Conversa Flamenga

NOTA do Editor : Passada a emoção do jogo, publico a seguir o que poderia ter sido a coluna deste domingo, contando a "conversão" do amigo DG, motivo de tantas alegrias na sua vida, e que só o tricolor mais rubronegro da história, Nelson Rodrigues, poderia definir.

"Meus Amigos Rubronegros, este foi o primeiro jogo que eu assisti no Maracanã:

Flamengo 6 x 1 Fluminense, em 17 de dezembro, pelo 2º turno do Campeonato Carioca de 1955. O time formou com Aníbal, Servílio, Pavão, Jadir, Dequinha, Jordan, Joel, Paulinho, Índio, Dida e Zagallo. 

E os gols rubronegros foram de Paulinho(3), Dida(2) e Joel.

Eu, com 9 anos, no Rio de janeiro, onde o meu pai veio trabalhar por cerca de 2 anos e meio. Morávamos com o Meu Tio Edgard (capitão do Corpo de Bombeiros) na rua dos Inválidos, no Catete, e ainda não tinha preferência por time de futebol, já que o meu pai não me levava pra assistir aos jogos.

Então num belo, belíssimo dia, ele de folga do trabalho  (agencia de navegação inglesa) e, de tanto lhe pedir, me levou ao Maracanã para assistir ao maior clássico de futebol do Brasil, um FLA x FLU.

Meu Pai, torcedor do Fluminense e fã do CASTILHO só me falava que o FLU era isso, o Flu era aquilo e, achando que a torcida tricolor iria ganhar mais um torcedor, não me largava a mão e preocupado com a aglomeração de torcedores subindo a rampa do estádio, segurava cada vez mais firme a minha mão, que chegava até a doer.

Começado o jogo ele me falou que o TOMIRES (primo dele) filho do irmão do pai dele (meu avô, que não cheguei a conhecer, eu era o filho mais novo) não iria jogar pelo FLAMENGO e ia até facilitar o ataque do FLU a sua ausência (Meu pai certo da vitória do FLU).

Começado o jogo a coisa foi muito diferente, só dava FLAMENGO, o DIDA (alagoano ex-CSA, time que eu simpatizava em Maceió) fez misérias em campo, tanto fazia gols como deixava os companheiros na cara do gol, "fintando" os adversários com uma facilidade que me impressionou a sua habilidade em dar dribles de corpo que entortava os defensores e os deixava até caídos no chão após os dribles e fintas.

Então, quando a arquibancada já começava a tremer sem parar e a torcida Rubronegra enlouquecida com aquele "baile de futebol" (já estava uns 4x1 pro FLAMENGO), meu pai me chamou pra ir embora, eu disse não, eu quero ficar e o senhor está torcendo pro time errado. Se o seu primo joga no FLAMENGO, o melhor jogador do Brasil, o DIDA joga no FLAMENGO e são alagoanos, como é que o senhor vai torcer contra o FLAMENGO?

E, foi assim que surgiu um novo torcedor 

do FLAMENGO, pra tristeza do Meu Pai, que não me levou pra assistir mais nenhum jogo de futebol durante esses 2 anos e meio que eu morei no Rio de Janeiro.

Só voltei ao maracanã em 1984, na vitória do FLAMENGO por 4 x 1 sobre o SANTOS. Essas foram as 2 únicas partidas do FLAMENGO que eu assisti no Maracanã!

Eu estava de férias com a minha família no Rio em 11 de fevereiro de 1984 e, aproveitei para assistir o meu segundo jogo no Maracanã, válido pela Taça Libertadores da América. O time jogou com Fillol, Leandro, Figueiredo, Mozer, Júnior, Andrade, Adilio, Tita, Lúcio, Nunes e João Paulo (Lico).

O Flamengo goleou o Santos por 4 a 1 perante um público de 37.682, e os gols foram de Mozer(2), Lico e Tita.

Aquele abraço do Amigo que tem orgulho de possuir sangue Rubronegro(TOMIRES), que foi derramado nos gramados do mundo pela grandeza do FLAMENGO!!!!!!!"