O FALSO HUMILDE

Amigos, nesta reta final de Prefeitura, tenho trabalhado como nunca pra deixar tudo em dia por lá, até com trabalho sendo feito em casa; a quatro dias da posse do TJ; e também na reta final da pós-graduação e no meio dos trabalhos da faculdade, tenho tido realmente pouco tempo, e confesso, até disposição para falar de Flamengo.  E como o pouco de disposição que tenho pra falar, não é lá pra falar muito bem, tenho preferido, no momento, até me manter afastado...

Mas hoje, foi a gota d'água.  E, no meio da irritação que fiquei no jogo de hoje, e por sugestão do nosso querido Victor, e tomado pela saudade em escrever, vou apresentar minha opinião pós-jogo, que, claro, todos os amigos estão convidados a discordar, por se tratar esse espaço, de um ambiente democrático e de convívio sempre respeitoso.

E porque digo que foi a gota d'água?

O que mais me irrita em um treinador, nem é tanto a sua incapacidade, sua incompetência, seu cagaço, seu medo ou sua burrice.  Mas sim, a sua teimosia.

E, francamente, não consigo entender o que se passa na cabeça do Jaime.

O Flamengo vem mantendo escalação e esquema com três cabeças de área, joga sem um meia, e vem tropeçando nos últimos resultados, vem apresentando dificuldades absurdas em termos ofensivos, o que se repetiu diante do Palmeiras, time contra o qual começamos perdendo.  Aliás, aconteceu até pior, porque, tendo uma semana inteira cheia (dentre muitassss) pra treinar, fato raro no futebol brasileiro, nosso entregador de colete, digo, treinador, leva uma formação nunca treinada ao jogo. Resultado? Um futebol ruim no primeiro tempo, e o primeiro gol do jogo, do Palmeiras. Então, vem o segundo tempo contra o time alviverde, e o Jaime lança a campo um time mais ofensivo e incisivo, inclusive com o Mugni, nosso único jogador mais próximo do que seria um camisa dez, em campo.  Resultado? Não só viramos o jogo, como goleamos e jogamos até um belo futebol.

Então, óbvio, fui tomado por um (inocente) otimismo de que o Jaime perceberia que o Flamengo de verdade é aquele time do segundo tempo contra o Palmeiras, e não o time sem ousadia, covarde, até passivo, que ele tem forçado tanto a barra em lançar a campo.

Triste engano. 

Hoje, tive a certeza de que Jaime é covarde, teimoso e inseguro demais para lançar um time do Flamengo que busque as vitórias. Para lançar um time que seja corajoso, que busque o resultado, que tenha a capacidade e coragem de se impor.

Novamente, vimos em campo um time escalado mal, respeitando demais o adversário, e que só mudou dentro de campo, após tomar um gol. Só que hoje, não conseguiu reverter o resultado.

Portanto, o time, que é a cara do Jaime na minha concepção, é um time inseguro, um time que joga rezando para não perder e, se a sorte ou o acaso ajudarem, de repente, quem sabe, acabar ganhando. 

Dá pena, por exemplo, ver o Alecsandro, um atacante ao qual eu tinha certa resistência quando de sua contratação, mas que me conquista cada vez mais pela sua garra, comprometimento, seriedade, e até alguma qualidade, brigar sozinho, completamente isolado lá na frente, quase sem ter chances de gol. Isso porque, entre os inúmeros absurdos deste time montado pelo Jaime, o Paulinho funciona quase como um lateral esquerdo, para cobrir o André Santos, que fica passeando na altura da linha do meio campo, às vezes, tendendo até para o círculo central, à espera da sua próxima firula, palhaçada ou agressão, sem se importar com o time.

Outro absurdo, é termos que assistir a um tal de Márcio Araújo sendo titular absoluto no nosso meio de campo.  Agora eu sei porque o Palmeiras, um time absolutamente carente, o liberou tão fácil e rápido. O mais incrível é como ele se tornou tão rápido e fácil titular do nosso meio de campo.  Mais incrível ainda a dificuldade do Jaime em deixar o Mugni ter pelo menos uma sequência decente de jogos. O que falta de paciência com o argentino, sobrou com o tal do Cadu...

Claro que nosso elenco não é dos melhores (embora não seja dos piores também). Mas devo dizer que o Jaime faz questão de piorar o que é ruim.  Escalar Luis Antônio (que sinceramente, tivesse ido pro benfica ou pro raio que o parta de graça esse ano, não faria diferença nenhuma...), Márcio Araújo e Cáceres (que até foi bem) juntos, e esperar criatividade?  Escalar Mugni sozinho, para municiar um absolutamente isolado Alecsandro, tendo em vista que Paulinho passa o jogo mais preocupado em cobrir o André Santos do que outra coisa...  E, ainda por cima, como no jogo de hoje, tirar o Cáceres, o único que se salvava dos três cabeças de áreas nossos???

Sem contar que o Jaime vem destruindo talvez a única característica positiva que possui (ou possuía) como treinador de futebol: a simplicidade.  Talvez tomado pelo arroubo de que é um grande treinador, um estrategista, um gênio, ou sei lá o quê, Jaime tem deixado de lado a humildade  (que não está apenas no modo manso de falar...), e tem se achado muito mais do que verdadeiramente é. E, por ser achar mais do que é, tem aderido com cada vez mais entusiasmo à escola dos professores pardais do futebol, representadas especialmente por Caio Jr. e Cuca, e, assim, levado nosso time a partidas e resultados desastrosos.

Depois disso tudo, fico pensando se há solução para o Flamengo de Jaime. Esse Flamengo sem ousadia, sem ímpeto, que é treinado pra comer pelas beiradas, mas que não é nem um pouco treinado pra ir pro meio do prato de mingau, tamanho o medo de se queimar, e, que, por isso, nunca vai ser capaz de se saciar por inteiro.  E, diante do quadro atual, minha resposta é não.  Porque Jaime tem me parecido teimoso demais para mudar seu jeito que vai do pouco ousado ao irritantemente inerte, e, junto, o modo do time jogar.

Como não acredito que a Diretoria mude o treinador, então espero que o treinador, mesmo contrariando minha sensação, mude.  Porque, se ele não mudar, e junto, mudar o time, a verdade é que neste Brasileirão, estamos lascados... 

Um forte abraço a todos!

Nota do Editor: Cada um tem a sua opinião e estão todos convidados a debater e expor a sua aqui. A única coisa que eu tenho a dizer foi uma frase que eu li e que me parece encaixar demais neste texto: