Amigos rubronegros
“conversantes” e “espiantes”, dizem que em 1924, a artista Tarsila do Amaral,
que morava em Paris, veio ao Rio de Janeiro passar o carnaval, e teria deixado
a obra que reproduzo na ilustração acima como lembrança desta viagem. Não é
certo que ela tenha realmente ido a Madureira, mas a tela parecia adivinhar que
o simpático bairro seria de fato o berço de grandes escolas de samba e de
tantos sambistas que eternizaram o nome do bairro na cultura popular carioca e
brasileira. Alguém interpretou depois que a Torre Eiffel colocada no meio da
colorida Madureira era na verdade a própria Tarsila, estranha e perdida entre
seus compatriotas brasileiros.
Pois o que não
queremos neste domingo é justamente um “estranhamento” do time rubronegro
frente ao Madureira. O tricolor do
subúrbio tem 10 pontos, com 3 vitórias e um empate em cinco jogos, a apenas 3
pontos do Flamengo. Desempenho bem melhor, por exemplo, do que o Resende, que
tantas dificuldades nos criou com sua marcação eficiente. E os recentes
tropeços de Flu e Vasco diante do Volta Redonda e do fraquíssimo Barra Mansa
parecem nos ensinar a lição de que time grande tem que entrar contra time
pequeno jogando como time grande. Estabelecer o domínio territorial, cortar
qualquer tentativa de reação e transformar a supremacia em gols. Não espero
nada menos que 3 gols de diferença para este jogo, que a rigor é um treino de
Luxa, digo, de luxo, para a importante partida que teremos na quarta feira que
vem contra o Brasil de Pelotas. Que, diga-se de passagem, vem bem no Campeonato
Gaúcho, dividindo a liderança do campeonato com onze pontos em 6 jogos, dos
quais três foram vitórias, uma delas contra o Grêmio decadente do Felipão.
O fato é que a
nossa defesa não foi testada de fato nesse Carioca, e nossos três gols sofridos
foram mais fruto do azar e da sorte do que de falhas dos nossos defensores ou
mérito dos atacantes adversários. E justamente neste treino de domingo vamos
ter mudança na zaga, resultado do terceiro cartão amarelo de Wallace. Acredito
que deve entrar o Bressan, o que teria a vantagem de poder observa-lo melhor,
já que suas participações no time até agora foram insuficientes para avaliar a
contratação do zagueiro. Nas laterais, com a ausência do Pico, devem permanecer
Pará e o técnico tem as opções de Thallyson na esquerda ou a ida do Pará para o
outro lado e a volta de Leo Se Despedindo Moura na direita. Pessoalmente
prefiro que o negócio com o time americano se confirme e o velho capitão faça
apenas o seu último jogo contra o Botafogo no primeiro dia de março. O jogo de
volta contra o Brasil de Pelotas só acontecerá mesmo em 18 de março, quando o
passaporte do moicano já estiver carimbado, ou seja, precisamos treinar as
opções que temos para continuar o ano. Aliás, nessa crise de laterais (dizem
que o Thallysson não é um lateral de ofício) vale sugerir a subida do Jorge, de
apenas 19 anos, mas que vem fazendo um bom trabalho nos juniores, incluindo o
feito de fazer três gols contra o Boavista na vitória de NOVE a zero imposta
pelo Menguinho no último jogo do carioquinha juvenil. O Jorge já tinha chamado
a atenção mesmo antes da última Taça SP de Futebol Junior e na minha opinião é
o jogador mais “pronto” do atual time de juniores do Flamengo. Sei que alguns
amigos apostam em Douglas Baggio e no Jajá, mas eu acredito que o melhor que o
Flamengo vai conseguir com estes dois jogadores vai ser um bom dinheiro. Já o
Jorge pode mesmo vir a ser titular do Flamengo: Conhece os fundamentos, joga
sério e não parece que vá se deslumbrar facilmente com a subida para o grupo
profissional.
Muito se tem
discutido nas redes sociais sobre o futuro do Cáceres, nosso volante xerifão,
que a bem da verdade, estava acabando o jogo bem cansado nos primeiro jogos. Já
li que ele está sendo injustiçado, já li que o tal Jonas vai barrar ele de
vez... O fato é que tem jogado na posição o Márcio Araújo e “acho que entendo”
o que o Luxa quis fazer, que é melhorar a fluidez do passe contra times em que
a defesa precise menos de proteção, como tem sido nestes jogos do Estadual.
Contra equipes mais fortes, com certeza vamos precisar alguém com o estilo mais
marcador que o Cáceres imprime ao time. Seria uma boa oportunidade para ver o Jonas em campo. Quem sabe não descobrimos nele um jogador que além de marcar
saiba sair jogando ?
No ataque, estamos
descobrindo que o que o Luxa quer do Cirino não é ele de centroavante, fixo
entre os zagueiros. O que ele tem sido é uma espécie de “atacante livre”,
continuando a usar as pontas quando o espaço se abre, mas também se aventurando
pelo meio. Tem dado certo, e se não fosse
o edema na coxa do Alecsandro, teríamos mais testes de mudança na
maneira de jogar, o que acontece quando ele entra. O fato é que este é um time
com pelo mesmo três atacantes e isso deve ser louvado no meio da mediocridade
que assola o futebol brasileiro nos últimos anos. Vamos torcer para que o
esquema do Luxa dê certo e seja uma inovação vitoriosa, para obter resultados
não só no carioca como na Copa do Brasil e no Brasileirão. Se o Nixon estiver
bem, acho que entraremos com ele, Cirino e Everton. Com direito a entrada de
Duda (ainda 45) e Gabriel durante o jogo. Quanto ao Artur Maia, acredito
que a despeito da sua última atuação, que não foi boa, deve continuar no time.
Cabe a ele aprender a cada jogo e ter uma atuação de gala que convença seus
críticos. Com apenas 22 anos e uma técnica indiscutível, ele pode nos dar
muitas alegrias ainda. Pelo menos eu acredito nisso...
E vamos pro jogo,
sem menosprezar o Madureira, mas já pensando no primeiro grande passo para a
Libertadores 2016! É Carnaval em Madureira!
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