Amigos rubronegros, finalmente teremos
o primeiro clássico carioca do ano, já que o jogo contra o Vasco em Manaus foi
apenas uma tentativa (frustrada) deles conquistarem mais um Vice. E o jogo já
tem até provocação, com o atacante alvinegro desafiando o Cirino, e o técnico
do Botafogo dizendo que o futebol anda “chato” (nesse ponto ele tem razão) e
que o Botafogo conquistou “o título de ser o único a treinar no Maracanã”... É,
ele disse isso! Primeiro o presidente viceíno diz que “ganhar do Flamengo é um título”
e agora o ex-treinador da Jamaica mostra que não perdeu o hábito adquirido em
sua experiência no exterior. Tá doidão, Renê?
O que vale mesmo é que na segunda
espero ter bons motivos para gozar os amigos botafoguenses, mais conhecidos
como a “turma do chororô”. Tenho uma convicção de que jogar contra
os antigos times grandes do Rio é mais fácil do que contra os novos pequenos. Impossível
o time com alguma torcida ficar 90 minutos se defendendo. No que abrir para
atacar, nossos jogadores, muito rápidos, chegam no gol. Mas para isso tem que
ter armação de jogadas. O campo é o Maracanã e não o curto gramado de Bento
Freitas, onde cometemos a heresia de jogar a maior parte do jogo sem meias. A
bola precisa chegar aos atacantes. Ou, em outras palavras: “BOTA MEIAS, LUXA!”.
Meu time ideal não foge muito das
escalações que vejo desenhadas na mídia social, mas já que o Jonas entrou em uma
parada duríssima e não amarelou, eu daria continuidade ao Sarará, que parece
ter o poder de marcação do Cáceres sem a mesma fúria faltosa que o paraguaio
vem apresentando este ano. Meu time seria, portanto, Paulo Victor, Leo Moura,
Samir, Wallace e Pará. Jonas, Canteiros e Artur Maia. Everton (ou Nixon, caso o
Everton não possa jogar), Cirino e Eduardo da Silva (Alecsandro no segundo
tempo). Mas nossos amigos conversantes não tem a mesma opinião. Vejam os times
sugeridos.
O Juberto não abre mão do Luiz Antonio
na lateral. O que eu pensava ser meio maluquice de quem sempre escala time
muito ofensivos, até que foi bem quando foi escalado. Olhem o que ele diz: “-Amigos, nunca escondi que gosto de
definir dentro do grupo os onze melhores e com sintonia pra disputar as
competições. A partir dai, realmente faz-se necessário criar a dinâmica para as
mudanças, pois existem contusões, queda no futebol do atleta, jogadores da
reserva que crescem e merecem as oportunidades. Diante disso, o meu time pra
jogar e ganhar fazendo cachorro quente é: PV, LA, Wallace, Samir e Thallison.
Canteros, Cáceres, Everton e Arthur. Edu e Cirino!” Não deixa de ser um time
interessante e como sempre, bem ofensivo.
Já o Sérgio Accioly diz que "Meu
time ideal HOJE seria PV, Pará, Wallace, Samir e Pico. Canteiros, Cáceres,
Everton e Arthur. Alecsandro e Cirino. Explico o Alecsandro: entrando por
ser um centroavente de origem e acho que o time carece de um jogador que jogue
enfiado na área. Que adiante ter 2 jogadores velozes nas pontas se não tem quem
conclua na área? Penso que é dispensável dizer que Cirino se revesaria de lado
pelas pontas com Everton. Experiências PONTUAIS, não 4 ou 5 de uma vez,
poderiam ser feitas com Pico/ Thallyson, Cáceres/ Jonas, Alecsandro/
Eduardo Silva, Pará/ LA (período final) e Everton/ Gabriel ou Nixon, em
substituição, bem dito..
Quem também mandou uma sugestão de
escalação foi o Rodrigo Ribeiro, que disse o seguinte: “-Minha escalação
do time do Flamengo é exatamente a usada no início do trabalho, antes do Luxemburgo
resolver começar a inventar. Paulo Victor; Pará, Wallace, Samir, Anderson
Pico (se não puder jogar, Thalison); Canteros, Márcio Araújo, Arthur Maia;
Everton, Marcelo Cirino, Nixon”. Para justificar essa opinião, o nosso
Cometa escreveu um comentário daqueles que valem por uma coluna, e que
reproduzo boa parte abaixo, para alimentar nossas discussões. Com a palavra, o
Rodrigo:
“O Flamengo iniciou a pré-temporada
com um time surpreendente. Três jogadores de velocidade e mais um meia
clássico. Futebol moderno e envolvente. Disputou aquele torneio do início do
ano assim, e o venceu. Continuou a pré-temporada, e entrou no campeonato
carioca com essa formação da qual utilizou na pré-temporada inteira.Teve
dificuldades no primeiro jogo, mas depois deslanchou, fez boas apresentações
sem correr riscos. Luxemburgo mudou Marcelo Cirino de posição, quase estuprando
o modo do jogador de jogar. Sem querer, descobriu um jogador que poderia fazer
a função de meia clássico, camisa 10, que todo mundo sempre reivindica, e que
apareceu quase de graça pro Flamengo - o Arthur Maia.
