Então está
combinado, já entendi. Não vai ser nesse final de ano que vamos mostrar um
futebol promissor, daquele que a gente diria que em 2016, com algumas mexidas,
teremos um timaço! Já me conformei com o fato de que vai ser preciso um goleiro,
dois laterais, dois volantes, dois meias e pelo menos um atacante para formar
um novo time titular, esse sim, que vai brigar por títulos. Já captei o
deslumbrante insight de que este time
não tem futebol, nem técnica, nem técnico, para jogar como a galera quer, o
tempo todo no ataque, buscando o segundo gol com a mesma gana da busca pelo
primeiro. Já me convenci de que temos muitos jogadores com problemas físicos,
sem o preparo ideal para correr 90 minutos com tranquilidade e chegando inteiro
no fim do jogo. Já entendi... Já percebi também que o Massaraujo é titular de
qualquer treinador, e que não adianta eu ficar esperneando aqui porque os
nossos “professores” simplesmente adoram os medíocres que cumprem bem as
ordens, que não perdem a bola porque só fazem passes de meio metro, e que basta
cercar, não precisa cortar, como são usados os arames lisos, sem os nós
pontudos e agressivos. Já está claro para mim que o resultado do campeonato não
vai mudar o resultado da eleição de dezembro e que mesmo que perdêssemos todos
os jogos, dificilmente estaríamos na lista de rebaixados. Aliás, ficou evidente
também que não estamos brigando pelo G4 coisa nenhuma, que o nosso negócio é
jogar bem um ou alguns jogos, encher o estádio no jogo seguinte, para dar
vexame e fazer a alegria de todos os times fracos deste campeonato.
Tá bom. Já entendi
isso tudo. Mas deixe eu me apresentar, pelo menos. Eu sou a torcida do
Flamengo. Simplesmente a maior do mundo e do universo conhecido. Eu tenho na
lembrança o time do Zico, pois mesmo quem não era vivo ou não viu aquele time
jogar sabe o que ele jogava, e já deve ter visto vídeos com os gols do Galinho,
do Nunes. Com a maestria do neguinho Adílio, a sobriedade competente do
Andrade, com a categoria de craque de Leandro e Junior... Melhor parar de falar
pois os que lembram disso ficam tristes quando olham os atuais usuários do
Manto. Mas como eu ia dizendo, nossa torcida não consegue pensar pequeno, se
conformar com uma participação burocrática em qualquer campeonato. Tanto é assim
que mesmo sem chegarmos perto da ponta da tabela, volta e meia andamos
frequentando a zona de baixo, só para ter a emoção e o orgulho de dizer depois
que somos “incaíveis”. Pois é. Esse é o nosso espírito. E se não temos técnica,
nem craques, nem treinador capaz de perceber os 11 melhores a serem escalados,
que joguem na raça! Que façam desta camisa a segunda pele e se recusem a
aceitar qualquer resultado que não seja a nossa vitória. Que se joguem na ponta
das chuteiras adversárias, que saltem sempre mais que o adversário, que corram
mais, que suem o suor dos seus corpos desidratados de tanto se sacrificarem pelo Flamengo em campo,
que morram pelo Flamengo, se for preciso, porque a cada jogo patético como os
que temos vistos, quem está morrendo é o nosso orgulho e a nossa alegria de
sermos rubronegros. Salários em dia, estrutura de clube grande, só falta
atitude em campo. Não precisa dar toquinho de categoria, nem lençol, nem drible
cinematográfico. Entrem trombando mas marquem os gols que precisamos. Não
desistam de nenhuma bola sem correr. Não deixem o time adversário sair jogando
sem combater. Esqueçam do tempo do jogo como se fossem sempre os primeiros 5
minutos de jogo, que é quando ninguém está cansado e todos podem correr. Que
mostrem para esta torcida que vale a pena o esforço gigantesco de manter salários
e premiações em dia. Que lutem para ter o seu nome gritado pela torcida e não a
garantia de um cartão amarelo que dá folga no próximo jogo. Quem honrem as
nossas tradições e ajudem aos torcedores mais jovens a acreditar na mística da
camisa e da torcida rubronegra.
Que sejam
Flamengos, como nós somos.
Contra o Internacional, no Maracanã, não esperamos
nada mais do que uma vitória. E que ela venha no estilo dessa torcida,
inquestionável e absoluta!
Pra Cima deles,
Mengão!
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