Amigos do Conversa
Flamenga, não quero faltar com o
respeito aos católicos e demais cristãos, mas o título e a ilustração desta
coluna fazem referência a uma incrível capacidade que o Flamengo tem
demonstrado, que é de ressuscitar os “mortos”. Os viceínos conseguiram a quase
impossível proeza de estarem pior do que nós no campeonato até a oitava rodada,
mas eis que surge o Salvador: o Incrível Exército de Brancaleone rubronegro,
capaz de reavivar as esperanças dos piores times do campeonato brasileiro. E
olhem que o morto lazarento já estava em decomposição, provando isso durante o
próprio jogo, pela falta de iniciativa e de finalizações contra o Flamengo. Mas
nada que o Flamengo não pudesse superar em termos de mau futebol, a ponto de ser
considerado pelo nosso craque maior como o pior clássico Flamengo e Vasco que
ele já assistiu.
Como já dissemos
várias vezes aqui, perder é do jogo. Até os melhores times do mundo, do passado
e da atualidade, por vezes encontram dificuldades e são derrotados. O que não
se pode admitir é um time ficar 30 minutos sem chutar uma bola em gol. O que
não queremos ver é um time apático e cansado sem ter vontade de vencer uma
partida. O que não devia acontecer é o erro de passes de 3 metros, é a falta de
qualquer arrumação tática, é a improvisação sempre mal sucedida de jogadores em
posições para onde temos jogadores de ofício. O que não dá para engolir é a
felicidade festiva dos jogadores que parecem ser líderes do campeonato,
contrastando com a tristeza infinita de seus torcedores aflitos. O que não
vamos aceitar nunca é um time cansado em campo depois de poucos minutos de
jogo, como se o treino físico tivesse sido exagerado, quando pipocam noticias
de farras e de cachaça nas noites. E antes que me esqueça, ACABEM DE VEZ COM O
FEITIÇO DA TITULARIDADE DO MÁRCIO ARAUJO! Chega de jogar contra um time que não
ataca com TRÊS VOLANTES! Proíbam o
preparador físico de dar declarações e de colocar em prática o tal do “treino
concentrado”, que privilegia a intensidade e não o tempo de treinamento. Isso
parece coisa de governante que diz que não sabia, um verdadeiro escárnio com a
nossa inteligência! Mesmo com o custo de um novo recomeço, rua para quem não
sabe comandar um time e banco para quem pensa que pode ser maior que o Mengão.
O Flamengo não é só um time, é uma nação. E o respeito precisa mesmo voltar.
Não o do patético Vasco. Mas o dos jogadores pela instituição Flamengo. Não
fosse essa diretoria composta de homens sérios e o caldo já teria entornado.
A propósito da diretoria,
como disse um jornalista estes dias, é nessas horas que os vermes que habitam a
escuridão da Gávea voltam a se manifestar. Quem acompanha o Conversa sabe que
aqui apoiamos integralmente os Blues em todas as suas ações...fora do campo. No
futebol, nunca deixamos de apontar as falhas, criticar os erros nas
contratações e esse interminável troca-troca de técnicos. Jamais compactuaremos
com quem aproveita esses erros para dizer que a Diretoria é ruim e que é
preciso voltar aos tempos irresponsáveis de contratações fora do limite do bom
senso. Muitos exageros são feitos neste momento de cabeça quente e de justa
revolta dos torcedores. Até porque muitos torcedores não acompanham o dia a dia
administrativo e não imaginam o que seria o Flamengo hoje se continuássemos com
o tipo de administração que vinha sendo feita no Clube. Mas uma coisa é certa:
O projeto dos Blues precisa de resultados no futebol! Se o time chegar no fim
do ano na zona de rebaixamento os germes se multiplicarão e não faltarão
associados votantes dispostos a votar na “Corja” e a correr o risco de ver o
organismo rubronegro ter uma septicemia
fatal, tudo em nome das contratações a altura do Flamengo, e das negociações
com empresários suspeitos ou mal intencionados. Presidente Bandeira, garanta
pelo menos um papel digno do Flamengo em campo, que a grande maioria da Nação o
apoiará ou ao sucessor indicado para continuar o projeto “azul”. E para isso,
não precisa trazer o Messi nem o Di Maria. Basta fazer valer o seu espírito de
torcedor, tantas vezes demonstrada em entrevistas e atitudes. Coloque este time
para treinar duro, acabe com a titularidade dos medíocres, intervenha no
futebol e aproveite os valores da base. Nesse momento não estou acreditando
mais em disputa pelo título, como antes acreditei; vejo como um sonho a disputa
pela vaga da Libertadores; mas ainda acredito que possamos fazer um campeonato
compatível com os jogadores que temos, pagos em dia e com todas as benesses de
jogar em um clube com a história e tradição do Flamengo.
Por fim, que venha
o Joinville. Um time que conseguiu ficar atrás de Vasco e Flamengo neste começo
de campeonato, mas que jogará em casa e pode acreditar que a “fase
ressuscitatória” do Mengão ainda persiste. Ao que tudo indica, teremos
finalmente a estreia de Jorge e Airton nas laterais. No meio, dois volantes e
dois meias, na frente dois atacantes. Parece simples e a simplicidade e a
dedicação é o caminho para a vitória nesse jogo. Que os jogadores joguem para a
frente e ganhem uma sobrevida no respeito da torcida e no seu amor próprio. Que
não tenhamos mais Zumbis em campo, porque estes já estão mortos e não sabem.
Que o time não precise ter Wallace de atacante nem Emerson de lateral. E que
possamos partir para o jogo no Maracanã, domingo, com as esperanças renovadas.
Levanta-te e Anda, Mengão!