Quem vai querer bacalhau?

Amigos rubronegros, resolvi fazer uma homenagem a um vascaíno: Abelardo Barbosa, o inesquecível Chacrinha! As gerações mais novas, que não tiveram a oportunidade de ver ao vivo este Papa da Comunicação em ação, não conseguirão ter ideia do que Chacrinha significou para a televisão brasileira. Chacrinha era brega, era popular, e um gênio da comunicação com seu público. Sempre acompanhado de belas mulheres, as “chacretes”, seus programas tinham de tudo um pouco e seus bordões marcaram a época em que o povo não tinha liberdade formal, mas se divertia muito. E, acima de tudo, todos os grandes cantores e compositores que depois vieram a fazer a MPB dos anos seguintes tiveram uma ajudinha na carreira ao serem convidados para se apresentarem na Discoteca ou na Buzina do Chacrinha. Chacrinha revolucionou a maneira de fazer televisão e durou muito tempo, até que o padrão “global” de fazer televisão fosse imposto. Chacrinha chamava pela Teresinha, jogava bacalhau no auditório, e ainda tinha frases fantásticas, como “Quem não se comunica, se trumbica!”. Ou ainda a eterna “eu não vim para explicar, eu vim para confundir”. Que aliás, parece ser o lema do boquirroto presidente da agremiação da cruz de malta, que disse recentemente que “ganhar do Flamengo é como ganhar um campeonato”. Pensamento de time pequeno, ao contrário do que a tradição desse centenário clube deveria supor.

Pois a torcida do Flamengo, com certeza, está querendo bacalhau. Nosso freguês eterno, Vice consagrado antes de entrar em campo, motivo das melhores gozações na rivalidade entre os times do Rio. Quem não viveu a fase áurea da disputa saudável entre Zico e Dinamite pode não acreditar que jogar contra o Vasco era jogo duro, e que eles levavam um boa parte da torcida (nunca a maioria, claro) ao Maracanã. De lá para cá, mesmo com times que não chegam aos pés do nosso esquadrão da década de 80, o Vasquinho foi se apequenando e hoje são esses 6 pontos garantidos no Brasileirão, como nos acostumamos a ver. Mas esse ano, recuperado de mais uma passagem pela série B, teremos vários “Clássicos da Multidão” para matar a saudade. E como já fomos provocados, temos a obrigação moral de vencer e começar o ano com uma alegria para a Nação.

O torneio em si, nem serve como avaliação final do novo time do Luxemburgo, que está pregando um futebol “com velocidade e mudança de direção”. Queira Deus que possamos ver um time compacto, que agregue ainda mais força e técnica a uma boa base conquistada no ano passado com filosofia de “fechar a casinha e carregar saco de cimento”. O fato é que nosso time, mesmo em começo de temporada, tem muito mais entrosamento que o recém formado time do Eurico. Para falar a verdade, eu nem conheço a maioria dos jogadores cruzmaltinos. Aliás, nem a torcida do Vasco deve conhecer.

É hora de apreciarmos a oportunidade, ver como se comportam as novas apostas e este rodízio de jogadores na frente. Espero um Cirino mais efetivo, uma zaga segura e algumas substituições que nos permitam avaliar melhor o Artur Maia, o Pará e o Thallyson. E que a torcida manauara rubronegra tenha um belo espetáculo na bela Arena da Amazônia!

Saudações RubroNegras!