Amigos rubronegros,
eu sempre busco a explicação para o futebol ser essa paixão avassaladora que
faz pessoas sérias (e as menos sérias também) perderem a cabeça e se
transformarem em torcedores fanáticos, capazes de mudar de um estado de
profundo desânimo para uma euforia completa em muito pouco tempo. Com certeza
um dos motivos é a rapidez com que as coisas mudam, mesmo que essa mudança
ainda não seja concreta, seja apenas anunciada. Há poucos dias atrás uma boa
parte dos rubronegros se dizia cansada de torcer e os mais mentirosos até
falavam em deixar de acompanhar os jogos. E de fato, ver aquele time sem rumo,
sem criatividade, sem dribles e sem nenhuma concepção tática funcional era de
dar dó. Mas um monte de coisas aconteceram, ou estão acontecendo, ou vão
acontecer, e hoje tivemos a notícia da contratação daquele que vem sendo
considerado o melhor atacante da América do Sul. Para não me perder, resolvi
organizar por tópicos:
1.
O Zé das Medalhas está em cana! – E não foi pela medalhinha que ele
furtivamente embolsou durante a premiação da Copa SP Jr de 2012. Nem foi pela
acusação sempre lembrada de ter sido o delator que levou à prisão de Vladimir
Herzog, que morreu nos porões da ditadura. Foi pelo FBI e pela polícia suíça,
por acusações de corrupção que podem lhe render uma cadeia até o fim da vida.
Pouco importa a razão dos Estados Unidos estarem envolvidos no assunto, se é
para infernizar a vida do Putin ou se é porque se considerarem os guardiões da
moralidade mundial. O que será registrado pela história é que pelo menos um dos
grandes corruptos do futebol brasileiro está preso e deve ser condenado, dado a
profusão de provas já apresentadas. Abrindo mão da soberania nacional, queria
avisar ao Éfibiái que por aqui existe a FERJ, que o antigo presidente da CBF
tem residência em Miami, e que a lista de corruptos brasileiros engrossa a cada
dia...
2.
Chega de arame liso! – Acho que foi o amigo Gustavo, de
Brasília, que pela primeira vez grafou esta expressão, pelo menos no âmbito
esportivo. Existe um tipo de arame que não tem aqueles nós, e portanto não
machuca quem nele encosta. Serve para cercar e não corta. Pois a impressão que
este time do Flamengo estava passando era exatamente essa: Cercava, cercava,
mas não cortava a jogada. Por mais volantes que o técnico anterior colocasse em
campo, simplesmente não funcionava. Pois que isso acabe, seu Cristóvão! Já ouvi
dizer que o novo treinador gosta de esquemas ofensivos (e nós também), mas não
dá para chegar a lugar nenhum levando dois gols por jogo, em todos os jogos!
Seja com Cáceres e Canteros, seja com Jonas, o importante é que os jogadores se
apresentem, arrisquem ser driblados para deixar quem está na cobertura ficar
com a bola, mas que efetivamente façam o seu papel de defensores.
3.
Um novo começo – Uma pena mesmo termos perdido quase um
semestre sem conseguir ganhar conformação tática, sem repetir a escalação e sem
nenhum padrão de jogo. Apesar das contusões, culpa ou não da preparação física
da comissão técnica que já se foi, era nítido que o treinador não estava mais
sendo apenas o treinador. Basta ver as suas declarações finais, patéticas, sem
nenhuma menção aos fracassos de campo. Mas bastou o Jaime colocar em campo um
time equilibrado (a opinião é minha, mas um time equilibrado tem dois
zagueiros, dois laterais, dois volantes, dois meias e dois atacantes) que o
futebol voltou a aparecer. Não foi um primeiro tempo magnífico, mas a contusão
do Almir e entrada do Araújo destruiu uma arrumação provisória que certamente
levaria o Flamengo à vitória sobre o bem arrumado time do Náutico, que vem de
uma sequencia longa sem perder. Para justificar o que digo, já que usei estatísticas em outras colunas (Fonte Footstats), fizemos neste jogo 16 finalizações, sendo 7 no gol. Demos 9 dribles, sendo 7 certos. Acertamos 9 das 10 viradas de jogo e erramos apenas um dos 20 desarmes realizados. Números MUITO melhores que os do jogo anterior, por exemplo. Com o Cristóvão, a esperança é que ele se
concentre apenas no time em campo, que sua aparente tranquilidade gere uma boa
relação com os jogadores e com a diretoria, de forma que ele consiga extrair o
máximo deste elenco, que já não está entre os piores do campeonato, e com mais
alguns encaixes “pontuais” pode de fato aspirar a uma vaga na Libertadores
2016.
4.
A Nova Camisa – Ficou linda! Pessoalmente gosto mais das
listras que dão a volta inteira no torso, mas a nova camisa está muito bonita e
espero que a torcida também pense assim, comprando a nova peça e ajudando com
isso ao clube. Aliás, mais do que comprar camisa, o Mengão precisa mesmo é ter
um número de sócios tocedores compatível com a sua imensa Nação. Se você está
lendo isso e ainda não é sócio, hora de pensar em ser Mengão todo mês e não só
todo dia! E que a maldição da estreia de novos Mantos, que costuma acompanhar
as terceiras camisas, passe longe dessa vez e nós possamos faturar esses três
pontos fundamentais para esse novo começo, justamente em cima da tricolada!
5.
CHUPA ARCO ÍRIS! – Por fim, faltou dizer que o orgulho
rubronegro novamente aflorou com a contratação do Guerrero, e com a expectativa
de que os reforços não param por aí. E o orgulho maior não é por termos dado um
passo maior que as pernas, é por saber que quem vier, ao preço que vier, será
pago em dia, e que esse salto só foi possível porque temos mais de dois anos de
administração séria e competente, e que daqui para a frente tudo será ainda
melhor! Não estamos enganando a torcida, nem dizendo que o respeito voltou,
porque o Flamengo, mesmo em seus piores momentos, nunca perdeu o respeito!
Portanto, arco íris de todos as cores e matizes, tremei! O Mengão está
chegando! E se deixar chegar, é gol e título!
Pra
cima deles, Mengão!