sábado, 1 de outubro de 2016

E vamos que vamos!


Amigos rubronegros, depois de 8 jogos sem perder, fomos eliminados da Copa Sul Americana pelo time que ocupa a 13ª posição no Campeonato Chileno. A derrota doeu ainda mais porque poucos flamenguistas duvidavam que podíamos ter sucesso nas duas competições, e porque este ano já tínhamos saído do Carioca, da Sul Minas, e da Copa do Brasil. Vínhamos falando do elenco poderoso, dos acertos e da sorte do Zé, e aos poucos nos esquecemos de nossos problemas, de nosso técnico inexperiente, do acúmulo de viagens e de algumas escolhas erradas que o Zé continua fazendo. Imagino que não seja fácil barrar o Chiquinho quando queremos poupar o titular da lateral esquerda. Pensem no que diriam se ele improvisasse um jogador de outra posição ali. Imagino que seja sofrido barrar o melhor recuador de bolas do mundo, titular absoluto em 10 dos seus últimos dez treinadores. E a derrota veio, doída e inesperada. Mas como sempre, existem "os que já sabiam", e agora é aguentar as porradas que já começaram.
Porque existem torcedores de todos os tipos. Uma parte deles agora vocifera porque não era para poupar ninguém, porque a escalação ideal é aquela que esses torcedores tem em mente, e que fulano e beltrano não tem categoria para jogar no Flamengo.
Até concordo com muita coisa escrita por este tipo de torcedor, que prefiro chamar de a turma do “Eu sabia”. Mas o fato objetivo é que já perdemos, a Sul Americana com seus milhões extras e partidas interessantes já se foi, e a decisão que resta agora é se vamos ficar maldizendo o time e o treinador (dessa vez esqueceram da diretoria) ou se vamos apoiar o elenco e torcer pelo sucesso daqui pra frente. E o sucesso, se vier, acontecerá com estes mesmos jogadores, com este mesmo técnico e com esta mesma diretoria. A impressão que dá é que o Flamengo tem obrigação de ganhar tudo, e o padrão é o time de 1981. Não é. Aquele time tinha pelo menos quatro grandes craques, e este time tem apenas um, comprovado. O Flamengo de hoje não é, ainda, um time como o da nossa época de ouro. É apenas um bom conjunto de jogadores, com um técnico de casa, que conseguiu o que não alcançavámos há anos, que é estar na ponta da tabela de um campeonato difícil como o brasileiro.
Enquanto isso, mesmo depois de uma derrota sofrida e inesperada, uma multidão de torcedores desfilou pelas ruas do Rio, menos de 48 horas depois da derrota, para levar seu apoio ao time que embarcou para São Paulo para o jogo contra o tricolor paulista. Os vídeos estão nas redes sociais, e não há como não se emocionar com a energia que estes torcedores (o tipo 2) fizeram pelo caminho e junto ao ônibus do Flamengo. É esse torcedor, a meu ver, que representa o que há de melhor e mais sábio na nossa Nação. Mesmo tendo certeza de que esses torcedores pertencem às organizadas, pelo cânticos entoados, tenho certeza de que representam o ânimo geral, já que não se pode alcançar unanimidade quando o assunto é Flamengo.
Entendo e reconheço que é direito de todo torcedor se manifestar e expor a sua opinião. Mas o combate sistemático, tudo na base empírica (eu sei porque sei, a minha opinião é a única que vale, só eu sei o que é melhor) não ajuda em nada ao time, pelo contrário, faz quem lê sofrer de novo e achar que tudo está perdido.
Quem lê o nosso espaço Conversa Flamenga com regularidade sabe que nem sempre concordamos com a escalação do Zé e que critiquei muito e sempre a opção pelo Araújo, por exemplo. Mas o time está cansado mesmo, e ninguém em sã consciência pode dizer que é frescura dos jogadores este cansaço. Ou que qualquer time ou comissão técnica do mundo pode fazer essa sequencia de viagens sem consequências. O Flamengo joga este brasileiro com 100% de jogos “fora de casa”. Não pela torcida, que está em todos os lugares, mas sempre com deslocamentos, hotel, translado e treinando apenas nas semanas em que não há jogo nas quartas feiras. Entendo perfeitamente a decisão de poupar jogadores. Só que não deu certo. Vida que segue. Quem não entende isso, a meu ver, não entende de futebol de verdade. A inteligência as vezes tem limite, mas a estupidez não.
Fechada a nossa participação na competição internacional, resta-nos concentrar energias e dedicação nesta reta final do Brasileirão. Temos time para lutar pela ponta e elenco para fazer a nossa obrigação. Que nesse momento não é ser campeão, embora eu queira muito e tenha esperança que o futebol apresentado nos capacite a isso. Nesse momento, estamos lutando primeiro pela vaga na Libertadores de 2017. Se conseguirmos isso, as eliminações de 2017 estarão esquecidas. Até porque dificilmente ganharíamos tudo mesmo. A sequência de jogos vai ser dura, mais difícil do que a de outros concorrentes, mas a esperança é maior que a dificuldade. O que vejo em campo me autoriza a ter esta esperança, o trabalho está sendo feito, o que podíamos ter contratado é este time aí, e pouco me importa ser taxado de esperançoso de uma causa perdida. Não é uma causa perdida. São milhões de torcedores no mundo inteiro ao meu lado e ao lado do Flamengo. É hora de lamber as feridas e transformar em gols as oportunidades criadas. Este time tem o nosso apoio e vamos continuar assim, porque derrotas fazem parte de qualquer  esporte. E as vitórias virão!

Pra cima deles, Mengão!

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