Amigos rubronegros,
a hora é de decidirmos se vamos “partir para as cabeças”, ou se vamos assistir
a uma agonia sem fim até o desfecho provável, que é a saída do Zé e o descarte
de todo um trabalho que estávamos acompanhando desde o ano passado. Neste
domingo, contra o lanterna do Brasileiro, o Flamengo vai colocar em campo as
esperanças de toda a Nação Rubro Negra de ver um time que honra as tradições do
clube e que não se contenta em participar dos campeonatos, e busca vence-los a
qualquer custo. Porque já tivemos times muito piores que nos deram alegrias, e
mesmo não vencendo, lutavam com brio e esforço máximo. Perder ou ganhar faz
parte do jogo, mas nós queremos ver um bom futebol e um time que brigue pela
bola como um faminto por um prato de comida.
E este estado de coisas
vem de muito tempo. Desde que perdemos o Rômulo em boa fase, voltamos ao cômodo
Araújo e a jogar com menos um. Tudo bem que perdemos Diego quando ele estava em
grande fase, mas temos elenco para fazer pelo menos uma reposição que
diminuísse a falta que ele nos fez. Por razões ainda não claras, outros jogadores
que vinham bem começaram a jogar mal. Aarão, um volante esforçado que aparecia
bem no ataque, passou a errar 7 em cada 10 vezes que tocava na bola. Muralha,
que chegou a ser convocado para a Seleção, começou a sair mal nas bolas e a
tomar gols que um goleiro mediano não tomaria. A zaga, que parecia acertada com
Rever e Vaz, entrou na fase “bizarrices do Vaz”, colecionando lances que
envergonhariam até um zagueiro do Íbis. Ou seja, um time que parecia ter
evoluído e com os novos reforços anunciados nos faziam ter esperança de um ano
maravilhoso, nos faz agora ter medo de seguir brigando parte de baixo da
tabela.
Mas isso pode
acontecer com qualquer time, diriam os conformados. É só ver a posição na
tabela de Palmeiras, Santos e Atlético Mineiro, considerados no início do
Brasileirão como candidatos ao título. Só que estes times continuam na
Libertadores, enquanto nós saímos melancolicamente, em partida que ainda teve o
azar de quase queimar em definitivo o habilidoso Matheus Sávio, culpado menor da tragédia
contra o time do Papa. Os deuses do futebol salvaram o menino, concedendo dois
gols seguidos em cruzamentos que acabaram entrando direto no gol. E ainda temos
Corinthians e Grêmio, times que não geravam tantas expectativas assim, e que
hoje continuam na Libertadores e liderando o Brasileirão. Então, com um elenco
farto e todas as condições materiais (CT, salários em dia, tecnologia de
ponta), qual a razão deste futebol medíocre que o Flamengo tem apresentado?
Para a torcida, a
explicação é simples! O time escalado não é o melhor que temos! Mas isso também
não acontece nos demais times? Não nessa profundidade! Nenhum treinador insiste
como Zé com as suas “paixões”!
Se um goleiro (que já
mostrou qualidades em alguns momentos), não está bem, o treinador dá um banco
nele, manda ele treinar mais e coloca o reserva. E o Thiago, que esperamos ver
em campo neste domingo, tem que ter chances para mostrar se temos ou não um
goleiro reserva à altura do Flamengo. Se quando entrou como primeiro volante o
Ronaldo correspondeu, e até arrancou elogios dessa torcida, porque ele nunca
entra mesmo quando o titular volta a mostrar o futebol medíocre, que como disse
o Zico, nunca chuta em gol, não arrisca fazer um lançamento vertical e parece
estar proibido de entrar na área adversária? Aliás, no que pese as quatro ou
cinco partidas em que foi bem, a opção pelo Araújo é um mistério que só pode
ser explicado pela opção pela “posse de bola”. Sem dúvida, Araújo é o melhor
recuador de bolas do mundo! Joga sempre a tal “bola de segurança”, recuando,
tocando de lado (muitas vezes “no fogo”), e via de regra, se escondendo e
sinalizando para passarem a bola para outro jogador. Esse cidadão evita participar do
jogo, razão pela qual nunca se contunde ou leva uma porrada qualquer. Na
marcação, só cerca, e quando dá a felicidade de cortar uma bola, erra na
sequencia. Sua escalação seguida e inconteste, tirando seus seguidores
fanáticos, que esqueceram ou nunca viram um Flamengo de raça, amor e paixão, é
uma demonstração de medo do treinador, que prefere a segurança da mediocridade,
e esquece o fundamento básico do futebol, que é o ataque, a criação de jogadas
e a objetividade.