De repente, por conta do
"portentoso" Brasil de Pelotas (que se alguém tivesse tido o cuidado
de estudar veria que não faz frente ao Bonsucesso ou ao Resende), Luxemburgo
resolve testar um time mais cascudo (seja lá o que signifique essa porr***)
diante do Madureira. Sai o meia Arthur Maia, entra Cáceres, lento e faltoso
demais esse ano, volta Márcio Araújo para errar tudo na ponta direita...
Resultado: arrancamos um empate quando o profexor resolveu, já no final do jogo
e por força do desespero, render-se ao esquema anterior que vinha dando certo.
Eis que contra o Brasil de Pelotas, o
grau de genialidade do profexor aflora ainda mais. Não só o time rápido e de
qualidade treinado no início do ano foi descartado, como foi enterrado com as
entradas do Eduardo do Silva e do Alecsandro. Então, no momento em que o Arthur
Maia, um raro achado, vinha em plena ascendente, o profexor o barra em prol, de
novo, de um "time mais cascudo"; no momento em que Marcelo Cirino se
adaptava à nova posição, repentinamente volta à posição de origem.
Mas meu QUESTIONAMENTO transcende à
questionamentos táticos ou de escalação. Cada treinador pode fazer a cagada que
lhe aprouver melhor, e os nossos são competentes demais nesse quesito. Meu
QUESTIONAMENTO é que, se diante do Brasil de Pelotas, que seria, na minha
concepção, rebaixado até na série B do Carioca, o esquema que o Luxemburgo
treinou durante toda a pré-temporada não serve (e parece, nem diante do
Botafogo), então não vai ser usado, via de lógica, no Campeonato Brasileiro,
cujos times são obviamente muito mais fortes.
Então, tudo o que treinamos na
pré-temporada vai pro lixo? Gastamos semanas treinando um time seguro,
talentoso, rápido, que diante do primeiro adversário SUPOSTAMENTE mais duro,
não serve? A pré-temporada então foi pra treinarmos o time pra jogar contra os
times mais fracos do campeonato carioca? Pro Brasileiro e Copa do Brasil a
gente pega o esquema do ano passado e vai enfiando os reforços no meio da
competição e treinando assim?”
Pode-se concordar ou não, mas a
questão é boa. Sempre disse que o Carioca é treino, mas essas mexidas abalaram
minha convicção de que estávamos em busca de um futebol moderno e com menos
volantes de marcação. Mas o fato é que o time ainda não perdeu esse ano, e os
resultados ainda nos favorecem. Talvez adaptar o time a cada jogo não seja má
ideia, e apesar do que o Rodrigo acha em relação ao Brasil, o jogo foi duro e
difícil de ser vencido. Não tenho certeza de que um time mais leve teria
suportado o ritmo que o Brasil imprimiu no início do jogo. Mas imagino que
contra o Botafogo teremos uma amostra mais clara do que podemos esperar quando
jogarmos contra times teoricamente mais fortes. O goleiro do Bota disse que
jogar contra o Flamengo “é sempre gostoso”. Espero que ele saia ardido de tanta
gostosura depois do jogo...
Um último ponto. Recebi pela internet
uma simpática brincadeira sobre o que os paulistas gostam de fazer no Rio. No
meio tinha essa foto maravilhosa, atribuída a André Joaquim, a quem
dou o devido crédito pela ilustração, tomando apenas o cuidado de fincar a
bandeira rubronegra onde penso que fica o campo da Gávea, já que não consigo
imaginar o Rio sem o Flamengo. A foto, belíssima, é uma forma de homenagear esta
cidade maravilhosa, sempre de braços abertos a todas as raças e credos, a todos
os estrangeiros e migrantes, que nesse domingo completa 450 anos. Nem os piores
administradores conseguirão tirar do Rio de Janeiro esse caráter universal e
acolhedor, e essa beleza sem par. Parabéns a todos os cariocas, tanto os da
gema como os que adotaram a cidade, alguns até sem nunca a terem visitado.
E vamos pra cima deles, Mengão!