quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Matinê de Domingo


Confesso que ia começar a coluna sentando o pau nesse horário desumano de fazer jogo de futebol, mas fui desarmado pela notícia de que a CBF já suspendeu a prática, e o nosso confronto contra o Joinville será um dos últimos a acontecer neste horário temerário. Para quem viveu isso, domingo era dia mesmo de matinê, mas de outro tipo de espetáculo. Para quem vivia em cidades que tinham cinemas com nome Metro, existiam as matinês TOM & Jerry, as 10 da manhã. Acreditem se quiserem, mas os pais levavam as crianças para assistirem aos desenho da dupla de “artistas” dos desenhos animados, e era um sucesso total. Depois, com a popularização das televisões, esse programa perdeu dia e hora marcado e passou a ser televisionado nas Sessões de Desenho Animado. Mas era um programão para quem podia curtir os pais nas manhãs de domingo. Mais tarde, na adolescência, as Matinês se referiam aos “bailes dançantes” que aconteciam nas tardes de domingo, justamente para o público de mais ou menos 16 anos, ou seja, os jovens que não podiam frequentar festas noturnas ainda, mas cujos hormônios precisavam desesperadamente de oportunidades de confraternização. Lembrando que conseguir dançar as músicas lentas com o seu par era quase um clímax da paixão da época. O mundo era o mesmo, mas os costumes eram um pouquinho diferentes...

O que nunca mudou mesmo foi o calor do nosso clima subtropical. Nem na praia, onde o calor sempre fez parte da “paisagem”, marcávamos partidas para começar perto do meio dia. As peladas normalmente começavam depois das 3 da tarde, e os mais malandros deixavam para entrar no jogo  depois das quatro, quando o sol já estava mais ameno. Eu sei que tem muito torcedor gostando desse horário, basta ver o público. Domingão de manhã, resolve o passeio do futebol logo de manhã, dá tempo de almoçar com a família e ainda tirar um ronco ou fazer um outro programa a tarde. Mas para atletas extremamente exigidos, que correm até 10 kms por jogo, é um sacrilégio, um atentado para a saúde do jogador. Foi bom quando o inverno ainda estava mantendo as temperaturas mais suportáveis, mas com a entrada do pré-Verão, que é a Primavera, melhor voltar os jogos para a hora do lusco fusco.

Mas insuportável mesmo não vai ser a temperatura do campo  e sim a temperatura da Gávea se o time não interromper a serie de derrotas que vem nos fustigando depois daquela memorável sequencia de 6 vitórias que nos fez sonhar com o título e quase achar que o G4 estava garantido. O futebol tem dessas coisas, e nada nem ninguém consegue explicar a derrota para o Coritiba e a mais incrível ainda derrota para o Vasco Rebaixado da Gama. Não serei eu que vou tentar, principalmente depois que todas as sumidades das redes sociais já deram seus pareceres conclusivos sobre o ocorrido. Só não concordo em que tenha faltado raça ou que tenhamos virado freguês do Vasco, que passou 2013 e 2014 sem vencer nenhuma partida no duelo contra o Mengão. Mas são águas passadas, e em 2016 o nosso sub 20 dará uma escovada clássica no Bacalhau pelo Carioquinha, já que a equipe principal estará curtindo a participação na Sul Minas, também aprovado pela CBF, que parece estar fazendo tudo para agradar todo mundo. Talvez seja a perspectiva de ir em cana, talvez seja só o instinto de autopreservação, sei lá. Mas em 2017, se o Vasco subir em 2016, voltaremos a nos enfrentar pelo Brasileiro e a restabelecer o respeito. Quem sabe até lá os torcedores e eleitores vascaínos tenham se tocado da besteira que fizeram e tenham mandado embora o Furico Miranda? Porque um clube sempre será um pouco o retrato de seu dirigente máximo.

E a propósito disso, vale falar um pouco da nossa eleição, agora que faltam apenas dois meses para o confronto entre as Chapas Azul, Verde e Branca. Da minha parte, assumidamente um Bandeirista de primeira viagem, encantado com a mistura de executivo sênior com torcedor de arquibancada do nosso presidente, torço muito para que ele fique e que o seu “programa de governo”, apresentado nessa semana, seja implementado, continuando o saneamento básico e a construção da infraestrutura que o Flamengo precisa para alçar vôo seguro em direção ao seu destino grandioso. Confesso que até pouco tempo atrás eu não tinha nada contra o Wallin. Minha impressão geral é de que estaríamos bem qualquer que fosse o vencedor da disputa, pois os dois candidatos eram oriundos da Chapa Azul original, e os ideais e propostas de campanha eram muito parecidos ou mesmo iguais. A chapa Branca eu me permito nem comentar. Não vai ganhar e representa o que sobrou do que se convencionou chamar de Corja. São os caras da Corja que não tiveram a cara de pau de se declarar adepto de um das chapas com chances de vencer. Mas eu dizia que o Sr Wallin não era uma persona non grata para mim, mesmo tendo uma passagem esquisita como homem do futebol, na minha visão curta de quem está de fora, o responsável por muitos dos erros que são atribuídos hoje ao Bandeira. Mas aí veio o episódio da representação contra o Bandeira pela cor da luz da fachada do clube.... e pelo amor de Deus, que coisa vergonhosa, primária e idiota! Depois, um outro correligionário qualquer, mas desprovido de cérebro, publicou que “com o Wallin o Flamengo não perdeu pro Vasco!” . Aí a minha paciência acabou de vez e eu decidi que, já que não voto, que vou me manifestar claramente a favor do Bandeira, e na medida do possível, ajudar a quem estiver na dúvida a se decidir pela Chapa Azul. Afinal, descobri que o culpado das derrotas para o Vasco era o Wallin. Se o Flamengo nunca perdeu quando ele estava lá, quem mandou ele sair? O culpado é ele! Arrá! Quem mandou sair quando a situação estava difícil? Porque alguém votaria em quem saiu na hora do sufoco e para tirar o cara que tem sido a “cara” do Mengão nestes 3 anos de recuperação da nossa imagem e da nossa dignidade?
Quanto ao jogo, que a zaga seja a melhor possível, que o goleiro que entrar não estranhe a titularidade, que o Emerson não faça falta (não estando em campo fica difícil mesmo de fazer as faltas que estão fazendo ele ser suspenso já pela segunda vez em tão pouco tempo de clube), que o Everton volte inspirado, que o Jajá se entrar tenha sucesso e não se queime,  e que o Jonas seja finalmente escalado no lugar do volante "arame liso", que só cerca e não corta nada. E vamos pra vitória, porque a hora de começar a sonhar com o G4 de novo é  agora!

Pra cima deles, Mengão!



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