Amigos rubronegros,
neste domingo temos um jogo que mais parece um intervalo do que um jogo que
vale três importantíssimos pontos para “sair de vez da confusão”. Ao contrário
do último compromisso no Brasileiro contra o desesperado Botafogo, onde mais
uma vez exercitamos o nosso “Complexo de Lázaro”, ressuscitando o alvinegro de
Marechal Hermes, dessa vez o Luxemburgo já avisou que não tem time misto, vamos
com o que temos. Volta Wallace e estamos sem Everton, que em tão boa hora teve
o seu brilhantismo substituído pela estrela em ascensão, o Gabriel. Portanto,
teremos a zaga com Samir e Wallace, e muito provavelmente Cáceres e Canteros no
meio. Mais do que suficiente para garantir a vitória em casa contra o time do
“Chapéu com Esse”, como foi batizado o nosso adversário pela turma do Conversa.
Vou tentar justificar porque acho que a vitória virá, baseada no que foi o jogo
do turno.
Se os amigos
lembram, no primeiro turno perdemos por 1 a zero, no segundo jogo do Luxa a
frente do time. O jogo marcou a primeira partida de Canteros como titular, mas
ele acabou substituído, por ...Negueba, aos 20’do segundo tempo. O time tinha
ainda Mugni e Luis Antonio como titulares, Alecsandro no ataque e Gabriel de titular. Gabriel foi muito mal e
acabou sendo substituído por Eduardo da Silva, que ainda engatinhava na direção
dos gols salvadores que viriam nas cinco vitórias nos jogos seguintes. A outra
mexida do Luxa foi a saída do João Paulo para a entrada de Marcio Araújo,
levando o Everton para a lateral esquerda. O time levou um gol maluco aos seis
minutos de jogo, em uma bola parada que veio na direção do sol e que nos fez
achar que o Paulo Victor ia ser outra decepção nos jogos seguintes. O Flamengo
teve mais posse de bola o jogo inteiro, mas só finalizou 2 vezes no primeiro
tempo, contra 8 finalizações da Chape. Ao final do jogo só tínhamos finalizado
6 vezes, contra 14 finalizações do adversário. Nossa tática era simplesmente
levantar a bola na área e rezar para o
goleiro deles ficar cego também. Os laterais não subiam e o jogo ficou
congestionado no meio campo, com o Flamengo errando um absurdo de passes
curtos. E para terminar o Alecsandro estava em dia de “mão na bola”, perdendo
as oportunidades que apareceram. O resultado é que voltamos para a lanterna do
campeonato e o Chape subiu para a 13ª posição.
Agora, seja
sincero. Parece com o time do Flamengo que entra em campo hoje em dia? O Luxemburgo acertou
este time confuso e hoje o que se vê não é mais o mesmo time. Nossos laterais
sobem bem e as jogadas pelo lado do campo se tornaram uma arma. O Canteros se
acertou e até o Marcio Araújo virou uma peça importante neste esquema. O Duda
45 já provou que pode jogar nesse time, mesmo que por apenas 45 minutos. O
Gabriel vem se tornando um jogador fundamental nestas saídas rápidas que o
Flamengo usa. Negueba as vezes nem é relacionado e nunca mais virou salvação.
Cáceres se firmou na frente da zaga e com Samir e Wallace temos grandes chances
de não levar gols. Temos finalizado mais e até os chutões para frente parecem estar sendo treinados, porque
eles conseguem iniciar muito mais contrataques do antes. E até o João Paulo,
que não é craque, vem fazendo o seu papel de lateral com alguma dignidade. Ou
seja, é outro time, mais compacto, mais consciente em campo, com uma tática
definida e conhecida pelos jogadores. Não é o melhor time do campeonato, mas é
plenamente capaz de jogar e ganhar de qualquer adversário, inclusive dos mais
bem pontuados, como provamos vencendo (ou empatando contra a ajuda do juiz,
como contra o São Paulo) todos os demais times da ponta da tabela (Cruzeiro,
Corinthians, Internacional, Atlético Mineiro). Só faltaram mesmo Grêmio e
Fluminense.
O único perigo é
justamente o espírito do intervalo. É o relaxamento de quem sabe que o jogo da
vida é o de quarta feira. Depois deste jogo o Flamengo ainda tem mais seis
jogos para conquistar os 6 pontos que os matemáticos dizem que que garantem o
Mengão na série A. É dia do Flamengo jogar sério, sem arriscar contundir os
seus jogadores, mas participando ativamente do jogo, dominando as ações e
criando as oportunidades para o gol. Conto com os três pontos e pode ser de 1 a
zero mesmo!
Falando do espírito
do intervalo, quero só justificar a ilustração. Sempre que a palavra intervalo
me vem a cabeça imagino uma cena assim, como essa que retrata Cartola, Ismael
Silva e Mano Décio em uma mesa de bar, em volta de uma cerveja. Para quem
conhece a história sabe que aí estão três mágicos e mestres da música e do
samba. Cartola foi um dos sete fundadores da Mangueira, estação primeira porque
era a primeira estação da linha de trem onde tinha samba, Mano Décio foi
fundador do Império Serrano e Ismael Silva criou a Deixa Falar, a primeira
escola de samba de que se tem notícia, em 1928, no Estácio, e que só desfilou três anos. Minha homenagem a
estes três sambistas que imortalizaram tantos clássicos do verdadeiro samba do
Brasil.
E vamos pra cima
deles, Mengão!