Amigos rubronegros,
ninguém precisa me dizer que neste campeonato ainda estamos na terceira rodada,
que o jogo contra o Shaktar era amistoso contra um time de turistas, e que o
Vasquim e as bibas paulistas ainda estavam em “banho maria”. Eu sei. Sei também
que nem se ganharmos o Carioca isto será prova de que o time estará pronto para
disputar a liderança do Brasileiro e garantir a disputa de torneios mais
“nobres” em 2016.
Mas o fato é que
temos um estilo novo em campo. Se vai dar certo só o tempo e as atuações em
campo é que dirão. Saímos da postura de um time que se defendia primeiro para
atacar rápido em contrataques velozes, as vezes bem sucedidos e as vezes não.
Acabou o Flamengo jogando como “time pequeno”, para jogar contra “times
pequenos”. Pela primeira vez em muitos anos temos um ataque realmente rápido,
tecnicamente privilegiado e que recebe seguidas bolas para tentar a conclusão.
Acabou a época dos lançamentos goleiro-centroavante, e a bola agora teima em
passar pelo meio campo, em passes verticais, lançamentos constantes,
cruzamentos e dribles. Vejam bem, não estou dizendo que este time está jogando
muito, ou que o futebol é deslumbrante. Mas dá para perceber claramente que o
estilo de jogo é outro, que um 4-3-3 é possível com as peças que temos, e que a
direção do Luxemburgo vem trabalhando este elenco para apresentar em campo um
futebol moderno, diferente do que temos visto nos últimos tempos,
principalmente no time rubronegro. Até jogadas ensaiadas começaram a aparecer!
Além da competência
cada vez mais comprovada do técnico (e da direção que conseguiu enquadrar a
jurisdição dele no que ele faz de melhor), imagino que deve estar ajudando
contar com um elenco em que as peças podem atuar de diferentes formas em um
mesmo jogo. Nossos laterais (Pará e Pico) podem apoiar ou não, e estão sendo
eficientes em ambas as funções. No meio campo, pode entrar um aguerrido Cáceres
se o adversário precisar de uma marcação mais forte, ou o versátil Araújo, que
parece ter se tornado um jogador muito mais eficiente na distribuição de jogo
do que foi no passado (Achei que eu nunca ia elogiar o Caramujo na vida...).
Canteros está se revelando um jogador importantíssimo, tanto na marcação como
na criação de jogadas e agora até batendo faltas “a lá Zico”. Artur Maia,
alterna boas jogadas com erros de passe, mas tenta a tabela, joga para a frente
e a bola que ele meteu pro Cirino matar no peito dentro da área (acabaou no
chute do Nixon e na defesa na trave) já parece mostrar que ele tem potencial,
ao 22 anos, para se tornar titular neste time. Além disso, no seu primeiro gol
com o manto, devemos louvar que ele chegou sozinho e colocou a bola no canto de
forma consciente, cabeceando para baixo e tirando do goleiro. No ataque,
Everton continua correndo por todos os lados do campo e se entendendo cada vez
melhor com Cirino, que desencantou e se melhorar as finalizações será cada vez
mais mortal. Nixon confirmou seu melhor momento no final do ano passado,
atuando as vezes como ponta direita e as vezes chegando para concluir. Sua
atuação contra o fraco Barra Mansa foi espetacular, pois só revendo o jogo
percebi de quantas jogadas perigosas ele participou. E na geladeira, sendo
preparados para entrar em melhor forma física, ainda temos Eduardo da Silva,
Gabriel e Paulinho.
Ah, ainda falta um "dez" e um "nove". Pode ser. Se minha esperança do Montillo chegar no meio do ano se
confirmar, e se um “matador” for confirmado para o ataque, este time fica ainda
mais completo. Mas é muito bom saber que o Luxa pode entrar com o Alecsandro, que eu
já estava vendo como semi-aposentado, para mudar a característica do ataque e
surpreender o adversário. E se o Cirino realmente começar a marcar gols
seguidos como centroavante, o mérito todo será do treinador bruxo que insistiu
em desenvolver no jogador uma habilidade que ele não tinha (e a rigor ainda não
tem, pois falta o “espírito de Romário” no último toque), ou seja, falta
aprimorar muito as suas finalizações.
Talvez o único
setor que não tenha sido testado de verdade seja a zaga. Mas pelo menos por
enquanto, tirando escorregão aqui e ali, Samir e Wallace parecem se entender
cada vez melhor e muitas vezes vemos os dois iniciando a jogada com passes para
os jogadores do meio campo e não com chutões para a frente.
Dá para ficar
animado, certo ? Contra o Resende o que espero é uma partida difícil, porque
toda partida do Flamengo costuma ser assim, mas que o time aprimore este
futebol rápido, intenso e com as trocas de posições que ainda vão descabelar
muitos técnicos adversários. Pra cima
deles, Mengão!
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