Confesso que ia
começar a coluna sentando o pau nesse horário desumano de fazer jogo de
futebol, mas fui desarmado pela notícia de que a CBF já suspendeu a prática, e o
nosso confronto contra o Joinville será um dos últimos a acontecer neste horário temerário. Para quem
viveu isso, domingo era dia mesmo de matinê, mas de outro tipo de espetáculo.
Para quem vivia em cidades que tinham cinemas com nome Metro, existiam as
matinês TOM & Jerry, as 10 da manhã. Acreditem se quiserem, mas os pais
levavam as crianças para assistirem aos desenho da dupla de “artistas” dos
desenhos animados, e era um sucesso total. Depois, com a popularização das
televisões, esse programa perdeu dia e hora marcado e passou a ser
televisionado nas Sessões de Desenho Animado. Mas era um programão para quem podia curtir os pais nas manhãs de domingo. Mais tarde, na adolescência,
as Matinês se referiam aos “bailes dançantes” que aconteciam nas tardes de
domingo, justamente para o público de mais ou menos 16 anos, ou seja, os jovens
que não podiam frequentar festas noturnas ainda, mas cujos hormônios precisavam
desesperadamente de oportunidades de confraternização. Lembrando que conseguir
dançar as músicas lentas com o seu par era quase um clímax da paixão da época.
O mundo era o mesmo, mas os costumes eram um pouquinho diferentes...
O que nunca mudou
mesmo foi o calor do nosso clima subtropical. Nem na praia, onde o calor sempre
fez parte da “paisagem”, marcávamos partidas para começar perto do meio dia. As
peladas normalmente começavam depois das 3 da tarde, e os mais malandros
deixavam para entrar no jogo depois das
quatro, quando o sol já estava mais ameno. Eu sei que tem muito torcedor gostando desse horário, basta ver o público. Domingão de manhã, resolve o passeio do futebol logo de manhã, dá tempo de
almoçar com a família e ainda tirar um ronco ou fazer um outro programa a
tarde. Mas para atletas extremamente exigidos, que correm até 10 kms por jogo,
é um sacrilégio, um atentado para a saúde do jogador. Foi bom quando o inverno
ainda estava mantendo as temperaturas mais suportáveis, mas com a entrada do
pré-Verão, que é a Primavera, melhor voltar os jogos para a hora do lusco
fusco.
Mas insuportável
mesmo não vai ser a temperatura do campo
e sim a temperatura da Gávea se o time não interromper a serie de
derrotas que vem nos fustigando depois daquela memorável sequencia de 6
vitórias que nos fez sonhar com o título e quase achar que o G4 estava
garantido. O futebol tem dessas coisas, e nada nem ninguém consegue explicar a
derrota para o Coritiba e a mais incrível ainda derrota para o Vasco Rebaixado
da Gama. Não serei eu que vou tentar, principalmente depois que todas as
sumidades das redes sociais já deram seus pareceres conclusivos sobre o
ocorrido. Só não concordo em que tenha faltado raça ou que tenhamos virado
freguês do Vasco, que passou 2013 e 2014 sem vencer nenhuma partida no duelo
contra o Mengão. Mas são águas passadas, e em 2016 o nosso sub 20 dará uma
escovada clássica no Bacalhau pelo Carioquinha, já que a equipe principal
estará curtindo a participação na Sul Minas, também aprovado pela CBF, que
parece estar fazendo tudo para agradar todo mundo. Talvez seja a perspectiva de
ir em cana, talvez seja só o instinto de autopreservação, sei lá. Mas em 2017,
se o Vasco subir em 2016, voltaremos a nos enfrentar pelo Brasileiro e a
restabelecer o respeito. Quem sabe até lá os torcedores e eleitores vascaínos
tenham se tocado da besteira que fizeram e tenham mandado embora o Furico
Miranda? Porque um clube sempre será um pouco o retrato de seu dirigente
máximo.
E a propósito disso,
vale falar um pouco da nossa eleição, agora que faltam apenas dois meses para
o confronto entre as Chapas Azul, Verde e Branca. Da minha parte,
assumidamente um Bandeirista de primeira viagem, encantado com a mistura de
executivo sênior com torcedor de arquibancada do nosso presidente, torço muito
para que ele fique e que o seu “programa de governo”, apresentado nessa semana,
seja implementado, continuando o saneamento básico e a construção da
infraestrutura que o Flamengo precisa para alçar vôo seguro em direção ao seu
destino grandioso. Confesso que até pouco tempo atrás eu não tinha nada contra
o Wallin. Minha impressão geral é de que estaríamos bem qualquer que fosse o
vencedor da disputa, pois os dois candidatos eram oriundos da Chapa Azul
original, e os ideais e propostas de campanha eram muito parecidos ou mesmo
iguais. A chapa Branca eu me permito nem comentar. Não vai ganhar e representa
o que sobrou do que se convencionou chamar de Corja. São os caras da Corja que
não tiveram a cara de pau de se declarar adepto de um das chapas com chances de
vencer. Mas eu dizia que o Sr Wallin não era uma persona non grata para mim,
mesmo tendo uma passagem esquisita como homem do futebol, na minha visão curta
de quem está de fora, o responsável por muitos dos erros que são atribuídos
hoje ao Bandeira. Mas aí veio o episódio da representação contra o Bandeira
pela cor da luz da fachada do clube.... e pelo amor de Deus, que coisa
vergonhosa, primária e idiota! Depois, um outro correligionário
qualquer, mas desprovido de cérebro, publicou que “com o Wallin o
Flamengo não perdeu pro Vasco!” . Aí a minha paciência acabou de vez e eu
decidi que, já que não voto, que vou me manifestar claramente a favor do
Bandeira, e na medida do possível, ajudar a quem estiver na dúvida a se decidir
pela Chapa Azul. Afinal, descobri que o culpado das derrotas para o Vasco era o
Wallin. Se o Flamengo nunca perdeu quando ele estava lá, quem mandou ele sair?
O culpado é ele! Arrá! Quem mandou sair quando a situação estava difícil?
Porque alguém votaria em quem saiu na hora do sufoco e para tirar o cara que
tem sido a “cara” do Mengão nestes 3 anos de recuperação da nossa imagem e
da nossa dignidade?
Quanto ao jogo, que
a zaga seja a melhor possível, que o goleiro que entrar não estranhe a
titularidade, que o Emerson não faça falta (não estando em campo fica difícil
mesmo de fazer as faltas que estão fazendo ele ser suspenso já pela segunda vez
em tão pouco tempo de clube), que o Everton volte inspirado, que o Jajá se
entrar tenha sucesso e não se queime, e
que o Jonas seja finalmente escalado no lugar do volante "arame liso", que só
cerca e não corta nada. E vamos pra vitória, porque a hora de começar a sonhar com
o G4 de novo é agora!
Pra cima deles,
Mengão!
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