e estou confiante em mais uma vitória
que mantenha nossas chances de ir para as finais e quem sabe até ainda sonhar
com a Taça Guanabara, porque nada garante que o Botinha ainda não tenha um
empate e uma derrota pelo caminho.
Que São Judas Tadeu ilumine o nosso técnico e que
ele limpe esse ouvido, porque nós não vamos parar de gritar: Pra cima deles,
Mengão!
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