Ah, mas nós
perdemos muitas chances de gol! Mas isso é do futebol, todos os times perdem
muitas chances. Os jogadores que treinem e se não estiverem bem, que se dê
chances a quem está melhor, babando por uma oportunidade no time principal.
Vizeu nem relacionando estava sendo, fazendo surgir dúvidas sobre se já estava
vendido e de passagem marcada. Enquanto isso, Damião entra no time pelo nome e ainda
tem seu contrato renovado. No meio, mesmo entrando pouco e tendo errado uma bola
que se tornou fatal, Matheus Sávio deu mostras que é muito mais incisivo e
agudo, e com muito mais habilidade do que o time se torna quando entramos com
três volantes. E o Paquetá? E o zagueiro Léo Duarte, que se diz ser o futuro da
nossa zaga, mas que não entra nunca, mesmo quando os titulares cansam de errar
ou de fazer burradas? E o Donatti? E o Mancuello, que nas poucas vezes em que
entra faz mais passes e chutes na direção dos gol do que os eternizados
titulares. E a insistência com Gabriel, que só não está na lista da torcida de
titulares indesejáveis, porque saiu por contusão?
Para a grande maioria
da torcida, hoje, a solução é simples: troca o Zé! Corro o risco de ser
ridicularizado pelos amigos Conversantes, mas ainda tenho uma (pequena)
esperança de que o Zé mude seu conceito e veja que no rumo que está a saída é
certa e que vale a pena arriscar e colocar os melhores tecnicamente em campo.
Perdido por um, perdido por muitos! Tenha coragem, Zé! Mostre que você conhece
mesmo a base, coloque o Vinicius Jr desde o começo, um volante (Ronaldo ou
Rômulo) que saiba sair jogando, um meio campo com jogadores que saibam tratar
bem a bola, e vamos “pras cabeças”! Não acredito que a solução seja Marcelo
Oliveira, que bicampeão em 2013 e 2014 com o excelente time do Cruzeiro, só
colecionou péssimos trabalhos nos times que dirigiu depois disso. Sampaoli não vem
agora, e não vejo nenhum técnico de ponta dando sopa no mercado. A opção seria,
por exemplo, um Fernando Diniz, que fez um trabalho notável em um time pequeno,
mas no segundo ano não conseguiu repetir a dose. E é outro técnico “inexperiente”...
Mas é preciso
treinar o time na nova formação. Não adianta dizer que está dando chances aos
outros jogadores se eles nunca entram como titulares e só entram quando o time
já está perdendo ou quando faltam poucos minutos para acabar o jogo. A hora é
de ter coragem e jogar como Flamengo, partindo pra cima dos adversários, não recuando
quando faz um gol e tendo a coragem de trocar quem vai mal em uma ou mais
partidas. Não à mediocridade em campo! Podemos até perder, mas que seja
finalizando vinte vezes e não quatro ou cinco! Pela redenção do Flamengo,
enquanto ainda dá tempo! Que a “zebra rubro-negra” detone o “Leão da Ilha” (Avaí)
no Ressacada, já que o primeiro Leão da Ilha (Sport) vai ter que esperar o
segundo turno...
Pra cima deles, Mengão!