Amigos rubronegros,
descobri uma quantidade de pessoas que superam a torcida rubro-negra. Segundo
as últimas estimativas, em todo o mundo existem cerca de 42 milhões de pessoas
que se dedicam à prostituição, sob a suas diversas formas. Pois agora, com os
últimos resultados, nós torcedores do Flamengo voltamos a frequentar “a zona”.
Que fique claro que não tenho nada contra os seus frequentadores, só acho
realmente desprezível a prostituição infantil, que mais uma vez deverá ser
agravada com o fluxo de turistas que a pretexto de verem a Copa, se programam
mesmo é para o turismo sexual, que o Brasil combate em verso e prosa, mas que
as condições de vida da nossa sociedade não conseguem exterminar. Mas se
fossemos aqui discorrer sobre os problemas brasileiros, sobre o mau uso do
dinheiro público e sobre a impunidade dos nossos dirigentes políticos e agora,
pasmem, judiciários, este espaço não seria o que é e sua finalidade seria
outra.
Vamos nos ater ao futebol, o mais importante dos assuntos desimportantes
de nossa pátria.
E frequentar a zona
de rebaixamento não é uma vida fácil. Um clube com tantas glórias, tantas
conquistas e tantos “seguidores” não merece estar ano após ano brigando para se
manter afastado da ignomínia de disputar a série B. Cantamos aos quatro ventos
que nunca fomos rebaixados, mas o fato é que “agua mole em pedra dura, tanto
bate até que fura”. Antes que me digam que o campeonato é longo, que temos
tempo para nos recuperarmos, adianto: Já sei! Mas para que essa “mudança”
ocorra, é preciso que as coisas mudem. Eu quero ver o Flamengo campeão nacional
em 2014, e não rezando por um ponto fora de casa e algumas magras vitórias
dentro de casa, entremeadas por micos horrendos, de derrotas para times absolutamente
ridículos. Mas loucura não é sonhar grande, loucura é achar que alguma coisa
vai mudar sem que nada seja alterado. E a rigor, nada mudou no Flamengo desde a
saída do Jayme. Aquele papo de que os jogadores com técnico novo se esforçam
para mostrar serviço ao novo técnico...não funcionou. O time no seu primeiro
jogo repetiu os mesmos erros que vinham cometendo. A mexida que deu alguma
esperança aos torcedores, barrando Elano, Felipe e Andre Santos, parece ter
sido revogada e o time que treinou como titular já incluiu de novo os três
jogadores. O que esperar para o jogo contra o Figueirense? Uma vitória contra o
lanterna do campeonato, ou um “mico horrendo” como pagou o Corinthians na
estréia da sua nova Arena ? Aliás, aqui cabe um comentário “político”. Talvez
os mais novos não se lembrem, mas ARENA (Aliança Renovadora Nacional) era o
nome do partido criado pelo governo militar para manter a aparência de
democracia naquele momento de autoritarismo, em contraposição ao MDB (Movimento
Democrático Brasileiro), que reunia o que sobrou de opositores ao regime, que
ainda não haviam sido cassados. Pois a ARENA juntava no mesmo saco todos os
colaboracionistas, bajuladores e apoiadores do Governo. Esse apoio chegou na
época ao futebol, com o órgão máximo do futebol na época, a CBD (mais tarde a
atual CBF) criando campeonatos com mais de 100 clubes, só para atender ao
interesse político do governo. “Onde a ARENA vai mal, põe um time no
Nacional!”. E quando lembro da negociata que foi esta construção do Itaquerão,
penso que se um dia o nosso Flamengo tiver o seu próprio estádio, que ele nunca
se chame “Arena”. Mas isso é motivo para outra coluna.
Mas voltando ao jogo desta quinta feira. Como
o Flamengo já venceu um time pior que o seu (mas que está muito melhor colocado
na tabela, o Palmeiras), é bem possível que saiamos do Morumbi com uma vitória
sobre o fraco Figueirense. Mas a expectativa é de que vamos sofrer de novo e
encontrar dificuldades onde outros times não encontraram. Se mantivermos o
goleiro, o Elano, o André Santos e o Márcio Araújo em campo seremos de novo um
time sem pegada, sem saída no meio campo, apelando para a “ligação direta”
entre a defesa e o ataque, e sujeito a um sucesso por uma jogada individual do
Paulinho ou do Negueba, ou de um zagueiro que largou a área para se aventurar
no ataque.
Quem se der ao trabalho de ler as colunas anteriores do Conversa
Flamenga, vai ver que em momento nenhum nos furtamos de elogiar o trabalho dos
dirigentes de saneamento do Flamengo, de valorização dos ex-jogadores, de
pagamento das dívidas “impagáveis, e a conquista das certidões que permitiram
aumentar a arrecadação efetiva do clube por meio de novos patrocínios.
Entendíamos, e ainda entendemos, que os primeiros anos seriam de sacrifícios.
Louvamos bastante a corajosa conquista da Copa do Brasil, contra adversários
fortes, e até as conquistas regionais deste começo de ano, contra adversários
fraquíssimos. Mas tudo tem um limite. Mandamos “ganhar experiência” alguns
jogadores jovens (Rafinha, Rodolfo) e o que trouxemos (Artur, Marcelo) não
condiz com a necessidade mais premente de todas que é a de um meia armador. O
único que temos no elenco, e que pelo pouco que jogou, demonstra ter essa
habilidade, embora não tenha encontrado ainda um treinador que o posicione em
campo, o Mugni, não consegue uma sequencia de jogos, mesmo quando se sai bem.
Se ele treina mal, se alguém não gosta dele, se ele está sendo “sabotado” por
alguém, que se resolva isso dentro do elenco. Ou faz sentido dizerem que a “bola
da vez”é o Matheus? Nos poucos jogos que vi, me pareceu que o Mugni é 50 mil
vezes melhor que o filhote do Bebeto. E se não é ele, que se busque um meia
decente em algum lugar. Durante as partidas da Libertadores neste primeiro
semestre, cansamos de ver bons jogadores em campo. Com certeza são muito mais
baratos que o Montillo, o Robinho e outros que já se foram para a Europa. Não é
possível que não tenhamos dirigentes, agentes, empresários, ou até torcedores
que não consigam iniciar um contato com estes clubes e jogadores. Desculpem,
Blues, mas a paciência está no fim. Essa história de “um Flamengo novo depois
da Copa” por enquanto, é só fumaça para esconder o ridículo de nossas
apresentações.
Resumindo, com o
time que temos, escalamos mal. Com o time que não temos, buscamos pouco as soluções
efetivas para as nossas carências. Renovei meu sócio torcedor e pretendo
continuar apoiando o esforço gigantesco de fazer um Flamengo melhor. Mas
precisamos de resultados em campo que me permitam ser um apoiador com
argumentos e não só um torcedor fanático. A hora é essa! Pra cima deles,
Mengão!