Inferno, Purgatório e Paraíso

Amigos do Conversa Flamenga, vamos recuar um pouquinho na história. Em 1265 DC nasceu o poeta italiano Dante Alighieri, por muitos considerado o maior poeta da língua italiana. Dante, que antes se chamava “Durante” e só depois teve seu nome abreviado para Dante, escreveu uma das obras primas da literatura mundial, conhecida como A Divina Comédia, que narrava a caminhada dele pelo Inferno e pelo Purgatório, guiado pelo poeta Virgílio, e depois pelo Paraíso, desta feita acompanhado pela sua amada Beatriz. A obra, originalmente se chamava apenas “A Comédia”, e não porque era engraçada, e sim porque terminava bem, ao contrário de uma Tragédia, que sempre terminava mal.

Não precisamos nem forçar muito a memória para saber a razão desta introdução histórica. Na “onda azul” que varreu a Gávea no final do ano passado, todos nós flamenguistas entramos no ano de 2013 eufóricos com os “novos tempos”, imaginando estar deixando de vez os tempos sombrios da última administração, que pegou um time campeão brasileiro e levou um clube a um tal descrédito que até jogadores medianos recusavam a nossas propostas. A realidade do Campeonato Carioca nos fez acreditar que o Inferno continuava, só mudava a mão do técnico a nos guiar. A última mão, que chegou a nos dar esperanças, foi a de um senhor Fujão que nem merece ter seu nome ligado ao nosso clube. Quando achávamos que estávamos começando a formar um time, começaram as “oscilações”, e nos descobrimos ainda em pleno Purgatório, pagando o preço de tantas decisões erradas. Mas como falamos de uma Comédia, na falta da Beatriz, assumiu o Mengão o modesto e humilde Jaime, e estamos a caminho do Paraíso. No mínimo, o Inferno real, que seria o rebaixamento, está afastado de vez. E estamos “a dois passos do paraíso”. Aliás, a apenas um passo, que durará 90 minutos, e terminará por volta da meia noite desta quarta feira, 26 de novembro de 2013.

Para chegar na porta do Paraíso, muita coisa mudou, ainda que o elenco seja o mesmo que o Flamengo já dispunha em casa. Atletas se superaram, o time se compactou, um time titular foi definido, e principalmente, os jogadores jogaram com alma e vontade de vencer. Não foi fácil, e para caminhar na Copa do Brasil tivemos que passar pelos times que vinham fazendo sucesso no Campeonato Brasileiro. Cruzeiro, Botafogo e Goiás foram adversários dificílimos, mas apesar da descrença geral, fomos vencendo e passando de fase. Chegamos na final em uma posição que nos favorece levemente, mas que em nada muda o fato de que serão nestes 90 minutos que a porta desse “paraíso” se abrirá para um 2014 à altura das tradições rubro-negras.

Portanto, torcedores, dirigentes e jogadores, a Hora H é agora e o Dia D é esse!  É neste momento que uma Nação inteira se agiganta e que cada voz presente no estádio passa a representar outras milhares de vozes, que estarão gritando e vibrando em suas casas, espalhadas pelo planeta inteiro!

É simplesmente impossível tentar nessa hora falar de tática ou de um ou outro jogador! Que o Cadu se consagre, que o Hernane deixe o dele, que o Felipe seja invencível, que o Léo Moura mostre suas melhores qualidades, que a dupla Wallace e Samir mostrem que já temos uma bela zaga para 2014, que o Amaral recompense a aposta feita nele, que o Luiz Antonio acerte todos os seus passes e lançamentos, que o Elias justifique o carinho que a torcida lhe dedicou, que o André apele para seus Santos (ou que o João Paulo seja abençoado, caso jogue) e que o Paulinho Geller entorte mais uma vez a zaga adversaria. E que o Jaime esteja em um dia inspirado e tenha a sorte que acompanharam Carpeggiani, Carlinhos e Andrade quando eles precisaram!

Prá cima deles, Mengão! Que o espetáculo seja uma comédia com um final lindo, que a festa dure a noite inteira e que nós possamos passar o resto do ano gozando nossos rivais do arco íris!

Saudações RubroNegras e vamos para o jogo!

(fonte histórica e imagens relativas: Wikipédia)