sábado, 7 de fevereiro de 2015

Mexendo o Caldeirão do Bruxo Luxa

Amigos rubronegros, ninguém precisa me dizer que neste campeonato ainda estamos na terceira rodada, que o jogo contra o Shaktar era amistoso contra um time de turistas, e que o Vasquim e as bibas paulistas ainda estavam em “banho maria”. Eu sei. Sei também que nem se ganharmos o Carioca isto será prova de que o time estará pronto para disputar a liderança do Brasileiro e garantir a disputa de torneios mais “nobres” em 2016.

Mas o fato é que temos um estilo novo em campo. Se vai dar certo só o tempo e as atuações em campo é que dirão. Saímos da postura de um time que se defendia primeiro para atacar rápido em contrataques velozes, as vezes bem sucedidos e as vezes não. Acabou o Flamengo jogando como “time pequeno”, para jogar contra “times pequenos”. Pela primeira vez em muitos anos temos um ataque realmente rápido, tecnicamente privilegiado e que recebe seguidas bolas para tentar a conclusão. Acabou a época dos lançamentos goleiro-centroavante, e a bola agora teima em passar pelo meio campo, em passes verticais, lançamentos constantes, cruzamentos e dribles. Vejam bem, não estou dizendo que este time está jogando muito, ou que o futebol é deslumbrante. Mas dá para perceber claramente que o estilo de jogo é outro, que um 4-3-3 é possível com as peças que temos, e que a direção do Luxemburgo vem trabalhando este elenco para apresentar em campo um futebol moderno, diferente do que temos visto nos últimos tempos, principalmente no time rubronegro. Até jogadas ensaiadas começaram a aparecer!

Além da competência cada vez mais comprovada do técnico (e da direção que conseguiu enquadrar a jurisdição dele no que ele faz de melhor), imagino que deve estar ajudando contar com um elenco em que as peças podem atuar de diferentes formas em um mesmo jogo. Nossos laterais (Pará e Pico) podem apoiar ou não, e estão sendo eficientes em ambas as funções. No meio campo, pode entrar um aguerrido Cáceres se o adversário precisar de uma marcação mais forte, ou o versátil Araújo, que parece ter se tornado um jogador muito mais eficiente na distribuição de jogo do que foi no passado (Achei que eu nunca ia elogiar o Caramujo na vida...). Canteros está se revelando um jogador importantíssimo, tanto na marcação como na criação de jogadas e agora até batendo faltas “a lá Zico”. Artur Maia, alterna boas jogadas com erros de passe, mas tenta a tabela, joga para a frente e a bola que ele meteu pro Cirino matar no peito dentro da área (acabaou no chute do Nixon e na defesa na trave) já parece mostrar que ele tem potencial, ao 22 anos, para se tornar titular neste time. Além disso, no seu primeiro gol com o manto, devemos louvar que ele chegou sozinho e colocou a bola no canto de forma consciente, cabeceando para baixo e tirando do goleiro. No ataque, Everton continua correndo por todos os lados do campo e se entendendo cada vez melhor com Cirino, que desencantou e se melhorar as finalizações será cada vez mais mortal. Nixon confirmou seu melhor momento no final do ano passado, atuando as vezes como ponta direita e as vezes chegando para concluir. Sua atuação contra o fraco Barra Mansa foi espetacular, pois só revendo o jogo percebi de quantas jogadas perigosas ele participou. E na geladeira, sendo preparados para entrar em melhor forma física, ainda temos Eduardo da Silva, Gabriel e Paulinho.

Ah, ainda falta um "dez" e um "nove". Pode ser. Se minha esperança do Montillo chegar no meio do ano se confirmar, e se um “matador” for confirmado para o ataque, este time fica ainda mais completo. Mas é muito bom saber que o Luxa pode entrar com o Alecsandro, que eu já estava vendo como semi-aposentado, para mudar a característica do ataque e surpreender o adversário. E se o Cirino realmente começar a marcar gols seguidos como centroavante, o mérito todo será do treinador bruxo que insistiu em desenvolver no jogador uma habilidade que ele não tinha (e a rigor ainda não tem, pois falta o “espírito de Romário” no último toque), ou seja, falta aprimorar muito as suas finalizações.
Talvez o único setor que não tenha sido testado de verdade seja a zaga. Mas pelo menos por enquanto, tirando escorregão aqui e ali, Samir e Wallace parecem se entender cada vez melhor e muitas vezes vemos os dois iniciando a jogada com passes para os jogadores do meio campo e não com chutões para a frente.

Dá para ficar animado, certo ? Contra o Resende o que espero é uma partida difícil, porque toda partida do Flamengo costuma ser assim, mas que o time aprimore este futebol rápido, intenso e com as trocas de posições que ainda vão descabelar muitos técnicos adversários.  Pra cima deles, Mengão!

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