Amigos rubronegros,
chegamos enfim ao último jogo do ano, e não dá para dizer que foi um bom ano no
futebol. Mesmo com todas as vitórias administrativas e financeiras do Flamengo
neste ano, nosso time termina esta jornada com um sentimento geral de que é
preciso renovar todo o time, e com certeza daqui para a frente vamos falar só
da Barca que sai e de contratações possíveis, confirmadas ou inventadas. Em um
determinado momento deste ano chegamos a temer pelo rebaixamento, e quando
afastamos este fantasma, elevamos muito a nossa expectativa, a ponto de
acharmos, depois daquela sequencia de seis vitórias, que a Libertadores era
mais que possível, e o líder do campeonato que se cuidasse. Ou seja, nossa
decepção é sempre proporcional à esperança que tínhamos. Só nos frustramos
porque acreditávamos que este elenco era superior a uma boa parte dos demais
times e que teríamos futebol para disputar a Copa do Brasil e a ponta do
Brasileirão. Um dia a história que começou naquele jogo contra o Coritiba em Brasília
será devidamente contada e quem sabe venhamos a entender o que de fato
aconteceu com as nossas esperanças e com a quase certeza de um fim de ano glorioso. O fato é que o time degringolou, a
turma da cachaça foi flagrada fazendo festa quando o momento era de
concentração e dedicação, e o resto todo mundo sabe.
Olhando o
retrospecto desse ano “esquecível”, duas coisas me deixam realmente triste e
preocupado. A primeira é não termos nos classificado para a Libertadores, pelo
efeito motivador que isso teria para o elenco, patrocinadores, técnico e
torcida. A outra foi constatar que não formamos a base que imaginávamos ter.
Não estou falando dos garotos da base e sim da base do time titular. Nosso
perspectiva era de que a cada ano fôssemos somando boas contratações,
dispensando as apostas infrutíferas e formando um time titular que pudesse ser
melhorado pontualmente, com algumas aquisições preciosas. Tirando o Jorge,
ninguém mais é unanimidade na equipe titular dos nossos sonhos. No gol, Paulo
Victor teve um ano de altos e baixos, e se pudéssemos trazer um goleiro tecnicamente
melhor, ninguém reclamaria. Mas não estamos mal servidos com Cesar e PV.
Pessoalmente, gosto muito deste Muralha, que ao que tudo indica deixou de ser
mencionado como possível. Nas laterais, não imagino passar mais um ano com Pará de titular, e com a saída já confirmada do
Armero, não temos ninguém para substituir o Jorge quando for necessário. Na
zaga, confirmada a saída do Marcelo, que deve jogar neste domingo sua última
partida, e de Samir, que deve ir para a Udinese por um valor muito menor do que
imaginávamos quando ele surgiu, temos uma situação inusitada. De titular
inquestionável, Wallace participou ativamente das derrotas mais tristes deste
ano, não importando se ao seu lado tinha Samir, Cesar Martins ou Marcelo. Gosto
da sinceridade do capitão, de sua seriedade como profissional, mas não acredito
mais que ele seja o jogador ideal para o time vencedor que precisamos montar. O
Cesar Martins, que saudei várias vezes como tendo dado um “upgrade” na saída de
bola, se revelou um jogador capaz de pixotadas grotescas e com isso perdeu a
confiança da torcida. E foi parte importante em várias destas derrotas nesta
reta final de campeonato. Na “volância”, como virou moda se referir aos cabeças
de área, inventamos a posição de “cabeça de bagre”, ou seja, colocamos ali um
jogador que não marca, não cria, não lança e mesmo assim é titular absoluto.
Entendo que a escalação desse jogador (prometi que faria uma coluna sem citar o
seu nome) é o casamento com uma filosofia que é a da mediocridade e da falta de
vontade de ganhar. E definitivamente, como volante, não será o Luiz Antonio
(que poderia ser um meia direita razoável) que vai resolver o nosso problema.
