Amigos rubronegros,
como estamos perto da última partida oficial do Mengão neste ano de 2014, me
lembrei de falar sobre um jogador que deveria (a meu ver) estar fazendo a sua última
partida com o manto, e que apesar do título da coluna em tom de brincadeira,
foi na verdade o “primeiro dos moicanos”, pois até onde me lembro foi ele que
lançou essa moda desse cabelinho horroroso que já enfeitou a cabeça de oito
entre cada dez jogadores do futebol brasileiro.
Léo Moura, nascido
em Niterói em 23 de outubro de 1978, completou este ano 36 anos de idade, sendo
10 anos de Flamengo, onde já fez mais de 500 partidas e marcou quase 50 gols.
Conheça um pouco deste ídolo rubronegro, que já entrou para a história do
Flamengo como um dos dez jogadores que mais vestiram o Manto RubroNegro (fonte
Wikipédia). Leonardo da Silva
Moura começou sua vida esportiva em Linhares, no Espírito Santo, e como foi
rejeitado pelo Flamengo, veio para o Rio para atuar nas categorias de base do
Botafogo, atuando no meio campo. Mesmo antes de virar profissional pelo
alvinegro, foi negociado para o Germinal Beer da Bélgica em 1999, onde jogou 33
vezes e fez 16 gols. No ano seguinte jogou pelo ADO Den Haag, onde fez 12 gols
em 29 partidas. Voltou ao Botafogo em 2001 (24 jogos, 1 gol), foi para o Vasco
em 2002 (30 jogos e 6 gols), mesmo ano em que ainda jogou pelo Palmeiras (9
jogos, nenhum gol). Em 2003 fez 31 jogos pelo São Paulo, fazendo apenas um gol.
No ano seguinte jogou pelo FluminenB, onde fez 59 jogos e 2 gols, e em 2005,
depois de 8 jogos sem gols pelo Sporting de Braga, veio finalmente para o
Flamengo, onde fez 7 gols no seu ano de estreia.
Sua história no
Flamengo merece até um quadrinho explicativo, porque contar dez anos em
palavras ia simplesmente encher o saco dos amigos.
Nesses 10 anos, o
único período em que o capitão desagradou de verdade a torcida foi em agosto de
2009, quando marcou o gol de empate do Flamengo, que estava perdendo para o
lanterna do Campeonato, e desabafou xingando a torcida que vinha vaiando o
jogador até então. Depois pediu desculpas, o ano de foi de campeão brasileiro
para o Flamengo e desde então Léo Moura é um ídolo para a grande maioria da
torcida flamenguista. Afinal, com ele foram 3 títulos nacionais (Copa Brasil de
2006 e 2013, Brasileirão de 2009), uma arrancada sensacional no Brasileiro de
2007, um quinto lugar em 2008 (com 8 gols de Léo), e os cariocas de 2006 a 2008 (tricampeonato), de
2011 e de 2014. Uma história linda, de raça, amor e paixão. Quem entre nós já
não pediu a aposentadoria do velho capitão para depois exaltar seus
cruzamentos perfeitos e suas jogadas de rara técnica?
Por isso, Léo
Moura, por mais que reconheçamos a sua história e a justa homenagem que você
merece pelos serviços prestados, a hora é de parar. Como fez o Pelé, que soube
parar no momento certo. E não como fez o Túlio Maravilha, que entrou nos
quarenta anos buscando um milésimo gol em uma conta que só ele sabia explicar.
Seremos eternamente gratos por tudo de bom que você fez pelo Flamengo. Mas um
jogador que se contunde batendo um pênalti está recebendo um aviso dos Deuses
do Futebol. Sua situação financeira deve estar equacionada e a torcida ainda
tem carinho e respeito pela sua pessoa. Tecnicamente, você não perdeu a graça.
Mas a parte física de um lateral (ou mesmo de um meio campo moderno) é muito exigida e as falhas acabam se tornando mais frequentes, estragando uma história
gloriosa e a relação com a torcida, que te respeita mas não tem paciência com
quem insiste em falhar. Saia por cima, capitão, e seja muito feliz! Ao Flamengo,
cabe a tarefa de arrumar um substituto a altura, ou que pelo menos cubra esta
posição até que um novo ala craque apareça.
Nosso muito
obrigado, Moicano, e Saudações RubroNegras!