Com a saída do Cáceres (fez falta, essa é a verdade) não conseguimos fazer do
Jonas o nosso cão de guarda, porque foram muitos amarelos e suas suspensões atrapalharam
bastante para o time ganhar regularidade e consistência. Ou vem um técnico que
ensine o Jonas a jogar nessa posição, ou podem liberar ele para o MMA. Na
porrada ele é bom, até sem querer... Nas vagas de meia armador, estamos
terminando o ano apostando em Gabriel, que de vez em quando joga bem, mas é
muito irregular e quando está mal simplesmente não acerta nada. Não é um
jogador que tenha se transformado em titular, ainda que tenha feito boas
partidas eventualmente. E o Alan Patrick, com quem querem renovar, me parece
aquele jogador que pode até ser uma opção para o banco, mas jamais será o
protagonista que ele tenta ser quando bate todas as faltas (e tem batido tudo
errado) ou quando atua como o distribuidor de jogadas do time. No ataque, onde
deveríamos estar bem servidos (Kayke, Guerrero e Emerson), é onde tivemos menos
efetividade, porque o que faltou para o Flamengo ser vitorioso neste fim de
campeonato foram justamente os gols desse trio. Alguns dizem que faltaram meias
para criar as jogadas, outros atribuem
tudo à falta de pontaria do Guerrero ou às falhas seguidas do Emerson,
justamente os dois que, se estiverem bem, são titulares absolutos neste time.
De todos os demais atacantes, tirando Paulinho e Everton que se preocuparam
demais em gozar a vida ao invés de serem os atletas que o clube precisava, só o
Kayke se saiu bem, justamente porque a expectativa em cima dele era baixa. E
vamos ver como voltará o Nixon. Por fim, se é verdade que o possível novo
técnico, Muricy, pediu para manter o Cirino no elenco, volto a ter esperanças
que ele volte a apresentar um bom futebol. Até porque imagino que a partir do
dia 8, o Flamengo será “trabalho”. Já sobre o Oswaldo de Oliveira, ficou claro
porque ele entra em todos os grandes times e acaba saindo antes de terminar
algum bom trabalho. O Oswaldo simplesmente continuou o trabalho que o Cristovão
vinha fazendo e que herdou do Luxemburgo. Tivemos três técnicos que faziam
exatamente a mesma coisa, com resultados muito semelhantes.
Da base, tenho boas
esperanças em conseguir um bom zagueiro com o Dumas, um volante decente com o
ex-lateral Ronaldo e com Jajá, que pode ser meia armador também, um meio campo
de talento com o Lucas Paquetá e o Matheus Sávio, bons jogadores para colocar
no mercado, como Cafu e Thiago Santos, e estou muito curioso para saber se o
Baggio vai me fazer queimar a língua e ser, nos profissionais, o goleador que
ele foi na base.
Escrevi quase duas
laudas sem sentir e faltou falar do jogo contra os verdes suínos e da eleição
no Flamengo. Espero que o Jaime arme o time para nos trazer uma vitória que nos
dê uma despedida digna e nos permita
gozar um pouco os felizes campeões da Copa do Brasil. E que a vitória contra os
Verdes se dê também nas urnas, consagrando o atual presidente por mais três
anos. Já no início da disputa eleitoral eu dizia que não via muita diferença
entre a vitória dos Verdes ou dos Azuis. Sempre achei que a direção geral seria
respeitada, ou seja, continuaria o saneamento financeiro, trabalhista e fiscal,
e a reconquista da credibilidade. Mas nos últimos dias alguns acontecimentos me
levaram a duvidar disso. Ao que tudo indica, o projeto de poder da Chapa Verde
inclui a filosofia de que os fins justificam os meio, com o anúncio não
autorizado da contratação do Sampaoli e a divulgação de uma pesquisa que parece
ser mentirosa, porque não encontra sustentação nas redes sociais nem nas
pesquisas anteriores. De um hora para outra, até os indecisos passaram os
adeptos da Chapa Azul? O episódio do protesto contra a “luz azul” na Gávea já
tinha sido ridículo. Os últimos acontecimentos simplesmente nos fizeram objeto
de chacota dos outros torcedores, que perguntam quando chegarão Messi, Neymar e
Suarez. Aprendi a gostar do jeito sereno e ao mesmo tempo apaixonado do
torcedor e presidente Bandeira de Melo. Que o seu exemplo seja valorizado e
encontre nas urnas desta segunda feira a vitória, neste país tão carente de
lideranças sérias e comprometidas com os valores do bem, e com um modelo de
administração séria e cidadã. E que já na terça feira voltemos todos a ser
rubronegros e não mais brancos, azuis ou verdes. Porque o Mengão é muito maior
do que nós. O Flamengo é uma Nação e precisamos dar o exemplo de que as forças
do Bem ainda são maioria no universo rubronegro, como é, apesar do caos
aparente, a maioria da população brasileira, tão enganada e frustrada nesse
país rico de recursos e pobre de realizações sociais. Portanto, se você faz
parte dos sócios indecisos com direito a voto, compareçam à votação e depositem
na urna o voto que pode dar continuidade a um trabalho sério, que tem agora no
futebol a chance de levar o clube ao lugar de onde nunca deveria ter saído.
Pra cima dos
Verdes, Mengão!
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